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"Eu não te perdoei", Frank diz ao invés de um cumprimento ao que atende a porta. "E você ainda é o maior idiota que eu conheço. Eu fiz café."

É muita informação de uma só vez, então Gerard se agarra ao último pedaço, seguindo Frank até a cozinha. Eles se encostam no balcão e tomam o café num silêncio tenso, enquanto Gerard procura em seu cérebro por algo, qualquer coisa, que possa mudar isso.

O quanto ele se preocupa em recuperar a confiança de Frank é realmente alarmante. Ele não sabe o que diabos aconteceu com ele.

"Me desculpa", parece seguro para começar.

Frank continua olhando para frente. "Você já disse isso."

"Não pessoalmente. É diferente."

Pelo menos Frank não discute com isso. "Eu vou pegar meu violão, tá? Nós não temos a noite toda, eu vou trabalhar de manhã e, por algum motivo, você achou que seria ideal vir às dez horas da noite. "

"Eu não quis esperar", diz Gerard honestamente enquanto Frank vai para o quarto. Gerard aperta suas mãos em punhos até as unhas machucarem a pele para que ele não pense sobre o que aconteceu lá dentro. "Onde você trabalha?", Pergunta ele, levantando a voz para ser ouvido.

"O restaurante descendo a rua, Hooligans", Frank informa, voltando para a sala com seu violão pendurado no pescoço. Ele não trouxe um amplificador, no entanto. Ele encolhe os ombros. "Por enquanto, pelo menos."

"Você troca muito de emprego?"

"Às vezes", diz Frank, lançando-lhe um olhar que silencia mais perguntas que ele tenha. Eles realmente não sabem muito sobre o outro. Gerard não quer pensar sobre isso.

Frank se senta no sofá, então Gerard senta numa cadeira velha encostada no sofá.

Ele começa a afinar o violão, ainda sem amplificador à vista. Gerard tem que perguntar: "Você vai tocar sem amplificador?"

O olhar de Frank poderia matá-lo. "O quê, você quer escrever por mim?"

Gerard se recusa a morder a isca. Ele não veio até aqui só para deixar as coisas piores. "Não foi isso que eu quis dizer."

"Ah bom". Frank olha para baixo, ainda afinando. "Vá colocar o seu telefone na cozinha."

Gerard pisca para ele. "O quê?"

"Vá colocar o seu telefone na cozinha", Frank repete rigidamente. "Pra que não grave nada."

Gerard se inclina para trás, ofendido. "Eu não ia, que porra é essa? Eu nem pensei nisso."

"Você vai ter que desculpar meu ceticismo", resmunga Frank. "É sério. Guarda isso ou eu não toco porcaria nenhuma."

"Ok. Caramba. "Gerard se levanta e deixa o telefone na cozinha, se esforçando para manter todas as suas emoções à distância. Deus, ele fodeu com tudo.

Frank já está tocando quando ele volta, notas metálicas, desconectadas, vibrando pela sala. Ele começa com algo simples, mas intensifica. Já que ele está cantando muito baixinho, Gerard não consegue entender a letra, mas pode sentí-la.

É disso que ele sentiu falta.

Gerard volta para a cadeira e cruza as pernas, tentando não olhar para Frank, mas sem saber onde mais olhar. Parece que estão em sua própria pequena bolha, pelo menos para Gerard, onde ele não tem um prazo amanhã ou esse não-relacionamento confuso que ele não sabe como consertar. Tudo o que ele tem agora é a voz baixa e suave de Frank misturando-se perfeitamente com o dedilhar da guitarra, e isso é tudo o que ele precisa. Ele não sabe por que demorou tanto tempo para perceber isso.

The Scene Is Dead (tradução)Where stories live. Discover now