[🌹]: 𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖚𝖒.

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¶ 𝐒𝐄𝐗𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐒𝐓

--- Onde o senhor está? Seu próximo cliente chegará a meia hora em seu consultório.-- dizia minha secretaria pelo telefone com o tom de voz calmo, mas levemente preocupado de meu sumiço.

-- Estou chegando, não se preocupe não irei demorar.-- disse simples abrindo minha carteira, pagando pelo meu café que havia tomado em minha padaria preferida.

Dimitri desligou o celular sem mais se importar, já havia se acostumado com minhas visitas diárias nessa padaria, sempre vinha aqui nas pausas de minhas consultas, café me deixa mais calmo. Não que eu não tenha café no trabalho, mas me viciei em tomar o desse lugar, que agora tenho preferência nele.

Entrei no carro, deixando o saquinho de bolinhos de morango no banco carona, enquanto me arrumava no acento prestes a deixar a vaga. As frutas preferidas de dimitri são, uva, maçã e morango, de vez em quando eu lhe presenteio com mimos, doces, ou sucos desses sabores, apenas para não receber sermão por meus atrasos.

Brincadeiras à parte, a conheço já faz dois anos e meio, ela entrou como minha estagiária após a outra engravidar e desistir desse trabalho. Não irei lhe dizer que prefiro ela, alias Simon era muito simpática e elegante, tendo seus 38 anos de idade me dava muitas lições de moral, mesmo sendo apenas sete anos mais velha. Pouca coisa, mas ao mesmo tempo muita coisa.

Eu tenho 31 anos, mesma idade de Dimitri, e é por esse detalhe que nos damos tão bem, pensamos igual, pelo menos às vezes, e temos o que compartilhar. Ela mesma ja desabafou comigo uma vez, e eu já fiz o mesmo com ela.

Me formei em psiquiatria, mas comecei a ajudar os pacientes que tinham problemas, ou achavam que tinham, em relação à sexo. Confesso que sempre gostei de comentar sobre esse assunto com as pessoas, amigos, etc, e de certo que jamais me imaginaria falando disso seriamente com pessoas desconhecidas em busca de ajuda-las.

Na faculdade eu pretendia virar médico, cirurgião pra ser exato, mas o estudo era muito complicado, puxava todas as minhas energias e eu sabia que não estava preparado para aquilo.

No fim não me arrependo de estar onde estou, talvez um pouco, mas é porque eu sou meio sensível à certas coisas, e ouvir da boca de mulher, ou homens, suas experiências tão detalhadamente, na maioria das vezes me deixa extremamente duros, mas eu sempre tento disfarçar, mesmo que "impossível", até a sessão acabar.

Estacionei em minha vaga, ao lado do carro de Dimitri e desci do automóvel, com o saquinho de bolinho na mão enquanto a outra eu carregava meu celular.
Adentrei o estabelecimento, com um ar mais fresco do que o de fora, e sorri para a loira no balcão, no momento ao telefone.

Ela levantou o dedo e o levou à boca logo depois, pedindo para que eu não fizesse barulho ou gritasse, como faço quando estamos bêbados. Após terminar me olhou e apoiou os cotovelos no balcão, me encarando, desviando o olhar para minha mão.

--O que é isso?-- arqueou a sobrancelha pintada de preta e bem delineada e logo sorriu ladino, demonstrando sua cara de curiosidade, ou deboche, ela usa para ambos.

--Adivinha.

Ela revirou os olhos e balbuciou reclamando.

--hm... é um hamster?

-- Só se fosse um hamster morto né.-- Eu ri de sua resposta e coloquei o saco ao seu lado, dando um tapa em sua mão que tentou abrir para olhar o que era.-- É de comer.

PROFISSIONAL|| JJK • PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora