Capítulo III: O Desesperado, a Sonhadora e o Meliante!

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"LANCHONETE FOME BRABA"

— Andei realizando algumas observações e constatei que um raro cometa está vindo em direção à Terra em poucos dias. Diz Marihá.

— Quase ninguém dá crédito à profissão de astrônoma! Por que não escolheu algo bem mais simples? Diz Hairan.

— Poderia ter sido professora de Língua Portuguesa, de Literatura e de Produção de Textos, revisora de textos ou clarinetista, por exemplo! Diz Anne.

— Comunicamos a todos que o famoso e perigoso criminoso Doidivanas da Silva Brito acaba de fugir da cadeia... Fechem todas as portas e janelas de suas residências e empresas porque o homem não está para brincadeira! Ardiloso, chantagista,

sequestrador e terrorista profissional! Fiquem de olho nessa ameaça! Diz a repórter de TV.

Marihá, Hairan e Anne ficam boquiabertas.

— E desde quando baderneiro, marginal, transgressor e vândalo se tratam de profissões? Pergunta o dono da lanchonete, lavando alguns pratos.

"CASA DO CASAL LORENZONI"

— Você sabia que nem todos os loucos, psicopatas e retardados mentais se encaixam na categoria dos criminosos? Pergunta o Senhor Lorenzoni.

— Sei, sim... Agora, você sabe também que chamar as pessoas assim nos dias atuais é um tipo

de bullying. Atualmente os nomes mais comuns são respectivamente: insano, antissocial e deficiente intelectual; que é para mostrar respeito a essas pessoas. Responde a Senhora Lorenzoni.

"CONSULTÓRIO"

— Eu não iria atendê-lo, mas como sua mãe me acusou, me ameaçou e me insultou; dizendo que eu seria denunciado, processado e preso por

discriminar você, ofender você e preconceituar você, vamos lá então! Conte-me seu problema em detalhes e informações! Diz o Doutor.

— Meus colegas de escritório cismam comigo o tempo todo que, devido a já ser um homem adulto e ainda estar solteiro, só posso ser louco, psicopata e retardado mental! Eles dizem que sou louco, por contrariar a realidade de que a mulher é vital para a felicidade, e ignorá-la solenemente, psicopata, por querer jogar na cara deles sem dó, nem piedade, nem clemência. Estão errados em acharem que a mulher é alguém tão importante e continuar agindo como se ela não servisse, e retardado mental, por não processar em minha mente que é a mulher quem efetua o homem! Explica Frederico, já bastante agitado, ansioso, irrequieto e nervoso.
"CASA DE MARIHÁ E DE ANNE"

— Fiz algumas pesquisas na internet e descobri as etimologias exatas dos nomes louco, psicopata e retardado. Louco é uma palavra que só existe em português, espanhol e galego, no segundo sentido,

loco. Vem do árabe, LAUQA, "tonto", "bobo" ou "tolo". Psicopata se formou no século XIX e vem do alemão, PSYCHOPATISCH, criada a partir do

Grego PSYKHÉ, "mente" ou "alma", mais PATHOS, "sofrimento", "doença" ou "enfermidade". E retardado vem do latim, RETARDARE, "fazer demorar", de RE-, prefixo intensificativo, mais TARDARE, "atrasar" ou "demorar", de TARDUS, "o que atrasa" ou "o que vem depois". Diz Marihá.

— Sabem que eu acho que o Frederico precisa de muita ajuda? Mas acredito que só quem possa fazer isso seja uma entidade muito mais forte, poderosa e ousada do que nós todos! Diz Hairan.

— Seria esse o caso se ele acreditasse, confiasse e deixasse que ela lhe fizesse algo de bom! O problema é que ele não faz por onde, não muda de postura e continua acreditando que a culpa de sua dor, de seu sofrimento e de sua tristeza é de tudo e de todos! Diz Anne.

"CONSULTÓRIO"

— Como é, que é? Você já quis se suicidar exatas

trinta vezes pelo que seus colegas lhe fizeram? Pergunta o Doutor, extremamente impressionado.

— Sim, Doutor, certamente, infelizmente e realmente! Responde Frederico, de mãos cruzadas.

— E eles então o convenceram de que é louco, psicopata e retardado mental? Continua o Doutor.

— Temo que sim! Eu agora preciso convencer a eles e a mim mesmo de que não sou nada disso! Continua Frederico.

Enquanto isso, do lado de fora do condomínio do consultório...

"Era só o que me faltava! Meu assessor fotográfico agora decidiu tirar férias! O que mais me acontecerá a partir de agora mesmo?" Pensa Juliana, frustrada e guardando o celular na bolsa.

— MUITO BEM, BELEZOCA! VÁ ME PASSANDO TODOS OS SEUS PERTENCES OU MATO VOCÊ! Grita Doidivanas, bem alto.

— Prontinho... Agora sim, já não me falta nada! Diz Juliana.

— Falta ter as pernas um pouco mais finas e curtas, mas isso também não é culpa sua! Responde Doidivanas, debochado, irônico e sarcástico.

— "R$300,00 por uma mera, pura e simples consulta? Cata pimba! E o pior foi que ele não me ajudou em coisíssima nenhuma! Estou aqui, pensando se retorno mais vezes e..." Pensa Frederico, saindo do condomínio.

— Olhe que eu chamarei a polícia, sabia? Ameaça Juliana.

— Mesmo eu tendo aqui comigo uma metralhadora de calibre e potência máximas? Responde Doidivanass sorrindo.

— SOCORRO! TEM UM DOIDO, MANÍACO E PROBLEMÁTICO ME AGREDINDO E ME ATACANDO! Grita Juliana.

— Seu fútil, imbecil e inútil, deixe a senhorita em paz, agora mesmo, beleza? Diz Frederico, bastante incomodado.

Juliana sorri e brilha os olhos de tanta alegria.

— Ah, é sério? E o que você pensa em fazer se posso matar você em fração de segundos? Pergunta Doidivanas, sorrindo mais uma vez.

— ISSO AQUI, Ó! Responde Frederico, mirando a perna esquerda em direção ao pissurico de Doidivanas.

"TUM!"

— AI, UI, AI, UI! — Geme, grita e pula Doidivanas, de tanta dor.

— Puxa vida, senhor, muito obrigada... É sério mesmo, de coração!

— Disponha! Nós agora amarraremos esse malandro, pilantra e trapaceiro e chamaremos a polícia!

Meia hora mais tarde... "UUUUÓÓÓÓ!"

— Tchau, moço, foi um prazer! Despede-se Juliana acenando e sorrindo.

— Espere! Ainda não nos apresentamos devidamente! Meu nome é Frederico, qual o seu? Aflige-se Frederico.

Frederico fica bastante cabisbaixo.

"Acho que ela não me ouviu, e também que nunca mais nos veremos!"

O Desespero de um SolteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora