Primavera de 2012, Boston.
Estados Unidos.Os anos foram como dias para o casal Nicholas e Timothy, desde o dia em que a acolheram quando fora deixada na porta de sua casa criaram um laço paterno extremamente forte com a menina, faziam o impossível para verem um sorriso estampado nos lábios da criança. Sempre fora criada de maneira muito correta, aprendeu os valores que realmente importam em um ser humano: a bondade, além de outros como educação, ética e respeito. A capacidade de entendimento da garotinha sempre surpreendeu os pais e mesmo tão nova e inexperiente, ela os orgulhava muito. Era uma criança muito gentil e doce com todos, sem restrições, então encantava qualquer um por onde ia.
Os pais faziam questão de registrar cada momento com a filha, pela casa haviam diversas fotos emolduradas nas paredes: aniversários, natais, festas de verão, halloween e etc. O sorriso e a felicidade eram perceptíveis, porém desde que voltara para escola no fim das férias teve uma mudança repentina de comportamento, já não era a mesma menina daquelas fotos. S/n se tornara mais fechada, conversava com palavras vagas e até com Max, o golden retriever de estimação da família, já não brincava mais.
Agora ela se encontrava no fim do horário escolar, voltava caminhando para casa já que estudava no zoneamento e eram pequenos minutos de caminhada, estava sozinha mas sentia que haviam pessoas a seguindo. Todos seus pêlos se ouriçaram ao escutar risadas em meio conversas, suas mãos suaram frio e olhou para trás checando a área mas não havia ninguém lá, então decidiu abaixar a cabeça e continuar sua caminhada. Bom, até escutar a voz de Melanie soar pelo local e seu corpo se petrificar.
— Vejam, é a esquisita de dois pais! – o grupo se aproximou em meio risadas. — A quem você dá o cartão de "dia das mães"? – gargalharam e a garota loira a empurrou fazendo a olhos azuis bater as costas numa grade daquele beco, praguejou mentalmente por ter usado aquele atalho nesse dia.
— Sua família é uma aberração assim como você! – Justin disse dando um soco na barriga da garota, o ar faltou em seus pulmões e sua respiração ficou dificultada devido o golpe.
O grupo continuou a sessão de socos e chutes, o corpo da olhos azuis caiu no chão e ela cerrou os olhos pela dor, Melanie e os outros deram risadas e estavam de saída quando como um gatilho S/n respirou fundo, travou a mandíbula tentando conter a fúria que sentia, fechou os punhos com força e se levantou.
— Vocês deveriam aprender a cuidarem das próprias vidas. – disse alto e Melanie se virou caminhando até a olhos azuis franzindo o cenho.
— Repita. – disse e a garota deu uma leve risada sarcástica.
— Vocês deveriam aprender a cuidarem das próprias vidas. – disse com clareza e pôde ver o punho da loira vir em sua direção como uma câmera lenta, segurou o mesmo com toda sua força e Melanie se ajoelhou se contorcendo de dor.
— ME SOLTA SUA ANORMAL! – a loira gritou e seus amigos vieram intervir, Justin tentou desferir um soco no rosto da olhos azuis mas a garota foi incrivelmente mais rápida contra atacando com um golpe em seu estômago.
O garoto voou metros dali fazendo com que o restante do grupo se espantasse e fosse até ele checando se o mesmo estava bem, a expressão de S/n gradualmente morreu ao ver aquela cena e ela soltou o punho da loira fitando o quão roxo havia ficado, ela se levantou do chão desesperadamente com uma expressão espantada indo até seu bando que rapidamente saiu dali.
Um remorso corroeu o peito de S/n, ela não queria causar essa impressão nas pessoas afinal ela era alguém de bom caráter e não tinha a intenção de fazer aquilo. Mas a raiva a atingiu de uma forma descomunal, ela apenas o fez sem pensar nas consequências. Continuou a caminhar e fitou as próprias mãos, como ela havia feito aquilo? Como havia lançado Justin a uma distância como aquela? Como havia segurado o punho de Melanie daquela forma?
Olhou para seu relógio de pulso e marcavam 15h40, praguejou e sentiu uma necessidade que nunca havia sentido antes, deixou que aquela necessidade consumisse seu corpo e lentamente seus pés foram saindo do chão.
— WOW! – se espantou ainda com certa falta de equilíbrio, mas logo estava metros acima do chão e impulsionou seu corpo que disparou como uma bala. Não se importou com os olhares, ela ria e gritava pois era a sensação mais libertadora que já havia sentido.
Não a assustava e isso gerava intrigas em sua mente, mas decidiu não pensar muito sobre e saborear cada segundo daquele momento. O vento batia em seu rosto e ela podia até mesmo cortar as nuvens no céu, então parou sobre a grande cidade fitando cada prédio e cada detalhe, era a coisa mais bela que já havia visto.
Então decidiu que seria hora de voltar para casa, aterrissou em seu quintal onde seu pai Nicholas aparava a grama, sua boca se abriu em surpresa enquanto a filha estava ofegante fitando o mais velho.
— Pai... – disse calmamente se aproximando. — O que eu sou?
— Filha... – ele a abraçou e ela se permitiu estar vulnerável, estava confusa e completamente perdida. — Sempre soube que era diferente, desde muito nova se mostrou assim. – fez um carinho na mesma.
— Quem são meus pais? – perguntou ainda com a cabeça sobre o ombro do mais velha que suspirou.
— Eu sou seu pai. – desfez o abraço para fitar os olhos da garota que concordou com os olhos marejados.
— É sim. – deu um sorriso casto. — Eles provavelmente nunca fizeram questão de mim, me desculpe. – disse mencionando os pais biológicos.
Nicholas fez um carinho no ombro da olhos azuis que a fitou desvencilhar de seus braços e ir até o quarto, então logo quando seu marido chegou do trabalho contou a situação, de princípio estava incrédulo mas quando escutou de sua própria filha decidiu contratar um psicólogo.
Após dias, a mesma reação foi feita pelo especialista que deu risadas na cara de S/n dizendo que eram apenas frutos de imaginações da mesma, a garota não entendia o motivo daquilo. Ela estava lidando bem com seus poderes, surpreendentemente bem, às vezes questionava a origem deles mas tentava não pensar sobre isso.
A única coisa na qual pensava era sobre a grande responsabilidade em suas mãos.
n/a: eai bb.
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strenght | cc + you
Fanfictionna qual camila é uma jornalista que se apaixona por s/n, fotógrafa e super heroína nas horas vagas.