sigma-334

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Dias atuais, em algum lugar no deserto de Nevada.
Estados Unidos.

Os cientistas observavam o painel com os dados completos do estado físico da mulher de pele alva e cabelos negros, ela parecia ressonar tranquila na cápsula imersa no líquido de cor verde, os tubos envolviam sua boca e nariz permitindo ser possível sua respiração. Há 22 anos eles pensavam que ela não sentia cada sessão de experimento em seu corpo, pelo contrário, eles pensavam estar a preparando para algo grande. Algo que exterminaria um exército de milhares e milhares de homens, algo que acabaria com nações se fosse preciso.

O que eles não esperavam é que ela estava consciente e que não iria fazer o que estava destinada, o que uma vez foi criado na intenção de ser um milagre seria o motivo de sua própria destruição.

— Confira os níveis de oxigênio, por favor. – um dos homens de jaleco disse a um dos subordinados que assim fez.

— Senhor. – o mesmo disse percebendo uma leve alteração nos batimentos cardíacos. — Ela está reagindo, os níveis de adrenalina também estão alterados. – o homem loiro relatou franzindo o cenho.

— Tem algo errado. – o superior concluiu antes de todos os painéis ultra tecnológicos tomassem a cor vermelha e as sirenes soassem juntamente com o vidro que se estilhaçou em um estouro fazendo com que o líquido escorresse pelo local. — Não pode ser. – o homem disse incrédulo antes de correr do local em desespero assim como os outros.

E então ela abriu os olhos. Verdes intensos.

Verdes intensos cheio de sede de vingança.

Ela estava consciente esse tempo inteiro, esperando uma brecha pacientemente é assim o fez, era o momento ideal. Lauren ou Sigma-334, o primeiro nome havia sido nomeado pelo zelador do local que sempre "conversava" com ela, ele não era como os outros e o segundo. Bom, o segundo havia sido como eles a chamavam por toda sua vida.

A mulher levitou e todas as coisas a sua volta também, quando seus pés tocaram o chão os materiais caíram do pequeno ciclone que havia formado. Ela caminhou calmamente até os corredores aonde as luzes piscavam e podia escutar os gritos, eles se esconderam mas era inútil, ela sabia exatamente aonde ir. Caminhou até entrar em um laboratório, ela deu um sorriso ladino até caminhar entre as mesas de aço, podia ouvir claramente cada gota de suor e lágrima escorrendo pelo rostos daqueles sujeitos.

Então subiu as palmas das mãos fazendo a si mesmo e os objetos levitarem, os gritos de horror ecoaram pelo local enquanto ela trouxe um dos homens com seu indicador e analisou suas feições antes de perceber que era o mesmo cientista superior do local, ou seja, o homem responsável por boa parte de seu sofrimento.

— Não... Por favor, não... – ele suplicou e ela sorriu sádica antes de preparar suas duas mãos e batê-las em direção ao crânio do mesmo que se desfez em sangue espirrado em seu rosto. O corpo sem cabeça caiu ao chão fazendo os outros gritarem mais alto e mais assustados com a frieza da mulher, ela havia sido moldada a vida inteiro para aquilo e finalmente estavam vendo do que ela era capaz. Lauren estava sedenta e não iria se saciar tão cedo então apenas guiou os homens restantes para cima e apertou o punho fazendo os corpos implodirem com a pressão exercida, a sala que antes era branca se cobriu com sangue, assim como a pele alva da mulher.

(...)

A olhos verdes sobrevoava o local e o assistia queimar em chamas, em sua cabeça parecia tocar uma sinfonia que gostaria de assistir e ouvir por horas, tudo estava perfeito demais. Ela suspirou e travou a mandíbula com que acabara de fazer, não sentia remorso e tampouco arrependimento, ela estava finalmente livre. Passou a mão pelos cabelos tomados pelo sangue e fitou seus membros cobertos pelo vermelho, cerrou os olhos e deu voo cortando os céus em uma velocidade próxima a do som.

Sabia que agora precisaria de ficar alerta, estava por si e não conhecia o mundo aqui fora mas pretendia fazê-lo para compensar os anos de cativeiro. Respirou fundo diminuindo a velocidade quando chegou próximo a primeira cidade que avistou, estava chovendo e os raios entre as nuvens não a fizeram recuar, pelo contrário. Ela pousou naquela cidade colorida, com construções imensas e pessoas andando para todos os lados, sentiu-se confusa e depois envergonhada pois percebeu que não tinha vestimentas adequadas e estava coberta de sangue, além de molhada também, usava apenas uma calcinha box e um topper.

Engoliu em seco e entrou em um beco aonde um casal trocava beijos, ficou intrigada com aquele gesto mas deixou pra lá.

— Roupas. – disse com a voz rouca e a mulher fez uma expressão confusa.

— Você tá bem? – a outra mulher perguntou. — Quer que a gente chame a ambulância?

— ROUPAS! – praticamente rosnou enquanto seus olhos verdes brilharam no escuro fazendo o casal temer.

— Ela quer nossas roupas, dá a roupa pra ela logo! – uma delas disse enquanto se despia, assim feito, Lauren pegou as vestimentas e saiu do local.

Em um posto de gasolina quase deserto, ela entrou no banheiro feminino e lavou seu corpo com a água gelada daquele chuveiro, agradeceu por pelo menos ter um local para se banhar. Vestiu as roupas e fitou seu reflexo no espelho, deu um sorriso genuíno e começou a chorar de felicidade.

Ela estava livre.

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⏰ Última atualização: Sep 28, 2023 ⏰

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