— Oi... – eu disse ofegante tentando pegar fôlego atraindo a atenção da morena que lia um livro, logo que me viu deu um sorriso sem dentes. — Eu... Cheguei. – pousei a mão sobre o ombro da latina e me assentei.
— Você está bem? – perguntou rindo e pude jurar sentir meu coração se desmanchar com a cena, os olhos riam com sua boca bem desenhada me fazendo soltar um sorriso involuntário.
É inevitável não pensar sobre o quão bela ela é.
— Ah, uh sim. – cocei a nuca e concordei. — Você já almoçou? Espero não ter te feito esperar mui-
— Ei. – chamou minha atenção cortando minha fala. — Está tudo bem. – sorriu gentilmente. — Mas tomei a liberdade de pedir o prato da casa, se você não se importar...
— Claro que não. – umedeci os lábios com a língua e cruzei os braços me permitindo analisar melhor seus traços. — Dante Alighieri? – perguntei ao ver o título de seu livro "A Divina Comédia".
— É, por que eu tenho a estranha sensação que a hipocrisia da idade das trevas ainda prevalece? – perguntou tomando um pouco de sua água.
— Pensei que somente eu pensasse isso. – comentei e ela deu uma leve risada.
— Será o destino? – perguntou divertida.
— Não, certeza. – apoiei meus braços na mesa fitando os castanhos tão bonitos de seus olhos, pude ver seu olhar desviar do meu por um instante mas logo se prendendo ao meu novamente, como uma espécie de ímã magnético ou coisa assim.
— Não acredita em destino S/n S/s? – perguntou e ajeitou os óculos de grau em seu rosto.
— O que te faz pensar que está destinada a algo quando uma série de fatores pode mudar isso? – perguntei e ela reprimiu um sorriso.
— Correta.
— Eu sei.
Então nossos pedidos chegaram e almoçamos em meio conversas, risadas e teorias. Eu tinha mesmo que dizer que Camila me fazia extremamente bem? Porque pela primeira vez me encontro dessa forma e sim, posso dizer com toda propriedade que ela me fazia extremamente bem.
(...)
— E eu estou nessa investigação. – ela comentou enquanto caminhavamos pelo Central Park, observando a vida alheia, todos aqueles sorrisos e conversas aleatórias que as pessoas gostam de ter.
— Investigação? – perguntei tendo meu olhar sobre a mulher que esvaiu o ar de seus pulmões antes de começar a falar.
— Bom, há essa "investigação" altamente sigilosa sobre o projeto A-234 feito pelo governo. – eu prestava atenção em cada palavra que saía de seus lábios. — Me deram a liderança da reportagem e eu não poderia estar mais feliz.
— Isso é incrível, meus parabéns. – ofereci um sorriso para a menor que retribuiu com o mesmo. — E esse projeto se trataria de quê? Se é que você pode me contar mais sobre...
— Sinceramente? Eu não sei, todos os arquivos no banco de dados nacional com esse título foram ocultados. – disse dando ombros numa explicação e colocou as mãos nos bolsos do casaco. — Mas todos os vestígios nos levam até Boston.
Ia formular algo para dizer quando minha audição captou gritos e sirenes a quilômetros dali.
Agora? Sério?
— Olha só a hora. – simulei fitar um relógio imaginário em meu pulso. — Eu tenho que ir.
— O qu- – beijei a bochecha da menor antes de abrir caminho entre as pessoas pelas ruas correndo os olhos pela rua a procura de um beco ou qualquer lugar "apropriado" para eu me trocar.
Enfim quando me troquei levantei vôo até ao local onde acontecia todo o caos, já sentia as ondas de frequência sobre minha pele, a polícia sabia que eu iria vir. Eu me mantinha tensa, tal sensação consumiu todo meu corpo e por fim quando pousei, eu soube.
Algo estava diferente.
— Sirius... – a voz masculina soou quando eu entrei no laboratório no qual a polícia já havia cercado.
— Quem é você? – perguntei com os olhos cerrados tendo minha atenção para qualquer movimento do maior.
— Me chame de Dr. M. – disse com um sorriso cínico nos lábios.
— Não, quem é você? Um aspirante a vilão que usa sobretudo? – perguntei com uma dose de sarcasmo. — Sério, preto não combina com você cara.
— Não tenho tempo para crianças. – o homem de boa aparência que até então tinha as mãos para trás as ergueu, o som de carregamento não sinalizava coisa boa e então a luz azul acendeu por todo local com um disparo. Era uma espécie de aparelhagem modificada e interligada ao seu braço direito, algo desconhecido por mim até então.
Desviei por pouco do tiro que destruiu parte do ambiente, procurei apoio numa das mesas ali e saltei chutando seu rosto, ele praguejou e mais uma vez o barulho do carregamento foi escutado.
MERDA!
Grunhi antes de desferir uma sequência de socos pelo seu rosto e o homem cair no chão, avistei então o que parecia a caixa de energia daquele dispositivo. Então aquele barulho infernal soou e ele disparou contra mim onde numa tentativa de desviar o disparo acabou me atingindo de raspão. A dor era insuportável mas mantive meus pés firmes no chão, fechei meu punho e depositei toda minha força ali onde atingi o mecanismo central.
— NÃO! – Dr. M gritou. — VOCÊ NÃO PODE!
— É, eu posso sim. – o empurrei e o mesmo recebeu uma série de choques elétricos devido a seu aparelho, quando já caído no chão. Mas não tardou de se levantar e logo usar um dispositivo desconhecido para desaparecer em meio ao ambiente, parecia como um teletransporte, eu nunca havia visto tecnologia parecida e tão avançada.
Quando já no ambiente externo, todas as atenções estavam em mim, a mídia queria a qualquer custo arrancar um furo do que acabara de acontecer, eu ainda tentava assimilar o que tinha visto mas balancei a cabeça dispersando meus pensamentos antes de levantar vôo até em casa.
(...)
— S/n você - – a voz de Selena cessou assim que viu meu estado. - Pelos céus, o que aconteceu com você?
— Eu fui atropelada. – inventei uma desculpa qualquer. — Eu estava distraída com a câmera e não olhei para os dois lados da rua.
— Você tá bem? Vamos no hospital agora, vou ligar para seus pais. – ela disse autoritária.
— NÃO! – exclamei. — Você não vai ligar para meus pais, não quero preocupa-los, eu estou bem. – abaixei meu tom de voz.
— Certeza? – assenti.
— Eu apenas preciso descansar. – disse antes de caminhar para meu quarto indo em direção ao banheiro.
Banho.
Eu realmente preciso de um banho.

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strenght | cc + you
Fanficna qual camila é uma jornalista que se apaixona por s/n, fotógrafa e super heroína nas horas vagas.