Despertei com as buzinas vindas das ruas movimentadas lá fora, resmunguei e me assentei em minha cama bocejando tentando processar o que eu deveria fazer logo a seguir. Sempre quando acordo tenho uma certa dificuldade pra "despertar" completamente, fui em direção ao banheiro fazendo minhas higienes e tomando um banho, após tal fui até a cozinha onde Selena fazia torradas e suco de laranja.
— Vejo você no almoço? – perguntei me assentando na mesa e ela negou com a cabeça, franzi o cenho e peguei uma das torradas num prato.
— Eu tenho um encontro com o Abel, algo do tipo... – explicou me servindo um copo de suco.
— O carinha do bar? – tomei um gole do líquido me recordando de uma das nossas conversas onde a morena me dizia sobre os caras que a mesma conhecia nessas noites de bebedeira.
— O carinha do bar. – acabamos por rir e eu neguei com a cabeça. — Mas eu posso cancelar se quiser.
— Não, você não vai cancelar nada. – eu disse e ela se assentou junto a mim dando um sorriso sem dentes.
— Você deveria sair e conhecer gente nova também. – disse mordendo sua torrada. — Céus, S/n você vive a trabalho.
— Eu apenas não gosto de ficar bêbada, beijar desconhecidas e me arrepender depois. – disse e ela fez uma careta.
— Mas é isso que jovens normais de 22 anos fazem. – deu uma piscadela e tomou o líquido em seu copo.
Pobre Selena, se ela realmente soubesse que eu literalmente não sou normal.
— Me deixe, ok? – eu disse e ela me deu um peteleco recolhendo a louça colocando a mesma na lavadora de pratos. — Ei?!
— Porra. – olhou para o relógio de pulso. — Estou atrasada. – pegou a bolsa e me deu um beijo na bochecha. — Até depois, "vovó S/a". – lhe dei o dedo do meio antes dela sair pela porta dando risadas.
[...]
— EU QUERO ESSA "BANDIDINHA" PRESA. – Sr. Morato exclamou batendo as mãos na mesa com as veias saltando, a respiração ofegante e um semblante raivoso.
— Com licença. – bati na porta com minha melhor atuação. — O senhor me chamou? – perguntei ao mais velho que dispensava o seu assistente, um garoto ruivo franzino, acenei para o mesmo que parecia atemorizado com as palavras de Morato saindo daquela sala.
— S/s. – suspirou massageando as têmporas. — Quero fotos comprometedoras da "menina-pipa".
— O senhor quis dizer Sirius? – perguntei e ele fez uma careta concordando. — Com todo respeito mas acho que ela esteja a favor da população. – o mais velho deu uma risada sarcástica e eu franzi o cenho.
— Causando prejuízos? Não deixando a polícia cumprir seu papel na cidade? Quem essa garotinha pensa que é? – enfatizou o "garotinha", suspirei e desviei meu olhar do homem grisalho.
— Certo, mas tenha em mente que eu não a conheço e uso lentes nas câmeras que a registram em longas distâncias. – praticamente rosnei e ele me lançou um olhar intimidador.
— É melhor fazer seu trabalho se não quiser receber uma carta de demissão Srta. S/s. – murmurou e eu cerrei os olhos.
— Eu vou. – eu disse no mesmo tom.
— Ótimo, está dispensada. – o mais velho disse antes de eu sair daquela sala controlando a vontade de dar uma série de socos no rosto daquele estúpido.
Saí do prédio e respirei fundo, decidi fotografar algumas coisas antes de pensar no que iria fazem em respeito de meu trabalho. Era outono então os ventos gélidos vinham de encontro minha pele me causando arrepios e as pessoas; na maioria, atrasadas para ir em algum lugar qualquer ou ocupadas demais em seus celulares eram ignorantes demais para não perceberem o quão agradável o clima estava.
O Clarim Diário era próximo ao Central Park então caminhei até lá e me assentei na grama, as folhas alaranjadas e amarronzadas caíam me trazendo uma sensação momentânea de paz. Observei as pessoas ali presentes e uma família me chamou a atenção, dei um leve sorriso ao ver toda aquela felicidade que eles sentiam.
Sinto falta de meus pais.
Eu deveria visitá-los mais vezes, umedeci os lábios e minha audição aguçada captou o que eu identifiquei sendo gritos, virei minha atenção para o prédio onde ocorria um incêndio, me levantei e corri para o beco mais próximo. Em milésimos eu estava de uniforme cobrindo meu rosto com a máscara, voei até o local rapidamente atraindo olhares e cliques de fotos dos pedestres.
— Socorro! – uma mulher gritava no último andar de um prédio realmente alto, ela estava devido as chamas. — Por favor!
— Se segura em mim. – eu disse alto devido ao barulho, havia muita fumaça e a estrutura estava caindo pela danificação. Ela assentiu me apertando fortemente, fiz o mesmo antes de voar agilmente dali e pousar calmamente na rua onde haviam bombeiros tentando cercar o local, imprensa e dezenas de pessoas.
— Você está bem? – perguntei fazendo um "ok" com a mão e a ruiva assentiu, os civis ali presentes vibraram e me aplaudiram assim como os bombeiros, acenei com a cabeça antes de decolar.
No caminho de casa uma cena em particular me chamou a atenção, uma garotinha estava sendo atormentada por um grupo de garotos. Aterrissei naquele beco com uma pose intimidante e os mesmos saíram correndo.
— Tudo bem? – perguntei me abaixando ficando do mesmo tamanho da menina, ela assentiu pegando seu projeto amassado do chão, era um foguete garrafa. — Deixa eu cuidar disso. – ajustei as áreas danificadas logo entregando o mesmo para a garotinha de óculos. — Novinho em folha. – me levantei bagunçando seus cabelos castanhos recebendo um sorriso sem dentes da mesma. — Te levo pra casa? – ela assentiu freneticamente o que me causou uma risada e começamos a caminhar. — Qual é seu nome?
— Rachel. – disse ainda com certa timidez.
— Ah, eu sou a Sirius.
[...]
Eu estava checando alguns e-mails em meu notebook e senti meu celular vibrar numa ligação.
— Alô?
— S/s? – reconheci a voz e um sorriso involuntário surgiu em meus lábios, era Camila.
— Eu? – perguntei e acabamos por rir.
— Eu pensei que podíamos... – ela acabou por se enrolar, admito que achei adorável. — Sei lá, nós também podíamos...
— Me diga onde.
— No mesmo café?
— Certo. – desliguei a chamada e guardei meus pertences em minha mochila indo em direção ao local marcado.
Não demorou muito até eu avistar pelo vidro a morena sentada numa das mesas do café, lendo um livro completamente concentrada no mesmo e linda.
Linda, era a descrição sublime para ela.
n/a: já tava com saudades de att strenght, ah e gente quanto mais vocês comentarem mais incentivo para att vocês me darão ;)
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strenght | cc + you
Fanfictionna qual camila é uma jornalista que se apaixona por s/n, fotógrafa e super heroína nas horas vagas.