i think i like you

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Eu ainda fitava o homem e involuntariamente apertei com mais força o meu punho, era um misto de raiva e surpresa, meu cérebro ainda tentava processar as informações que me atingiam naquele momento.

— S/a? – Camila chamou por mim tentando me tirar de meus devaneios e eu "voltei" a realidade. — Tudo bem?

— Sim, é que- – pigarreei tentando disfarçar meu incômodo logo sendo interrompida pelo maior.

— Eu posso te oferecer uma água? Um suco? – ele perguntou preocupado e eu apenas neguei com a cabeça. — Bom, vamos até a mesa tenho novidades pra vocês. – cerca de passos e nos assentamos na mesa rodeada por aparelhos e computadores além de várias folhas onde haviam diversos cálculos, estava uma completa bagunça.

— Meu deus, parece que um tornado passou por aqui. – a latina comentou e o homem soltou uma risada sem graça jogando fora uma caixa de pizza velha. — Então? – perguntou quando o mesmo se assentou.

— Os sistemas de segurança para esses arquivos do governos são extremamente complexos e difíceis então sim, eu levei meses até decodifica-los e saber o motivo de tanta "segurança". – ele abriu seu notebook, digitou e virou para que víssemos a tela. — Basicamente, o projeto A-123 ou projeto alpha não era um simples treinamento militar e sim, testes de laboratórios em humanos, isso vai contra a diversos artigos dos Direitos Humanos além da ética na ciência. – eu e a morena escutávamos atentamente as palavras que saiam da boca do jovem. — Aparentemente os testes cessaram em 1998 e não há registros do motivo de tal.

— Céus... – Camila ainda parecia digerir. — Se isso vir a tona, o governo pode ser processado por bilhões e talvez até mais.

— Você encontrou nomes envolvidos nesse projeto? – perguntei e ele assentiu.

— Ethan Mitchell. – suspirou. — Mas além disso apenas relatórios de exames do progresso do projeto no corpo do infeliz.

— Preciso desses documentos impressos, pode fazer isso para mim Shawn? – a latina perguntou e o maior assentiu indo até uma outra parte do automóvel.

— Isso é bizarro. – comentei passando a mão pelos cabelos nervosa com toda a situação.

— Você sabe que temos ter cuidado a partir de agora, vamos ter o máximo de cautela ao discutir sobre isso. – ela disse segurando minha mão e eu fitei seus olhos me perdendo neles.

— Não importa o que acontecer, eu ainda estarei aqui. – segurei sua mão mais forte e ela deu um sorriso casto antes de seu amigo se fazer presente no cômodo e nos afastarmos.

— Aqui Mila. – entregou os papéis a mulher que agradeceu e logo fomos até a porta onde eles se despediram. — Tomem cuidado e não confiem em ninguém, certo? – assentimos e saímos daquele lugar.

(...)

Eu tinha meu olhar longe pela janela do café, eu estava correndo um grande risco assim como Camila, os noticiários já se perguntavam onde Sirius estava pois eu não dava as caras por uns dias. Suspirei e a latina veio até mim com dois copos de bebidas quentes.

— Obrigada. – bebi do meu café. — Cappuccino com dose extra de caramelo? – perguntei e ela soltou uma leve risada, era tão bom escutar aquele som e estar ali, por um momento me sentir livre de todas as coisas, todas as responsabilidades e afins.

— Claro. – respondeu me fitando com seu mar castanho. — Precisamos conversar sobre ontem. – umedeci os lábios arqueando as sobrancelhas.

— Eu beijo mal? – perguntei e nós rimos, ela então se aproximou se assentando mais perto de mim negando com a cabeça tendo um sorriso tímido nos lábios.

— Não, você beija bem. – respondeu quase num sussurro. — Muito bem.

Reprimi um sorriso pensando nas coisas que ela despertava em mim, talvez eu tenha encontrado minha paz naqueles olhos e minha perdição em seus lábios. Eu provavelmente devo estar louca por estar admitindo mas

Eu estava apaixonada por Camila

Com todas acontecendo e todos os riscos físicos  e emocionais, eu queria tê-la desde o momento que a vi.

— Na verdade, eu... – suspirou. — Eu acho que gosto de você S/n. E isso é ridículo porque nós nos beijamos apenas uma vez mas foi ali que eu tive certeza mais do que nunca disso, eu não quero mais mentir para mim mesma e nem para você.

Então eu a beijei, sentindo o gosto do caramelo e do paraíso em seus lábios minha mão foi até sua nuca onde eu me permiti viver, as batidas em meu coração se assemelhavam a marretadas e eu ainda me perguntava como essa mulher tinha esse efeito sobre mim.

— E eu acho que isso foi sua resposta. – eu disse quando separamos nossos lábios.

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