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Dias atuais, New York.
Estados Unidos.

“— A heroína mascarada intitulada por Sirius, foi vista combatendo o crime. Dessa vez, uma quadrilha de traficantes que eram procurados pela NYPD há dois anos”. – a voz da jornalista soou pela televisão, continuei a comer meu cereal enquanto olhava de relance para o aparelho.

— Seja lá quem for essa garota, ela fica sexy vestindo lycra. – Selena disse tomando do seu café e eu dei uma leve risada.

Há exatamente cinco anos atrás eu havia a conhecido sendo colocada como colega de quarto dela na faculdade e me tornado melhor amiga do ser humano mais louco possível do planeta, depois dos meus pais a morena era a única pessoa na qual eu confiava com toda minha vida. Enfim quando formamos, decidimos comprar um apartamento pela cidade, é surreal pensar por todo caminho que tracei, desde meu pai Timothy chorando para que eu fizesse fotografia em uma faculdade local até aspirante a heroína numa máscara e um uniforme negro com detalhes azuis.

Eu me sentia na obrigação de fazer algo em relação a humanidade, eu precisava então um belo dia resolvi ver vídeo aulas de costura e fazer meu próprio uniforme, assim como a máscara. Então comecei a fazer meu trabalho "extracurricular", combater o crime.

Eu tenho que dizer o quão isso chamou a atenção da mídia?

Logo vieram os questionamentos sobre a tal "sobrehumana", então me recordei da minha herança, um cordão com o pingente da estrela Sirius.

A cada ato de valentia, eu me recordaria das forças de caráter que é necessário se ter para não ser como eles.

— S/a? – a morena estalou os dedos em minha frente me fazendo sair do pequeno devaneio. — Eu estou indo para o tribunal, então até o almoço. – sorri sem dentes e ela me deu um beijo na bochecha.

Selena é uma mulher linda, além de ter todo um carisma e intelecto. Afinal era advogada e uma das melhores da cidade, prova disso é que trabalhava num dos maiores escritórios locais.

— Até Sel. – eu disse e assim que escutei a porta se fechar corri até meu quarto vestindo meu uniforme, fui até o último andar e decolei tentando escutar algum sinal da polícia aérea sendo alertada.

[...]

[anexo de foto da heroína Sirius por S/n S/s]

Talvez deva considerar que ela esteja tentando ajudar.

Atenciosamente, S/n S/s”.

Enviei o e-mail para Sr. Morato, diretor do Jornal no qual eu trabalhava, desde o "meu" aparecimento na mídia o senhor de idade fazia questão de colocar uma imagem errada sobre "mim" em seus artigos, diversos deles "eu" era chamada de "delinquente".

Sim, muitas aspas por que tecnicamente é da Sirius que estamos falando.

Enfim, o caso não é esse mas vocês entenderam, olhei em meu relógio de pulso e praguejei por estar atrasada para o almoço com Selena. Ia me levantando para ir embora daquele café quando uma mão encostou delicadamente em meus ombros, virei minha atenção rapidamente para a mulher com traços latinos bem desenhados.

Ela tinha olhos nos quais eu não conseguia tirar minha atenção, sua beleza extrema me fez dar um suspiro e abrir a boca e fecha-la sem reação alguma. Meus sentidos haviam sido esvaídos e meu corpo não obedecia meus neurônios que enviavam comandos.

— Oi. – ela disse e eu engoli em seco sentindo minhas mãos suarem frio.

Eu sequer conheço ela, por que disso?!

— Oi. – eu disse e ela deu um sorriso, pude sentir meu coração desmanchar com o ato.

— Eu vejo tuas fotos no Clarim Diário, são incríveis. – a mulher disse e eu mordi meu lábio inferior pelo nervosismo. — Sou uma admiradora, Camila Cabello. – se apresentou.

— Uma admiradora? – eu realmente me surpreendi. — É um prazer conhecê-la.

— É, apesar de ser uma amante da escrita também gosto de fotografia. – ela explicou, dei um sorriso sem dentes colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Então você é uma jornalista ou algo assim? – perguntei e ela concordou.

— É mas eu trabalho pra sua concorrente então... – deu ombros.

— "Isso" não deveria estar acontecendo. – apontei para nós duas e rimos.

— Mas de qualquer forma não me importo. – ela umedeceu os lábios e meu corpo entrou em alerta.

— Eu estou atrasada para um compromisso, então se você pudesse me dar- – eu disse coçando a nuca e ela fez uma expressão preocupada.

— Céus, eu não queri-

— Relaxa, me dê seu telefone e continuamos essa conversa saudável sobre o mercado da mídia. – eu disse e ela deu uma leve risada, estendi meu celular a ela que digitou o número logo disquei para o mesmo, o celular dela soou e eu sorri. — Feito.

— Então, até mais? – perguntou e eu assenti, acenei para a mesma antes de pegar um táxi.

[...]

— Você encontrou a Sirius no caminho até aqui?! Puta merda, você demorou. – resmungou batendo o pé, uma cena no mínimo cômica. Não deixei de rir e a abracei, logo fizemos nossos pedidos.

— Vai haver uma festa da turma do escritório e você vai. – ela disse e eu franzi o cenho.

— E por que eu deveria ir? Você sabe, eu não suporto festas. – revirei os olhos.

— O Justin vai estar lá com a nova namorada dele, por favor não me deixe enfrentar aquilo sozinha. – colocou um bico nos lábios e eu suspirei massageando as têmporas.

— Enfrentar o fato de que você não precisa de alguém para suprir seu ego como ele? Qual é Sel? – segurei suas mãos fazendo um leve carinho ali. — Mostre que não precisa disso... – sorri sem dentes e um sorriso se formou em seus lábios.

— Eu realmente não sei o que faria sem você. – fiz uma expressão vitoriosa e nós rimos, então o riso de cessou dando lugar a voz do apresentador do jornal que dizia sobre as enquetes populares.

“Você acha necessário o trabalho da Sirius para New York?”

80,6% sim
20,4% não

Arqueei as sobrancelhas, eu daria uma fortuna para ver a expressão do Sr. Morato neste exato momento. Então nossos pedidos chegaram, fizemos nossa refeição em meio conversas e piadas internas das quais não haviam graça.

Havia alguma possibilidade desse dia melhorar ainda mais?

n/a: eu sei que demorei, me linchem k k

strenght | cc + you Onde histórias criam vida. Descubra agora