Meus olhos pousaram sobre a casa que a agora tinha cor de creme estampando as paredes, não pude evitar sorrir.
Eu finalmente estava em casa.
Por um bom tempo não tinha essa sensação que apenas esse lugar me traz, a casa dos meus pais era um pouco afastada do centro da cidade e certa paz me consumiu por apenas sair do caos novaiorquino. Respirei fundo e fitei a mulher ao meu lado, descemos as malas e escutamos latidos seguido de um cão. Era Max, o golden veio correndo até mim e pulava em alegria.
- MAX! - abracei o mesmo e o afaguei. - Também estava com saudades amigão. - virei minha atenção para a morena que nos olhava com afeição, dei um sorriso casto e ela se abaixou para fazer um carinho no cão que latiu em aprovação. - Acho que ele gostou de você.
- Sério? - perguntou e eu sorri vendo a interação dos dois.
Então a porta se abriu revelando uma figura masculina, era meu pai Timothy.
- Eu não acredito... - disse caminhando até mim e eu o abracei forte. - Minha filha, por que não avisou que viria? - acariciou meus cabelos e vi seus olhos se encherem de lágrimas. - Senti tanta saudade.
- Eu também pai, eu também. - o abracei novamente. - Ah, essa é Camila. - ela apertou a mão do mais velho. - Uma... Uma amiga.
- É um prazer conhecê-lo senhor Timothy.
- Sem formalidades, apenas Timothy ou sogro. - a vi dar um sorriso sem graça.
- Pai?! - sussurrei chamando a atenção do homem que deu uma risada.
- Bom, vamos para dentro? Vocês devem estar cansadas. - pegamos as malas e entramos, estava quase tudo como antes. - Seu pai Nicholas irá surtar, sabe que ele tem problema de coração mocinha.
- Foi de última ho-
- OH MEU DEUS! - então senti os braços do mais velho me rodearem. - É você mesmo? Está tão bonita céus! - acabei por rir, Nicholas sempre foi mais "coruja" em relação a mim e é cômico porque tenho 21 anos e ele continua com essas manias. - E essa é a namorada?
- É... Quer dizer, não. - cocei a nuca disfarçando o quão envergonhada estava com a situação. - Não, essa é Camila apenas uma amiga. - me expliquei praguejando internamente.
- É um prazer. - a morena disse com um sorriso encantador.
- Seja bem vinda querida, vou preparar o jantar para vocês. - anunciou. - Devem estar morrendo de fome, aquela comida de avião é um horror! - levantou as mãos em rendição. - Enquanto isso podem ir se acomodando.
Subimos as escadas até meu antigo quarto, os móveis ainda estavam no mesmo lugar mas a maioria das minhas coisas eu havia vendido na garagem de casa para pagar a faculdade, só restavam algumas fotos e uns livros do colegial.
- Tem certeza que acha uma boa idéia eu ficar aqui? Eu não quero incomodar você e seus pais. - Camila disse e eu revirei os olhos.
- Já conversamos sobre isso, você pode ficar aqui sua boba. - segurei suas mãos. - Meus pais são tranquilos e gostaram de você ainda por cima. - um sorriso se formou nos lábios dela.
- Acha mesmo? - se sentou na minha cama. - Sei lá, são seus pais. - fez uma careta de tensão e rimos, me assentei ao seu lado.
- E nós somos amigas, eu acho. - eu disse e ela deu uma risada fraca.
- Amigas? - perguntou cínica.
- É, o que mais poderia nos definir?
- Muitas coisas podem nos definir S/n.
- Obrigada, isso explicou muita coisa. - rimos e eu fitei seus olhos.
Droga de castanhos!
Nem me dei conta de que estávamos nos aproximando cada vez mais, talvez por uma necessidade interna que sentia dela. Sentia vontade de seus lábios mas tinha medo o suficiente pra me não me permitir a tal, eu nunca havia ficado tão próxima de alguém em toda minha vida e nós estávamos apenas nos conhecendo. Quer dizer, poderia não ser tão especial para ela quanto é para mim.
Nossos lábios estavam quase se encostando quando Max pulou na cama nós fazendo nos afastar, deitei de bruços na cama praguejando o cachorro que trazia uma bolinha na boca.
Justo agora Max? Sério? Brincar?
(...)
Estávamos todos na mesa de jantar aproveitando daquele momento, meu pai Nicholas havia preparado lasanha que é meu prato favorito. Estava simplesmente maravilhoso, até meus pais começarem a contar histórias constrangedoras sobre mim quando criança, eles até mostraram o álbum de fotos para Camila. Ela apenas ria e me lançava alguns olhares de vez em quando.
- Tá bom chega né? - peguei o livro. - Já está tarde e estamos muito cansadas. - encenei um bocejo e ofereci minha mão a mulher que segurou se levantando.
- Ela é sem graça assim mesmo, não liga não querida. - Nicholas disse cruzando os braços.
- Obrigada por tudo senhor-
- Shhh. - meu pai interrompeu. - Boa noite pra vocês e direto pra cama.
Caminhamos até o quarto, a morena iria dormir na minha cama e eu em uma improvisada no chão. Por muita insistência consegui convencê-la de que dormir ali não me incomodaria, me deitei e me pus a fitar o teto. Eu estava sem sono pois a dona dos olhos castanhos fazia questão de tirá-lo de mim.
Merda.
n/a: eai

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strenght | cc + you
Fiksyen Peminatna qual camila é uma jornalista que se apaixona por s/n, fotógrafa e super heroína nas horas vagas.