× CAPÍTULO DOIS - ALLERGIC TO PEOPLE ×

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"Pessoas mentirosas podem ser merecedoras do meu perdão, mas nunca da minha confiança e respeito."
- Anônimo

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Ignora, ignora, ignora.

Emanuel Lorenzoni, como já havia falado é o garoto mais galinha de toda a escola. Assumo que ele é lindo, mas o que tem de encanto em seus olhos negros e seu maxilar definido tem de maldade na mesma intensidade.

E me pergunto como vim parar na mesma sala que esse garoto desprezível, o idiota reprovou. Terei que suportá-lo um único ano, se ele tiver a sorte de reprovar novamente. E eu conto com isso!

Voltei a olhar para frente e ignorar os seus chamados, se eu tiver sorte ele entenderá que eu não quero conversar. Mas nem para isso ele presta, não consegue aceitar uma rejeição. Inacreditável.

Lorenzoni puxou uma cadeira colocando-a do meu lado. Com as pernas abertas sentou-se e apoiou os braços sobre a encosta da cadeira.

- O que você quer? - Perguntei revirando os olhos evitando olhá-lo.

- Será que dá para você parar de me ignorar? - Implorou. Se eu fosse qualquer outra garota, cairia em sua lábia, mas já sabia como o seu joguinho funciona.

- Me dê um bom motivo para eu começar a notá-lo, Emanuel? - Encarei seus olhos negros. Quase me preocupei quando vi seu olho roxo e o lábio carnudo inferior cortado. Ofereceria ajuda, mas logo lembrei-me o real motivo que o levou a se envolver em uma briga.

- Eu já pedi desculpas pelo que aconteceu! - Rebateu.

- Como se pedir desculpas fosse resolver tudo, né babaca?! Fala de uma vez, dessa vez quer me usar para pegar qual garota?

- Não quero lhe usar para pegar ninguém. Se eu quiser pegar alguma guria*, pego sem precisar da sua ajuda, só imaginei que já que vamos ficar um ano todo juntos, deveríamos nos entender. - Disse aproximando seu rosto ao meu. Cheirinho de hortelã com menta.

Desviei o olhar rapidamente, Emanuel não me fazia falta, me fazia raiva.

- Eu não me importo nenhum pouquinho para o que você acha. E não estou disposta a me arriscar como me arrisquei para ser difamada e humilhada frente a toda sala por se envolver novamente com você. Agora pode me deixar em paz e voltar para os seus amiguinhos. - Dei ênfase na última palavra. Emanuel tinha uma grande dificuldade em encontrar amigos de verdade e se conformava com qualquer um que não quisesse soca-lo.

- Você continua uma garota idiota, Layla Mails. Deve ser por isso que ainda anda sozinha. - Jogou a cadeira de lado e se retirou. Típico de Emanuel Lorenzoni quando não consegue algo que quer ele simplesmente insulta.

Você continua uma garota idiota, Layla Mails. Deve ser por isso que ainda anda sozinha. Suas palavras ecoavam em minha cabeça e sem perceber, eu estava o encarando no fundo da sala.

Você continua o mesmo galinha, Emanuel Lorenzoni. Falei mentalmente.

Eu disse que nunca havia namorado, era verdade, mas o que não havia falado era que já tinha me apaixonado. No meu primeiro ano de ensino médio, ano passado.

Eu era ingênua e acreditava em todo mundo e isso me levou a ter uma grande dor em mim. Acabei me apaixonando pelo garoto mais popular da escola quando o assunto era voleibol. Paixonite típica de um filme americano. O garoto era ator de Hollywood e eu, bom... era apenas eu. Eu nunca teria me aproximando de Emanuel se ele não estivesse tão próximo. Na escola nunca nos esbarravamos, ele sequer me notava, mas o que causou minha infelicidade foi vê-lo na casa da minha melhor amiga.

Errar, Amar e RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora