× CAPÍTULO CINCO - FALA SÉRIO ×

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"Seja como flor, mostre sempre sua beleza independente à quem for."

-McPandoha

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- O que uma garota faz sozinha a essa hora da noite? - O latido rouco e forte de Hulk fez Emmanuel estremecer ao prova-lo que eu não estava sozinha, muito pelo contrário, bem acompanhada.

Se eu soubesse tudo que aconteceria no restante daquela noite, eu não teria ido aquela praça, não teria saído de casa. Acho que nem ao menos teria saído do quarto, assim eu até evitaria cinco perfeitos dedos marcando minha bochecha, uma briga e o fato de odiar menos o Emmanuel Lorenzoni.

- Me poupe, Emannuel. Se poupe e nos poupe!! - Tentei acalmar Hulk fazendo carícias de leve no pé de sua orelha. Era o ato que o fazia entender que estava tudo bem, que estávamos no meio de amigos mesmo o Emannuel não sendo um.

Hulk só precisava entender que eu estava segura, embora eu tivesse vontade de mandar ele arrancar as bolas de Manuel a qualquer momento.

- Cachorrinho lindo. - Consegui senti o sarcasmo e o medo em sua voz. Foi engraçado de ver o lado medroso de Emannuel, era clamo e aparentava ser facilmente controlado. - Como se chama?

- Hulk Merlin. - Falei acariciando sua cabeça após o mesmo repousa-la sobre o meu colo. Ele amava fazer amigos, sabia claramente que valia a pena conhecer cada pessoa que não tivesse medo dele, mas por algum motivo ele não se esforçava em virar amigo do Emannuel. Choramingou. - O que foi garoto?

- Ele é muito lindo. - Emannuel tentou se aproximar, mas meu amigo pareceu não gostar muito do movimento já que deu dois fortes latidos. - Não sabia que gostava de cachorros. - Emannuel percebeu que não era muito bem-vindo e permaneceu em pé.

- Tem muitas coisas que não sabe sobre mim. - Resposta clássica, porém convincente.

Manuel deu a volta e sentou-se ao lado oposto de onde Hulk estava e pouco longe de mim, apoiando-se na árvore só sendo possível de vê-lo se eu inclinasse o corpo em sua direção.

- O que faz aqui? - Fiquei olhando o céu pontilhado com cada estrela linda à brilhar.

- O mesmo que você, - sua voz saiu quase em um sussuro. Eu não podia vê-lo, mas conseguia imaginá-lo com a cabeça apoiada no troco da árvore com os olhos focados apenas em uma única estrela. - Então pode simplesmente me dizer o que você faz aqui, para só assim eu descobrir o que estou fazendo também? - Engraçado que ele rebateu com a mesma pergunta que fiz.

- Precisava pensar e acabei parando aqui.

- Interessante. Então, eu estou pensando também. - Com isso, ele com certeza estaria sorrindo. - E no que estamos pensando? - Sua voz quase me convenceu a se abrir ali naquele momento e lhe contar tudo que estava acontecendo que eu nem ao menos tive coragem de dizer as minhas amigas. No entanto, eu me lembrei com quem eu falava.

Emannuel não era a pessoa mais confiante que eu conhecia. Um passo em falso, tudo que ele fez para me magoar um dia, aconteceria novamente. E é sempre assim que tudo começa, fingindo ser amiguinho.

- Para sua infelicidade, eu não confio tanto em você para compartilhar todos os meus sentimentos, Emannuel Lorenzoni. - Eu espantava os pensamentos que diziam que ele estava de alguma forma diferente. Embora eu não conseguisse notar isso ao vê-lo, mas eu conseguia sentir.

Gostava de imaginar que era porque eu precisava conversar com alguém sem ao menos precisar olhar-lhes nos olhos. Assim, em nenhum momento eu correria o risco de ser julgada com os olhos de uma outra pessoa que não faz a mínima ideia do que estou sentido. E sem querer, Emmannuel acabou me proporcionando tudo que eu queria, uma conversa no anonimato, no entanto, a gente se conhecia. Era sempre tão mais fácil de alguma forma se abrir com pessoas que nunca vimos na vida do que uma que sempre esteve no dia-a-dia.

Errar, Amar e RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora