Esse é um capítulo bem curtinho só para que vocês, leitores, tenham uma ideia de como será essa história que envolve amor, amizade, perdão. Não vou me prolongar muito nas notas, só indico que para esse capítulo, vocês escutem a música COMING HOME - SIGMA FT. RITA ORA (deixei o linkzinho logo acima). Para quem está chegando agora, espero que gostem e comentem bastante. Para quem já está nessa comigo há mais tempo, peço que se atentem a alguns detalhes que mudarei nesse processo de reavaliar cada capítulo e é isso. Aproveitem muito!!
08 de Agosto/ 19:07 pm/ Newark, NJ, Estados Unidos
Point Of Views Camila Cabello
O medo é uma reação involuntária que nos ajuda a responder rapidamente a ameaças. É um mecanismo de sobrevivência. Quando nossos sentidos detectam uma fonte de estresse que pode representar uma ameaça, o cérebro ativa uma cascata de reações que nos intimidam a lutar por nossas vidas ou a fugir o mais rápido possível.
Nos filmes, costumamos xingar os personagens quando eles paralisam diante o perigo. Porém esquecemos que isso é apenas uma reação, não é algo que podemos controlar. Mesmo entendendo a química que comanda nossas ações, mentalmente, eu me xingava assim como xingaria o mocinho, porque é frustrante desejar agir e, simplesmente, não conseguir.
Como em uma obra de terror, eu estava literalmente paralisada de medo. O meu coração martelava e parecia ser o único músculo funcionando dentro de mim. Apesar de saber que uma hora eu precisaria ir até o outro lado e bater a porta, todo o resto do meu corpo se negava a caminhar para o seu destino. Exatamente como as mocinhas dos filmes, quando caem e se arrastam pelo chão sem conseguir levantar, eu não conseguia me mexer. No caminho até aqui as minhas pernas pesavam feito chumbo. Agora, eu sentia o peso aumentando na mesma proporção que o medo acomete alguém, rápido e silenciosamente.
No fundo, eu sabia o que precisava fazer. O medo cega as pessoas, contudo, ainda assim, eu conseguia enxergar algumas coisas e, uma delas, era a certeza de que eu precisava retomar o controle da minha mente para parar de pensar no passado, para que só assim a história que eu tive com a Lauren deixasse de ter tanto poder sobre mim. Eu só precisava me concentrar em todo o resto que a excluísse. Mas isso sempre fora extremamente difícil, porque, a verdade era que, desde o primeiro dia em que a vi, quando ela trombou comigo no corredor, derrubando todo seu café na minha blusa, eu não parava de pensar nela. Algo que nunca tinha me ocorrido e eu nunca tinha admitido, até o momento.
A princípio, Lauren era só uma garota que eu não podia ter. Ela não só tinha um namorado muito devotado, como fazia um milhão de comentários sarcásticos sobre os adolescentes ricos e privilegiados com quem sempre esbarrávamos em festas e nos corredores do colégio particular onde estudávamos. Pelo menos até descobrir que eu era um deles. Aquilo fez com que ela se calasse por um tempo. Ela simplesmente havia deduzido que eu fosse bolsista como ela e o resto das meninas, porque, afinal, eu fazia parte do círculo delas e não das pessoas que eram da mesma classe social que eu. Na verdade, a única exceção era a Verônica.
De qualquer modo, eu já percebia um detalhe em mim e passei a perceber ele em todos. As pessoas sempre querem o que não podem ou não devem ter. Isso serviu para me atrair a Lauren como um ímã. Eu sabia que não era só eu que gravitava em torno dela. Nos tornamos melhores amigas, mas existia algo a mais e eu podia sentir que era recíproco. Algo no meu interior me dizia isso. Porém, na última festa em que fomos juntas com todos os nossos amigos, a verdade me acertou como um soco no estômago, daqueles que te deixam sem ar por longos minutos e te causam dor por horas.
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Walking The Wire
FanfictionÉ engraçado como acreditamos estar curados de um coração partido até estar perto de quem o partiu. Mais engraçado ainda é quando achamos possuir algum controle sobre o que sentimos e por quem sentimos. Não possuímos controle algum quando se trata de...