5. Ágape

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Meu objetivo principal em colocar o pov de vários personagens é para que vocês possam entender um pouco de cada um, suas individualidades e, principalmente, seus sentimentos. Essa fic é sobre amor, é claro, mas nãos se restringe só a isso. Existe amizade, irmandade, muita coisa. Torço para conseguir fazer isso (passar, para vocês, o que esses personagens são) de forma que não fique confuso, mas, caso eu fracasse nisso, manda um recado para mim ta bem? 

Enfim, esse também é um dos capítulos que eu mais gostei de escrever, porque usei filosofia nele. Espero que vocês se divirtam e comentem. É isso. Boa leitura.



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11 de Agosto/ 08h:02min  / Manhattan, NY

Verônica Iglesias point of views


Na Filosofia existem três divisões independentes do que é o amor. Eros, Filos e Ágape.

O amor Eros, fora definido por Platão como um amor ligado à ideia do desejo. Amar alguém, então, significa um desejo muito forte que você tem por alguém.

O amor Filos, definido por Aristóteles, é um amor ligado à ideia de alegria. Amar alguém é sentir-se alegre com a pessoa que você divide a vida e os sentimentos.

Já o amor Ágape, dentro do pensamento cristão, é o amor idealizado pela renúncia. Amar alguém é ter uma atitude de amor com o outro sem esperar nada em troca.

O significado de amor, portanto, são vários. Para a Filosofia há três divisões, para o dicionário há um conceito, para a ciência há uma explicação hormonal e todos, a sua maneira, estão corretos porque, no fim, o amor é um sentimento do qual não se pode definir apenas de uma forma já que cada um o sente de maneira diferente.

Você sabe que é amor quando se entende com a outra pessoa; quando as suas piadas e as dela, por mais sem graça que sejam, te faz rir como se fossem as melhores piadas do mundo. Você sabe que é amor quando nem mesmo dormir sozinho parece tão bom, porque assim ficará sem vê-la e não há nada no mundo que substitua o prazer de dormir junto com quem se ama.

Era assim que eu me sentia com a Lucy. Não me restava dúvidas de que ela era o amor da minha vida.

Minha definição de amor era acordar, virar na cama e vê-la ainda dormindo ao meu lado. Era admirar as suas sardas nas costas e todas as suas pintinhas. Era a sua respiração ofegante e o suor dando brilho a sua pele depois do sexo. Era o seu sorriso largo. Seu olhar que me secava e me dizia tudo sem que ela precisasse abrir a boca. Lucy Vives é a minha definição de amor. Sua matéria, seu corpo, sua mente. Ela.

— Bom dia, coisa linda — sussurrei no ouvido da Lucy e depositei um beijo na sua nuca coberta só pela fina tatuagem.

Lucy resmungou um pouco, mas então abriu os olhos e sorriu. Olhando para ela, meu coração acelerou. Eu nunca me cansaria de vê-la acordar e sorrir para mim desse jeito.

— Bom dia, meu bem — disse ela baixinho, se mexendo na cama e vindo para mais perto de mim. — Dormiu bem? — perguntou e eu soltei uma gargalhada. Nós mal dormimos.

— Nah — exclamei. — Mas sabe, se for para ficar acordada todas as noites com você daquele jeito, eu não reclamaria...

Lucy revirou os olhos, mas logo sorriu com a língua presa entre os dentes. Levantou um pouco o corpo, deixando o lençol cair por suas costas. Não havia nada a cobrindo agora e meus olhos, percebendo isso, desceram para os seus seios.

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