10. Sensação.

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Oi gente, tudo bom com vocês? Perdoem a demora, juro que queria ter voltado antes, mas não é sempre que as coisas fluem e como eu sou uma chata, fica ainda mais complicado. Mas, de qualquer forma, espero que vocês gostem e comentem bastante esse capítulo que acabou sendo um pouco diferente do que e de como eu costumo escrever. Espero não ter me perdido, também. Não escolhi música alguma para ele, mas vou deixar aqui duas músicas que eu escutei bastante enquanto escrevia o pov da Camila (sorry - aquilo e 3:00 AM - finding hope). Erros, já sabem né, depois corrijo. 

Beijos!!


17 de Agosto/ 23h39min/ Manhattan, NY

Vero Iglesias point of views


A verdade pode ser perigosa, pungente, pacífica e libertadora. Assim, simultaneamente em um lento e, às vezes, angustiante processo. E, é justamente essa parte, a parte da aflição, do sofrimento, que as pessoas omitem. Veracidade não significa tranquilidade. Acreditar nisso seria o mesmo que acreditar em uma frágil mentira, porque, no fim das contas, a verdade nem sempre é o que esperamos ou estamos preparados para ouvir. Às vezes, a verdade não é tão leve para ser dita ou ouvida. Às vezes, junto a franqueza, uma bagagem grande e pesada de sofrimento, mágoas, tantos sentimentos conexos e, ao mesmo tempo, tortos, fazem-se presentes. São esses sentimentos, os que machucam, nos consomem e complicam que assumem o controle.

Os sentimentos tortos são os mais perigosos, pois em momentos de angústia pode levar alguém ao vazio e, consequentemente, agir fora dos seus próprios acordos. Perigo, dor, pacificidade dependem do envolvimento. Porém, o que se faz com a liberdade da compreensão, é independente. Uns processam, digerem e, só então, reagem. Outros, no entanto, são impulsionados a agir antes de pensar. Mas eu não me daria a permissão para ações impensadas, porque, se assim permitisse, transferiria a raiva que senti da Camila para a Lauren e, isso, eu não queria. Não queria a transferência de um sentimento pesado, do sentimento que, no fim, mostrou-se precipitado. O que eu, de fato, queria era a chance de observar, de ouvir a outra versão da história e, então, encaixar as respostas das perguntas que borbulhavam na minha mente.

Apertei a caneta entre os dedos antes de jogá-la sobre os papéis espalhados pela mesa. Esfreguei os olhos e um suspiro cansado se desvencilhou de mim.

— Qual o problema? — Lucy questionou e eu neguei com a cabeça, voltando a atenção para os papéis a minha frente. Mas, enquanto os meus olhos passavam lendo e relendo a mesma linha do documento, eu podia sentir que a Lucy continuava me encarando, a espera. — Conversa comigo.

Balancei a cabeça e joguei o corpo para trás, apoiando as costas na cadeira.

— Não é nada — disse eu. — Só algo que a Camila me disse e que eu não consigo parar de pensar.

— Por que você não conversa com ela? — quis saber Lucy. — Vocês se entenderam, não é?

— Sim, mas não é isso. Quer dizer, é isso ou sobre isso. Mas não é com ela que eu preciso conversar — respondi e mordi o lábio, pensativa.

Lucy franziu as sobrancelhas, confusa.

— Não sei se estou entendendo.

— É que eu não sei como tocar no assunto — disse eu e deixei a frase incompleta quando passei a procurar pelo celular que vibrava em algum canto da mesa. Encontrei o aparelho sob um dos livros abertos e li as mensagens da Dinah. — A Dinah quer que a gente vá encontrar com ela e as meninas nesse buraco — virei o celular para que Lucy pudesse ver a localização.

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