Walking The Wire

7. Eu estava te procurando.

Agora que o último capítulo que já tinha sido postado, foi respostado por ter sido revisado, o cap novo vai vir em breve. Estejam preparadas. 

Para esse capítulo indico a música The Other Side - Ruelle. Escrevi ouvindo ela e e é essa música que está no capítulo, já que ele foi inspirado nela. 

Boa leitura, bjo bjo

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14 de Agosto/16h30min/ Casa do Lago

Camila Cabello point of views

Quando alguma coisa não acontece de acordo com o planejado, o ser humano tende a se entregar ao stress e desespero. Em momentos como esses, o nosso cérebro passa por mudanças, acionando uma de suas estruturas, chamada de hipotálamo. O hipotálamo ativa a liberação de hormônios como o cortisol e adrenalina, hormônios que preparam o corpo para se defender. Ao mesmo tempo, o cérebro aumenta a produção de endorfina, substância que tem efeito analgésico, tornando, assim, o corpo menos sensível a dor.

Uma vez liberados, esses hormônios provocam reações fisiológicas, como o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e do ritmo da respiração. Como, também, causam uma reação orgânica no hipocampo, que é a área do cérebro associada à memória. Por isso que a atenção e a capacidade de raciocínio ficam prejudicadas do mesmo jeito que respirar torna-se um desafio.

Então, quando alguém pede para que outra pessoa respire em um momento como esse, ela precisa respirar. Focar na respiração é a solução, porque, nessas horas, esquecemos o jeito certo de respirar.

Era isso que eu tentava fazer, mostrar a Ally como respirar. Ela estava inquieta, andando de um lado para o outro, tornando minha ajuda inútil e a aproximação de qualquer outra pessoa impossível.

Olhei para o lado de fora através da porta de vidro e o Troy estava parado de frente para ela. De todos, era o que parecia mais calmo. Mas só parecia. Primeiro, era o jantar de noivado dele e segundo, porque ele não se movia, não tentava, como todo o resto, soluções. Ele apenas encarava o céu escuro como se alguma resposta fosse cair das nuvens junto com toda chuva.

Ninguém parecia notar que ele também estava desesperado. Estavam preocupados demais em evitar que a All explodisse e afundasse o chão com os pés para enxergar que o silêncio do Troy era por puro desespero. Incomodada por vê-lo tão isolado, caminhei na direção do Troy. Ele nada disse, então mantive o silêncio.

— Sabe — começou a dizer ele e eu virei o rosto para encará-lo. —, agora estou considerando seriamente me casar em um local coberto. — Riu e eu neguei com a cabeça, achando graça. Era esse o humor do Troy, então. Piadas fora de hora.

— Sabe — coloquei as mãos no bolso —, não seria má ideia.

Ele soltou um suspiro pesado e voltou a olhar para o céu. Seguindo seu olhar, o céu virou minha vista também, mas o vidro da porta refletia o que acontecia aqui dentro. Então, enquanto observava o céu, também era possível ver a Lauren e Verônica tentando acalmar a Ally com vinho. Era divertido ver como as duas não sabiam reagir a situação, considerando as áreas em que trabalhavam. Jornalistas e advogadas lidam com todo tipo de situação.

Observá-las, de alguma forma, me deu uma ideia.

Virei sobre os calcanhares e analisei a casa. A cozinha era grande para receber o buffet e toda comida sairia dela de qualquer jeito, então não seria trabalhoso para os garçons. A sala não era imensa, mas se todos os móveis fossem removidos, teria espaço para algumas mesas. Se removida a divisória entre a sala de estar e a de jantar, caberia a mesa extensa que Lucy e eu pensamos em colocar do lado de fora, para que os noivos e as pessoas que discursariam, sentassem. Não ficaria perfeito, mas perfeição era o último dos problemas.