Capítulo 13 - Verdade

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Renato e íris desafivelam os cintos, ao mesmo tempo em que os outros carros estacionam, vindos do hospital. 

- Algum sinal deles? - Fabrício pergunta, assim que fecha bruscamente a porta do carro atrás de si.

- Deles não, mas... - Íris não tem certa sobre como relatar a explosão vista para os outros. 

- Nós vimos algo muito estranho, quase como... - Renato respira fundo enquanto escolhe as palavras certas. - Algo sobrenatural? 

- Sobrenatural? - Paulo ri. - Como o que? Magia? 

- Eu já ouvi falar sobre isso! - Fabrício toma a palavra. - Quando situações extremas de estresse causam visões alucinógenas...

- Não foi alucinação! Eu tenho certeza do que vi! - Íris afirma. - Uma luz, um túnel, não sei explicar...

- Deve ser tudo obra daquela Lorena. - Luana acusa. - Eu sempre estranhei o jeito dela, aposto que deve ter algum envolvimento com esses grupos de ocultismo.

- Ocultismo? - Teresa revira os olhos. - Não digamos coisas tão absurdas. Estamos todos extremamente preocupados, mas precisamos parar e raciocinar. Nossos filhos estão perdidos e... 

- Pessoal! - Angélica chama a atenção de todos. - Acho que vi algo se mexendo por detrás daquela cortina! - Ela aponta, e logo todos correm para dentro da casa. A pressa, a ansiedade e a saudade dos filhos, faz com que nenhum dos pais e nenhuma das mães perceba a linha mágica traçada por Maria, pela qual todos passam. 

- Que coincidência chegarmos todos juntos, não? - Olívia diz, à frente do grupo. Sua mão se estica até tocar a campainha. 

- Mas escureceu de repente... - Paulo afirma. 

- Um segundo! - Lorena grita, do lado de dentro da casa. Se ouve uma pequena movimentação, mas os casais ainda estão ocupados, tentando compreender o estranho torpor causado pela linha mágica.

Lorena gira a maçaneta lentamente e, aos poucos, dá passagem para cada um dos adultos, que correm para abraçar os filhos. Antes de girar a chave e trancar a porta novamente, Lorena sorri, aliviada pelo seu feitiço do esquecimento ter dado certo. 

A primeira visão que todos têm da sala é do grupo de crianças, que se reúne em um círculo, em um dos cantos do cômodo. Eles giram uma garrafa, enquanto riem expansivamente. 

- Mãe! Pai! - Gabriel é o primeiro que abandona a roda de verdade ou desafio e corre para os braços dos pais. 

- Oi querido! - Teresa lhe abraça com força. - Não achei que você fosse sentir tanto a nossa falta. - Ela ri. 

Aos poucos, cada um dos amigos tenta manter a naturalidade e cumprimentar os pais de forma cotidiana. Mas por trás de cada abraço, eles escondem o alívio de poder ver seus pais de volta e se sentirem livres de qualquer ameaça. 

Samuel é o último que se levanta, ainda um pouco aturdido pelo vai e vem de sua energia vital, mas o abraço em Carlos e Luana funciona como uma injeção nova de ânimo e força. O garoto se contém para não chorar. 

Lorena observa a cena por alguns segundos, antes de anunciar que voltará em alguns instantes e subir as escadas. Depois do corredor mal iluminado, ela dá três batidas na porta de seu próprio quarto e espera que a porta seja destrancada pelo lado de dentro. 

Em sua cama, três mulheres se amontoam, conversando e tentando assimilar os últimos fatos vivenciados.

- Nós temos muito o que conversar! - Lorena as interrompe. - Mas primeiro temos que cuidar de Helena. 

A Última VelaOnde histórias criam vida. Descubra agora