Sweet Child of Mine

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Luiza

AnaLu iria para casa da Aline e eu não podia deixar. Minha cabeça dava milhões de voltas. Eu era uma confusão só. A única coisa que eu tinha certeza é que não queria a minha afilhada junto aquela vagabunda siliconada.

— Ju, me escuta... não vai pra casa daquela vagabunda.

— Lu, não fala da minha amiga assim, velho. Aline é mó parceria cara. – "TEU CÚ!".

— Tá tá... não vá, ok? – falei rispidamente com as mãos nos meus cabelos. Andava de um lado para o outro enquanto ela me olhava com cara de paisagem, como se estivesse se divertindo com o meu desespero.

— Caraca, Lu... eu já combinei e ela falou que vai rolar um body shot, velho... imagina a delícia. – aquilo foi a gota d'água. Me aproximei dela, nossos rostos quase se tocando.

— Porra, você não vai. – falei entre dentes tentando conter a minha raiva.

— Que eu saiba, mesmo tendo idade pra ser a minha mãe como você mesmo disse, você não é. Então eu faço o que eu quiser... – ela quis se virar para ir embora e eu a puxei até um canto escuro jogando seu corpo na parede e colando seus lábios ao meus. Meu beijo era desesperado. Eu forçava a minha língua na sua boca, agarrava sua bunda por baixo da saia, esmagava seus lábios... eu estava tremendo de tesão. A safada embrenhou seus dedos nos meus cabelos e puxou meu rosto ainda mais para o seu como se fosse possível aumentar o contato. Sua perna achou espaço entre as minhas e gememos. A separação ocorreu porque nós duas não conseguíamos mais respirar.

— Você não vai. – falei entrecordada.

— Me dê um bom motivo.

— Minha porta vai estar destrancada.

Nunca me arrependi tanto em ter dito essas cinco palavrinhas "Minha porta vai estar destrancada.". No momento em que falei já queria ter não dito nada. Mas os olhos dela me olhando. Aquele verde azulado... aquele verde que alguns dias estava azul ... pareciam duas chamas ardentes. Ouvimos passos e nos desgrudamos a tempo da chegada do meu amigo.

— AnaLu, sua mãe chamou para cantarmos parabéns.

— Sério, Papy? Mamãe acha que a gente tem 8 anos de idade. Bora então pra esse micão, você já notou que no parabéns o aniversariante fica com aquela cara de "aham tá, o que eu faço agora?", e sempre tem aquela tia histérica que começa um "com quem será?", teve um ano que Jorge assoprou as velinhas e eu dei um sopapo na cara dele, depois....

— Ana Luiza, para de falar menina! – AnaLu foi na frente ainda resmungando algo sobre não assoprar velhinha e sim velinhas...

— Tá, fica aqui e me conta.

— Não tem nada pra contar.

— Mona das monas poderosas de Greyskull, te conheço não é desse carnaval. Você tá completamente descabelada, com o pescoço cheio de arranhões como se tivesse brigado com uma gata e minha filhinha falando tudo o que vêm a mente... ou seja, desembucha.

— Eu beijei ela. – falei baixinho morrendo de vergonha.

— Minha nossa senhora das cougars você beijou a minha sapinha? Ai, que lindoooooo! Me conta tudo!

Enquanto acompanhávamos o parabéns e, logicamente, Chico começou um "Com quem será...", eu contava para meu melhor amigo tudo o que aconteceu e a promessa que eu já estava arrependida de ter feito.

— O que eu faço, Fê?

— Se joga, miga, sua loka! Aproveita que agora não é mais crime e deixa a mini Nanda te fazer feliz.

Sweet Child of Mine (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora