capítulo 25

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      -Se você fizer direito ninguém mais se machuca, mais se não.

As lágrimas que caem pelos meus olhos, turvam minha visão, a deixando escura e embaçada.

      -Se for fazer, faz agora.

Sua voz saia calma como se nada estivesse realmente acontecendo.

      -Você é fraca, garotinha 

E mais uma vez não pude evitar que fizessem o que pra eles era o certo.

                            XXX

Acordo gritando e suada, acendo a luz do abajur do lado da cama ao mesmo tempo que meu pai abre a porta sendo seguido por Talk.

Pai: Tá tudo bem, foi só um pesadelo.

Talk: Estão ficando piores, ela mal dorme agora.

Pai: O que você viu?

      - Ela me viu.

*** Sonho off ***

Acordo me levantando com tudo da cama, ainda é noite e não tem ninguém no quarto comigo.

Minha garganta doi, talvez tenha gritado enquanto dormia. Desço as escadas e vou até a cozinha tomar uma água.

O relógio na parede marcam quase 3h da manhã, e parece que sou a única em toda a residensidência.

Micky: O que faz acordada?

Eu: Meu Deus que susto.

Micky: Foi mal não quis te assustar.

Eu: Se boa eu to bem.

Micky: teve um pesadelo?

Eu: É...mais....

Micky: quer falar sobre ele?

Sento-me em uma das bancadas da cozinha e Micky se senta de frente pra mim.

Eu: Meu pai estava nele e o Talk também.

Micky: Talk o seu irmão?

Eu: É eles vinham me ajudar depois de um pesadelo pior e... 

Micky: E...

Eu: eu não sei, nunca me lembro do que aconteceu depois.

Micky: E do que aconteceu antes?

Eu: não gosto de falar sobre aquela época.

Micky, Eu sei, mais não falar sobre isso é o que te faz perder o sono.

Eu: Tudo bem então eu falo, mais você tem que me prometer que vai ouvir até o final ok.

Micky: ok.

Eu: ok, então; Tudo começou quando eu tinha 10 anos, meus pais já tinham me feito passar por quase todos os psicólogos infantis daquela cidade, até que um amigo da minha mãe se ofereceu pra ajudar. Ele trabalhava como perfilador no FBI na época, ele era uma cara legal e tals, todo dia depois da aula eu ia até a casa dele para conversarmos. No começo era sempre pra falar como era o meu dia, como eu me sentia mediante ao que estava acontecendo, as mudanças pelas quais eu estava passando, até que eu dia ele mudou de assunto, ele começou a perguntar sobre os meus amigos, sobre se eu gostava de alguém e tals, e como minha mãe dizia que ele era de confiança, eu confiava nele. Mais um dia ele mudou por completo.

Micky: Como assim ele mudou?

Eu: Em uma sexta feira próximo as férias de verão, eu pedi pros meus pais desmarcarem a consulta porque eu iria ao cinema com uns colegas de classe, eu pensei que tudo bem, afinal era só um dia, eu o veria de novo na semana seguinte, mais quando o filme acabou ele estava lá do lado de fora do cinema, falou pros outros pais que minha mãe tinha falado pra ele ir me buscar, e como as vezes ele me pegava na escola os outros pais acharam que tudo bem se ele me levasse, então me despedi dos meus amigos e entrei no carro enquanto ele dava boa noite a todos, mais eu não devia ter entrado. Tinha mais alguém no carro daquela vez, e essa pessoa pois um pano na minha boca e do nada eu apaguei.

Micky: Eles drogaram você?

Eu: E não foi só isso, eles me prenderam em um celeiro por quase uma semana até o pai do Snart me encontrar e me levar de volta pra casa.

Depois disso eu comecei a ser ameaçada, alguém que dizia saber tudo sobre mim, tudo o que eu tinha feito quando sumi pela primeira vez, foi quando acharam o corpo dele, o amigo da minha mãe boiando no lago da nossa casa de verão, foi ai que a minha mãe enlouqueceu, foi embora e deixou eu e o Talk pro meu Pai cuidar, ela não estava nem aí pra gente mais.

Micky: ela foi embora porque mataram um amigo dela, mais isso é tão...

Eu: mais tarde descobrimos que os dois tinham um caso, então meu pai nunca mais quis vê-la, nem a gente.

Micky: E o que aconteceu com as ameaças?

Eu: continuaram cada vez pior, daí sofremos aquele acidente de carro, e então pararam de vez, ninguém nunca mais ligou, nunca mais encontrei partes de corpos no meu armário da escola, nunca mais ouvi barulhos em casa no meio da noite, eles simplesmente pararam. E foi quando aquilo aconteceu.

Micky: eu me lembro, os noticiários falavam sobre aquilo toda hora.

Eu: naquela época os reportes sabiam mais disso do que eu, pra mim ainda é difícil me lembrar daquela noite, mais eu ainda me lembro do sangue, e dos gritos pela casa.

Micky: muitas vidas foram perdidas naquele dia.

Eu: E eu não me lembro de quem eram nenhuma delas.

Micky: Sabe que aquela noite não foi sua culpa não é?

Eu: todos sempre dizem isso, mais se eu tivesse só um pouco mais de coragem naquela época, ninguém nunca teria morrido por minha causa.

Micky atravessou a bancada e me abraçou por trás colocando sua cabeça sobre meus cabelos.

Micky:  não podemos evitar o modo como as pessoas pensam.

Eu: mais eu não consigo parar de pensar que foi ele  aquele dia no jogo.

Micky: se foi ele ou não eu não sei, mais sei que eu estou aqui pra te proteger daquele desgraçado agora.

Eu: Valeu Micky.

Micky: Sem problemas, mais que tal a gente ir dormir to cançadaso.

Eu: Claro, mais onde você estava?

Micky:Fui buscar o Du no pai dele, eles brigaram de novo e ele não queria acordar a Misy pra ir busca-lo.

Eu: mais ele esta bem?

Micky: tá sim mais isso sempre acontece quando ele briga com o paí.

Subimos para o quarto e deitamos na cama dele, Micky me abraça me passando toda aquela segurança que ele acredita que eu precise e derepente já estou dormindo em seus braços, com um único pensamento em minha  cabeça.

Posso ser mais forte se tiver mais alguém comigo nessa.

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