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Lembrança ***

Eu: deixa as luzes acesas estou com medo.

Pai: foi só uma história amorzinho, você já tem oito anos não precisa de luzinha pra dormir. Lembra o que eu sempre te digo?

Eu: Os únicos monstros que deve temer são aquele que andam de  dia, porque até os piores monstros que aparecem no escuro temem a luz, e aqueles que abitam  nela.

Pai: agora durma querida, não precisa ter medo de nada.

***

A pai queria tanto que estivesse certo, queria tanto que eu não fosse o monstro que não some quando se liga as luzes.

          - O que você está fazendo?

         Eu: apenas pensando no passado, em como as coisas mudaram desde que nos conhecemos.

          - Pensar no passado bem nem sempre é uma coisa boa boneca, mais o que exatamente estava pensando?

         Eu: meu pai sempre dizia para não ter medo das coisas que vem no escuro, e  sim daquelas que vem no claro.

          - Acho que ele não pensava que você seria um deles não é?

Porque me abraça assim, seu cheiro me causa ânsia, não beije meu pescoço, você ainda é o monstro aqui.

           - Se vista querida te quero perfeita para o baile de hoje a noite.

          Eu: Vou estar, mais e ele?

          - Não se preocupe com ele, se preocupe com você.

            Eu: Ele está começando a me irritar.

           - Ainda preciso desse garoto, mais quando eu acabar, ele será o seu novo brinquedo pra fazer o que quiser.

           Eu: que isso seja uma promessa.

           - É sim mi amor, agora vá e fique tão perfeita como da última vez.

          Eu: Sim senhor.

                              XXX

Jace: Todas as cidades nessa parte do país vão ter essa seção de cinema ao ar livre.

Misy: Porque?

Eu: projeto social a favor da reeducação cultural das jovens mentes do nosso país, começando pelas cidades da costa oeste. 

Misy: Como sabe disso?

Eu: Minha mãe participava de projetos sociais em todo o país, esse era um dos que ela participava.

Misy: Se é assim, qual é o filme? 

Eu: Eu não sei, nunca a questionei sobre isso.

O filme da noite era Nerve, nada melhor do que um filme que mostra os dois lados da moeda da vida em um desafio de vida ou morte, mais tem alguma coisa muito errada, e acho que só eu estou notando isso.

Derrepente as luzes do parque se apagam e a tela começa a ficar estática, como se não sintonizasse como as tevês antigas, o sistema de som começou a xiar, um daqueles típicos momentos de filme de terror.

Alto Falante: Meu nome é Alex Crisyin e eu sou inocente. 

*** Cena On***

As imagens começaram a reaparecer agora com uma cena que eu me lembrava exatamente de como aconteceu.

Foi em um dia de outono, os garotos do time pareciam ter tirado o dia para suar com o Snart, bem vamos substituir garotos do time pelo idiota do meu irmão adotivo.

Stuart: Você está sempre do lado dos perdedores não é? quando vai entender que esse não é o seu lugar.

Eu: Vai se ferrar seu babaca, vem Léo eu cuido disso pra você.

Stuart: Eu cuido disso pra você, vai chorando pra mamãe babaca, e você, é uma de nós então haja como tal.

Eu: Está me machucando, é bom me soltar agora.

Stuart: E se eu não o fizer?

Micky: Então eu te faço soltar a força.

Stuart: E quem é o metido a machão?

Micky: Seu pior pesadelo.

Aquela foi a primeira vez que ele falou algo com alguém que não fosse o Snart, na verdade foi a primeira vez de muita coisa, já que tudo o que os garotos daquela escola sabiam sobre o Micky, era que ele tinha uma moto irada, e que ninguém queria se meter em uma briga com ele, se se metessem com o Snart então.

Naquele dia a escola inteira viu do que ele era capaz, ele quebrou a cara dos garotos do time e de qualquer um que fosse contra ele naquele momento, nem se quer se machucou, nenhum arranhão ou uma gota de suor.

Eu: Obrigado por isso.

Micky: Eu cuido do meu irmão no seu lugar, você cuida do seu.

Eu: Ele não é o meu irmão, é só um jeito que minha mãe achou de aliviar a culpa sobre os ombros dela. Sou a Alex, Alex Crisyin.

Micky: Micky.

Ele sorriu e foi embora como se nada tivesse acontecido.

*** Cena Off***

A tela apagou e os altos falantes suaram novamente só que dessa vez diferente.

                  - A regra é simples meu amor, mate ou morra bonequinha.

                

                  Eu: Sim senhor 

Não vou negar o meu coração falhou uma batida enquanto aquelas cenas e as vozes soavam, mais de repente como se nada tivesse acontecido, o filme e a luz voltaram, as pessoas começaram a cochichar com o vídeo e as vozes que deixaram perguntas no ar.

Alto Falante: O tempo de vocês acabou espero que tenham curtido o show.

barulhos de tiro começaram a ser presentes por todos os cantos do parque, as pessoas começaram a se levantar rapidamente de suas toalhas e começarem a correr em direção as saídas do mesmo, elas estavam com medo, mais eu, eu entendi o recado passado.

Jace: Temos que sair daqui vem.

levantamos e começamos a correr junto com a multidão, mais chegando perto da saída me separei do grupo indo para um outro lado que eu não sabia onde dava.

Depois de um tempo andando minhas pernas já estavam começando a doer, nem precisava ser um gênio para saber que eu estava completamente perdida naquele lugar, meu telefone a muito já estava sem sinal, e já estava começando a ficar com fome.

 

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