Capítulo 25

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Aqua

Quanto mais o tempo passava, mais o medo em meu coração aumentava. Por mais que eu quisesse tirar minha amiga de dentro daquele inferno, eu sabia muito bem que tudo podia dar errado. Crow podia muito bem se machucar, ou pior.

Ele percebeu algo de errado comigo, eu sei disso. Mas, enquanto não mencionar, também não vou falar nada. Nós dois sabemos que isso é necessário, e ele não precisa adicionar os meus medos a sua pilha de problemas.

Eu só não conseguia mais pensar na minha vida sem Crow, e a ideia de que isso possa muito bem acontecer é aterrorizante.

Se o plano realmente funcionar, o que é um grande si, os riscos são muito altos. Se o orfanato aumentou o número de guardas ou mudou qualquer outra coisa... Nós estávamos ferrados.

E eu simplesmente não consigo tirar essa possibilidade da minha cabeça. Se tudo desse errado, eu não teria nem Crow ou Chelsea em minha vida... Eu realmente posso arriscar isso?

O barulho da porta do quarto batendo me trás de volta de meus pensamentos, e eu suspiro, encarando meu reflexo. Eu havia acabado de tomar um banho, meu cabelo estava preso em um coque bagunçado e apenas a toalha cobria o meu corpo nu.

Eu não tinha trancado a porta do banheiro, então não me surpreendo quando ouço ela abrindo, vendo Crow entrar pelo espelho. Ele abre um sorrisinho e envolve seu braço em minha cintura, colando seu corpo no meu e dando um beijo em minha nuca.

Com um movimento rápido, Crow puxa a toalha de meu corpo, expondo meu corpo nu. Minhas bochechas queimam, e eu assisto no espelho enquanto suas mãos segurando meus quadris, pressionando sua ereção coberta pelo jeans na minha bunda.

"Vai me contar o que está passando por essa cabeça ou eu vou ter que arrancar de você?" Sussurra, e a sua mão direita se movimenta em minha pele, em direção ao local entre minhas pernas. "E, acredite em mim, eu tenho meus modos, little blue."

Deixo minha cabeça cair em seu ombro, fechando os olhos. Sua mão para de se mover, e eu suspiro.

"Me diz..." Sussurra, mordendo o lóbulo da minha orelha.

Ele não iria me deixar escapar dessa vez, eu sabia disso. Eu não podia apenas ignorar e esperar que ele esqueça, porque Crow não era essa pessoa. Ele iria me pressionar até conseguir sua resposta.

"Eu estou com medo... Sobre amanhã, digo." Murmuro, falando mais baixo e evitando seus olhos.

Ouço seu suspiro e suas mãos voltam para a minha cintura, me virando para que fiquemos cara a cara um com outro. Ele levanta meu queixo com o dedo, arqueando uma sombrancelha quando encontro seu olhar.

"Isso é a minha vida, pequena. Ser um Flaming Reaper não é rosas e arco-íris, minha vida nunca vai ser assim. E a sua também não. A cada esquina tem um fodido perigo, e essa não é nem de longe a primeira guerra que enfrentamos." Diz, seu rosto suave, e eu mordo o lábio.

"E se se machucar? Ou pior? E se alguns dos meninos se machucar... Por minha causa?" Crow segura a minha nuca, me calando, e sua expressão fica rígida.

"Esse é um risco que vem com essa vida, babe. Porra, eu posso muito bem levar um tiro toda a vez que meto o pé para fora desse clube. E isso não é por causa de você apenas, e sim pelo clube também. Ninguém mexe com o que eu amo, e isso inclui você e os Flaming Reapers... Entendeu?"

Arregalo os olhos quando as palavras saem da minha boca, e ele também parece perceber o que disse, porque, apenas por um segundo, congela. Bem ali na minha frente, presencio um pequeno momento de vulnerabilidade.

"Eu nunca realmente disse isso para alguém..." Sussurra, tão baixo que quase não consigo ouvi-lo. Engoli em seco.

"Bem, você não realmente disse..." Começo, mas ele me interrompe.

"Eu te amo, pequena." Murmura, e o olhar triste em seu rosto me quebra um pouco.

"Nunca?" Pergunto, buscando algum sinal de mentira em sua expressão. Não encontro, apenas a sinceridade pura.

"Meu pai costumava dizer que amar alguém era para maricas. Que nenhum filho dele seria um maricas." Uma raiva por um homem que nunca conheci atinge minhas veias. Pego seu rosto entre minhas mãos.

"O que houve com sua mãe?" Pergunto, precisando saber como ele foi acabar com um homem desse. Apenas recebo um movimento de seus ombros.

"Furry, meu pai, a matou quando eu tinha quatro anos. Perguntei porque uma vez, mas ele apenas disse que ela era um desperdício de espaço, uma prostituta drogada." A sua voz indicava que isso não era importante, mas seus olhos diziam uma outra coisa bem diferente.

Esse é um lado de Crow que eu nunca vi. O Prez assustador, o macho alfa possessivo não estava aqui agora. Agora, o menino assustado e vulnerável estava na minha frente... Alguém que ele não deixa ninguém ver. E o fato que estava me mostrando fez meu coração inchar.

"Quem disse que amor o faz fraco é um idiota. Você lutaria uma guerra por mim?" Pergunto, e ele assente sem hesitar. Não menciono que, de um certo modo, é isso que está fazendo agora. "Então... Você luta por mim. Como é que isso é ser fraco?"

Nos encaramos por alguns segundos e as minhas palavras parecem atingi-lo, porque, em algum ponto, ele concorda com a cabeça e a vulnerabilidade que eu vi vai embora. Eu não fico nem um pouco chateada.

Porque, por mais que eu tenha me apaixonado por cada lado desse homem, isso incluía o macho alfa possessivo, o Prez. E eu amava esse lado tanto quanto o vulnerável, se não mais. Era simplesmente quem ele era.

Crow tira sua camisa por cima da cabeça e, como sempre, eu tenho que me controlar para não me perder em seu abdômen trincado. Ele mostra um sorrisinho, e, antes que eu possa até mesmo piscar, segura minhas coxas e me pega no colo, enrolando minhas pernas em sua cintura.

Solto uma risadinha quando Crow me carrega para o quarto, seu peito contro o meu. Caímos juntos na cama, de modo que eu ficasse montada em cima dele. Sorrio, feliz.

"Eu te amo também." Sussurro, e seu sorriso cresce. Ele morde de leve a área entre meu pescoço e ombro antes de responder com um sorriso convencido.

"Eu sei, pequena. Soube no momento em que entrou nesse quarto e se entregou para mim."

Crow- Flaming ReapersOnde histórias criam vida. Descubra agora