Minha vida, minha história.

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  Anne Müller, sim, esse é o meu nome. Nasci em 1986, Los Angeles, USA. Vim de uma família o tanto quanto peculiar, tive uma infância peculiar. Meu pai chamava-se Theodor, alemão, grosso, curto, um tanto quanto sincero e herdeiro da empresa de seu pai, meu avô. Minha mãe? Alessia Müller inglesa com descendência alemã, uma amadora da arte.

    Eles se amavam, certamente. Eram uma só carne, mas a maldade do mundo os separou, Alessia nunca permanecia em casa, sempre estava presente em palestras musicais, gravadoras, shows. Meu pai, passava mais tempo na empresa do que em casa. Eu? tive que ir morar na Alemanha"algum tempo" com meus avôs ou no caso, meu avô.

    Ele era louco, obcecado, doente pelo exército e guerras. Nunca entendi o certo de tanta paixão pela segunda guerra, não entendia o por quê dele guardar fotos sobre um esquadrão que talvez fosse chamado de "ss" ou "schutzstaffel". Em momentos isolados enquanto eu estava no quarto da minha falecida vó que nem cheguei a conhecer, ele começava a bater continência e cantar algum hino em alemão na qual eu não entendia, eu tinha apenas 5 anos de idade. Não fiz muitas amizades, tinha desenvolvido um medo, não sabia e nem entendia o por quê. Foi assim por longos 3 anos, até que eu voltei para casa, lar doce lar... ou o que costumava a ser.

    Vamos dizer que conviver com o maluco do meu avô se tornara uma alternativa melhor do que ficar em casa, todo dia eram brigas e intrigas. Até que um dia isso tudo terminou, uma tarde anormalmente fria em Los Angeles, 1994. Mais uma briga, mais uma discussão. Já era de costume minha mãe sumir por alguns dias e depois reaparecer, mas não foi o que aconteceu. 

    Vítima de latrocínio, roubo seguido de morte. Faleceu com 3 tiros, um na barriga, na região do peito e no meio da cabeça em um beco. Os assassinos nunca foram encontrados. 1995, 96, 97, 98, 99, 2000, esses foram os anos que se tornaram um tanto quanto insignificante, Até que 2001 começou, foi nesse ano, foi ai que eu percebi que era uma chance de mudança, chance de recomeçar comigo mesma, me reiniciar.

     Foi o ano em que meu pai me colocou em um internato "bons moços e boas meninas" que ficava em um lugar remoto da cidade natal de minha mãe, Inglaterra. "Será bom para você", disse. Confesso que precisava melhorar, tinha desenvolvido alcoolismo cedo, reconsiderei tudo e apenas fui. Fiz o ensino médio inteiro lá e comecei também a minha faculdade.

Acabei desistindo no meio do caminho com os meus 21 anos, fiz 3 anos de engenharia quando percebi que eu tinha nascido para a música. Fiz "amizades" um tanto quanto ruins, me envolvi com a escória, até que conheci uma luz, uma diferença. Alexander, tinha acabado de iniciar a faculdade de música.

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