O dançar das estrelas.

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"Poderíamos navegar até o blues 
Avenida Wilshire se quisermos
Ou o que você quiser fazer
Nós fazemos as regras" -Honeymoon, Lana Del Rey.

  -Podemos ser Lennon e Yoko pelo menos por essa noite. -Dizia com sorriso em seu rosto solene. -Cruzar qualquer Avenida de Los Angeles, tentar nos distrair de qualquer coisa. Hum? -começou uma breve corrida até seu carro junto de Alex. -Vamos! 1:57 da manhã, não temos tempo a perder. -Adentrou no mesmo tentando-o ligar.

   Alex apenas permitiu, não reclamou e nem hesitou, fazer qualquer coisa com aquela garota era melhor do que muitas coisas. Ao chegar no estacionamento, se deparou com um Mustang cereja antigo, um Fastback 1967. Parou por um momento para analisar a preciosidade e raridade que aquilo apresentava, era lindo de se ver e brilhava ainda mais com o dançar das estrelas diante o céu escuro.

-Vamos Alex! -A mesma aclamava pelo garoto. -Vou deixar você ai. -ria ao olhar pelo vidro do carro.

-Já estou indo! -Adentrou no carro com um sorriso no rosto. -Achei engraçado seu estilo antiquado para carros, eu gosto.

-Você se veste como o James Dean dos anos 50 e nem por isso eu saio rindo da sua cara e das suas roupas. -Riu apertando o acelerador e posicionando uma marcha. Ligou no rádio de seu carro, dessa vez, Even flow, Pearl Jam. 70, 80, 90, 100, 110, 120 km por hora. Vento contra uma das mãos que "tocavam" e acariciavam com destreza o feroz vento que vinha rapidamente contra o carro vintage. -Não é incrível a sensação de liberdade? Hm?

-sim sim, ótimo! Agora poderia diminuir a velocidade POR FAVOR! Eu faço questão de viver mais uns 40 anos! -Alexander refletia em seu olhar o desespero, medo real. Desde o colégio era desse jeito, Deadly tinha as melhores idéias de diversão por causa de seu nível de aleatoriedade e impulsividade mas nunca soube medir seu limite.

Nightshade tentava apenas ignorar, sabia que Alex já estava a fraquejar e em qualquer momento iria gritar com ela, mas apenas prosseguiu, valeria a pena. Estavam na altura da Avenida Wilshire, quando o carro começou a liberar fumaça e automaticamente parar de funcionar. -Droga! -Um xingamento foi solto ao perceber que gasolina já estava em seu fim. Saiu do carro, chutou fortemente a porta e apenas saiu andando. Em algum momento, percebeu que Alex ainda permanecia dentro do carro, talvez ainda assustado demais. -VAMOS! AGORA VOCÊ FICARÁ COM ESSA CARA DE PAISAGEM?

-Desculpa... -Riu. -Ainda não me acostumei ainda com a ideia de "viva intensamente e morra jovem". -Correu atrás da mesma que já se encontrava atrás de um restaurante chinês da região. -Tenho medo da próxima coisa que eu terei que passar para poder te dar mais um beijo.

   Deadly soltou um riso tímido e logo subiu um lance de escadas que davam ao topo do restaurante. -Vem! A vista daqui de cima é a última coisa que prestou em Los Angeles.

Alex respectivamente, subiu. A vista dali dava para ver o "H" de Hollywood, e o brilhar de Beverly Hills, que de alguma forma, doía os olhos. Los Angeles, há pouco tempo atrás era a cidade dos sonhos de Deadly, mas depois de acontecimentos repentinos e outros nem tanto, ela fez jus ao nome adotado por moradores de "cidade do pecado". -Agora eu sei o por quê de você gostar de vir aqui. É calmo, relaxante até. -Observou-a sentada na pontinha do estabelecimento e caminhou até à garota. -Sabe o que eu faria aqui e agora? Compraria um maço de cigarro, um café e escreveria talvez várias músicas.

-Café com certeza, e alguns fones com uma música boa tocando.-sorriu. -Aqui talvez ainda tenha alguns poemas bobos que eu escrevo e acabo esquecendo. Aqui em cima tornou-se o meu refúgio. -Deadly levantou-se e andou por alguns metros e iniciou uma busca junto com o mais velho. O primeiro a achar algo foi Alex.

" Talvez seja minha vulgaridade tanto amar e esperar
É demais para demasiada saudade de seu beijo
Talvez só foi um desejo momentâneo
que fingiu-se de amor verdadeiro" -Deadly Nightshade. 

 Ao terminar de ler em silêncio, Alex soltou um leve sorriso e guardou o poema no bolso de dentro de sua jaqueta. Sabia que aquele poema tinha alguma coisa sobre ele, mas permaneceu em silêncio, sem pronúncias sobre. -Achou algo?

The Unknown DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora