The Unknown Dream

O singelo dia.

"Cruze à distância,
sinos tocam rapidamente,
sem amor, em nosso abrigo,
o tempo passará.
Você poderia nos dar uma chance?" -Loveless, Lo moon.

Um menino entrara na sala que Anne mais costumava a frequentar, a sala de música. Balançava seus longos cabelos castanhos que deixava qualquer um em êxtase, o mesmo estava completamente em transe ao ver o tocar suave que a garota fazia no piano de cauda.

Ela tentava mesclar de uma música para outra, sem sucesso. A mesma sem perceber a entrada do menino novo, soltou um xingamento ao encostar sua cabeça nas teclas, começando a bater e bater, ansiando perder os sentidos.

O garoto ressurge de seus pensamentos ao ouvir o som desagradável que a mesma disse, e que ela fazia com sua cabeça.

-Não ficou tão ruim, você poderia ter continuado. -Introduziu.

-CRISTO!.. oi. Meu Deus, quem é você? Que susto garoto. -Se virou enquanto colocava delicadamente seus curtos fios negros atrás da orelha e observava o menino dos cabelos longos, alto, tão branco que parecia uma folha de papel e de olhos castanhos.

-Eu? A-Alexander ou Alex, ou apenas Al. Hm, e você?. -sorriu e repassou a pergunta.

-Eu sou Ann... -Via Elizabeth entrando, sua melhor amiga e logo desviando a atenção da sua primeira conversa com Alexander.

-Ou! Garoto! Sai da frente, carne de burro não é transparente, animal. -Elizabeth dizia ao empurrar Alex e acomodou-se perto de Anne. -Deadly, que horas você vai para a aula do seu curso? você é da sala do Zach, certo?

-Tá, o que tem ele? -Dava rápidas trocas de olhares junto ao menino que ainda insistia em ficar na sala, assim, deixando um sorriso bobo escapar e ignorando completamente qualquer palavra que saia da boca de Elizabeth.

-Ele é bonito e é forte. O que mais você poderia querer? -Dizia em tom vanglorioso por achar que tinha o mínimo de razão.

-Um pouco de cérebro basta. De idiota em uma relação, já basta eu. -Ria ao voltar a tocar algumas teclas do piano.

Alex apenas soltou um riso ao escutar as palavras que a menina dos cabelos curtos dizia enquanto ele caminhava pela sala observando os instrumentos e livros.

-Você é um saco mesmo. -Elizabeth apenas se levantou e partiu. Segundos depois, Alexander apertou o passo e se aproximou do piano. -Então seu nome é Deadly... - Alexander se sentava na frente da menina. -Hm, é diferente.

-É meu apelido. Meu nome mesmo é Anne. Começaram a me chamar de Deadly Nightshade por causa de uma aula de biologia que descobrimos plantas novas. Belladonna ou Deadly Nightshade é uma planta medicinal que é venenosa, sim, é bem contraditória. "Ela pensa em boas ações mas só faz merda" disseram os meus amigos. -Sorriu ao notar o all star sujo de Alexander e ao reparar no seu, que permanecia no mesmo estado.

-É bonito, combina com você. -Se levantou, pegou um violão e começou momentaneamente a tocar "15 minutes" dos The Strokes.

A voz de Alexander era grave, soava quase como um sussurro, mas claramente audível. -Você tem uma banda, não tem? -Sorria ao ouvir a voz excepcional que o menino possuía que a fez parar de tocar no piano.

-Bom, eu tenho uma banda. Meus amigos vieram estudar aqui também. -Alex dizia em tom belicoso.

-E POR QUE ELES NÃO ESTÃO AQUI TOCANDO? -Exclamou.

-Devem estar paquerando por ai. Faculdade nova, sabe como que é... -Ri ao perceber o corolário da pequena discussão. -Faz Faculdade de que, Nightshade?

-Fazia de engenharia, desisti quase no final -Sorria encantada com a repentina atenção à ela. -Comecei há poucos meses a faculdade de música.

-Ficaremos na mesma sala então... ótimo! Já tenho uma nova amiga. -Sorria animado. O que para Alex era extremamente difícil, se tornara um tanto quanto interessante. Fazer amizade com Deadly era de fácil destreza, era engraçado o quanto humilde era a garota.

E assim nasceu uma amizade, certamente Alex queria algo a mais, mas não foi o que aconteceu. Deadly sentia algo por Alex mas por algum medo incoerente de não reciprocidade, começou a namorar com Oliver, um perdedor e sem nenhuma meta para o futuro. Alex, apenas permaneceu ali, ao seu lado. Vai e volta eles obtinham brigas por birras e ciúmes, era diferente, não era uma amizade comum, eles dois sabiam, mas ela, persistiu cega.