XI

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«...You don't drown by falling in the water, you drown by staying there...»

Jihyen estava sozinha à beira do mar. Seu olhar estava preso a luz da lua refletida na água do mar.

O seu coração doía assim como seu corpo e a sua mente. Talvez ela não conseguisse esquecer aquela memória.

O problema é que não era apenas uma memória. Eram milhares delas. E tudo á sua volta a lembrava dos seus piores momentos. Cada respiração ofegante, cada grito de dor, cada momento de sua vida estava recheado de medo.

O que aquele monstro lhe tinha feito era apenas a cereja no topo do bolo, recheado de dores e medos que a vida lhe havia proporcionado.

A realidade estava voltando para si depois de dias fingindo estar feliz, fingindo que os cortes no seu coração tinham sarado, fingindo que o desejo imenso de morrer já não estava lá. Mas eles estavam, ela não estava feliz, as feridas ainda choravam gotas de sangue e Jihyen não podia evitar imaginar como seria quando a morte finalmente a levasse.

Era incontrolável para Jihyen aqueles pensamentos, tudo estava balançando em sua volta como se o mundo tremesse junto com o seu corpo.

A noite havia chegado e mais um dia estava chegando ao fim. Mais um dia em que JiHyen ignorava os gritos.

Esconder o que sentia era ainda mais difícil que esconder as memórias, segurar o choro sempre que olhava para as suas próprias mãos, sempre via que o espelho refletia não só a sua imagem como, a imagem do homem. Segurar os gritos sempre que algum homem a segurava pela mão ou simplesmente a olhasse.

O que havia visto no parque havia sido a gota de água. Aquele homem havia destruído a sua inocência, a sua felicidade, a sua vontade de viver e agora estava destruindo a única coisa que a fazia sorrir verdadeiramente. A sua infância.

Ele queria destruir o psicológico de Jihyen a qualquer custo, ele queria beber o último pingo de sanidade que ela tinha. O sangue e as lágrimas que ela havia derramado não haviam lhe satisfeito o suficiente, ele queria mais e mais, ele queria os seus ossos, os seus órgãos e os seus músculos.

Porém havia uma coisa que ele não queria. O coração de Jihyen. Em vez de o espedaçar de uma vez, ele preferia o torturar, ir fazendo feridas e feridas, o queimando e o chicoteando.

A cada minuto que mais ela pensava sobre tudo aquilo, as vozes ficavam mais fortes e a sua visão balançava mais.

JiHyen tentou tudo para afastar tais pensamentos. O sorriso da mãe, o irmão, o falecido pai, os amigos do irmão,...

Tudo começou a girar e uma enorme dor de cabeça apareceu, era como se tivesse uma multidão dentro de sua mente gritando todo o tipo de coisa ao mesmo tempo.

De repente, a garota sentiu uma mão tocar no seu braço e uma voz doce se fez ouvir. Lentamente virou-se para trás e deu de caras com o tal olhar vulpino, o mesmo olhar que calava todos os demónios dela.

Suas sobrancelhas estavam arqueadas demonstrando a sua confusão e preocupação.

—Y-Y-Youngkyun?....

As vozes tinham se calado mais uma vez, como por magia, e agora Jihyen só conseguia ouvir a sua respiração ofegante em sincronia com as ondas do mar batendo na areia e voltando.

Sem controle sobre as suas emoções, as lágrimas que ela tanto segurou durante o dia deslizaram pela sua bochecha em frente do rapaz. Ela sentia-se tão vulnerável naquele momento, ela só queria chorar e acabar com a dor de uma vez.

Era como se a máscara que ela colocava na frente de todos tivesse caído e todos aqueles sentimentos que se tinham acumulado explodiram de uma só vez.

Inside my mind// kyhOnde histórias criam vida. Descubra agora