Eles caminhavam em silêncio, mas não era desconfortável. Apenas a companhia do outro já era válida, palavras eram desnecessárias.
A cabeça de Pete doía. Seus sentimentos se chocavam e faziam uma grande confusão em seu interior. Ele era um babaca, que tinha feito Patrick chorar. Agora queria consertar seu erro, se isso fosse possível. Mas e se ele perdesse o controle e o magoasse de novo? Não poderia se perdoar por isso.
Sem que percebesse, aproximou-se mais do menor, deixando que seus ombros de tocassem a cada passo.
As luzes da cidade os envolviam. O ruivo observava cada uma delas com interesse, tentando distrair sua mente de tantos pensamentos. Tentava entender o porquê de ter aceitado ir até o apartamento de alguém que mal conhecia. De alguma forma, ele se sentia seguro. Bem mais do que se sentiria perto de seu namorado.
O vento soprou em seus rostos, fazendo com que sua atenção voltasse ao moreno. Mesmo que tentasse esconder isso, ele era realmente bonito. De um jeito que a maioria rejeitaria, mas que deixara Patrick encantado.
Chegaram em frente a um prédio antigo de poucos andares. O elevador fazia um baralho estranho enquanto subia. Aquele definitivamente não era o que as pessoas imaginavam onde Peter Lewis Kingston Wentz III morava. Mas era onde poderiam imaginar que vivia Pete Wentz. Ele tinha decidido que não aceitaria que os pais pagassem algo para ele, então usava o dinheiro de seu último emprego para pagar.
Era uma típica moradia de um jovem. Roupas, embalagens e restos de comida espalhados por todos os cantos.
- Sinta-se em casa!
- Seu colega não reclama de toda essa bagunça? - Patrick torceu o nariz.
Escolhendo ignorar aquele comentário maldoso, ele apenas falou:
- Moro sozinho.
- Ah. Moro com o Brendon.
- Já imaginava.
Ele abriu caminho entre algumas pilhas de camisetas e sentou no sofá.
- Quer assistir algo? A gente pode pedir uma pizza, se quiser.
Estranhamente se sentia confortável perto do garoto. Os únicos com que havia falado tanto assim nos últimos tempos eram Joe e Andy.
- Claro.
Pete sorriu, fazendo com que o ar fosse sugado dos pulmões do ruivo.
- Você deveria sorrir mais.
- O que?
- Seu sorriso é lindo.
Por mais que o outro tivesse falado aquilo normalmente, significou o mundo para ele. Suas bochechas esquentaram e preferiu voltar a atenção a TV desligada.
- O que você quer ver?
- Você decide.
- Trick, pode escolher.
O nome saiu antes que pudesse pensar.
- Me de-desculpa por te chamar a-assim.
- Não tem problema. Até que gostei. - pela primeira vez, um apelido não o deixou irritado - Podemos assistir a um filme de terror?
Oh, oh. Se tinha uma coisa que ele não suportava, era esse tipo de filmes. Apesar de se recusar a admitir, ele tinha muito medo.
- Claro.
Qualquer coisa para vê-lo feliz.Decidiram que iriam assistir ao O iluminado - afinal não era muito assustador. Mesmo assim, Pete estava tenso e Patrick podia sentir isso. Viu o colega fechar os olhos em algumas cenas. Sentia-se mal por ter sido a causa daquelas atitudes.
- Nós podemos assistir a outro filme, se quiser.
Ele sabia que nunca conseguiria obter uma confissão. Ninguém gostava de admitir que tinha medo.
- Não precisa...
- Todos temos medo de algo. Tenho de aranhas. É humano.
Quando percebeu, sua mão repousava sobre aquela pele morena que sonhava em tocar. Nenhum recuou, como imaginavam que fariam. Os olhares estavam conectados.
Um som alto vindo da televisão cortou o clima. "Merda!" Gritou Pete mentalmente. Ele queria tanto beijar aqueles lábios rosados. Tocar os cabelos até deixá- los bagunçados. Sentir sua pele macia. Não, ele não estava se apaixonando, isso não acontecia com Pete Wentz. Muito mais por um menino assim. Ele era tão inocente que deveria ser até virgem. Por que estava pensando naquilo? Com certeza, não deveria estar pensando na vida sexual do colega.
Uma parte de Patrick estava grata. E se o beijo fosse ruim? Ele já tinha escutado tantas vezes que ninguém o amaria que estava começando a acreditar. A outra parte dele nunca tinha odiado tanto seu filme favorito como naquele momento.
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Sr. Uau ●Peterick●
FanfictionPete é um jovem estranho, muitos dizem. Sempre fechado, mal-humorado e rude. Ele nunca entendeu o que seus amigos, Andy e Joe viram nele. A maioria das pessoas preferia manter uma distância segura, e isso era algo bom. Até que, durante uma briga com...