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Rodrigo estacionou em frente ao prédio de Jéssica, mandou uma mensagem, rápida avisando a Agatha que já estava lá. O dia havia sido corrido, Bruno estava pronto, e ele ansioso para aquele novo trabalho, era sempre bom começar de novo, se reinventar, poder ser muitos em um só, naquele dia especialmente sentiu falta de Ernesto, de todas as características tão únicas dele, e de sua baronesinha. Ele sabia que ia fazer falta gravar com ela, sua dedicação, sua alegria contagiante, Agatha era tudo o que ele havia pedido e muito mais. Ouviu duas batidas na janela e sorriu quando a viu acenar, destravou as portas e esperou que ela entrasse.

-Oi amor... –Ela sorriu e deixou um selinho nos lábios dele.

-Oi meu amor, como passou o dia? –Ele beijou várias vezes o rosto da mulher, e tocou sua testa de leve.

-Maravilhosamente bem... a não ser pelo fato de não poder estar com você. Essas férias me deixaram mal acostumada sabia... –Ela disse e mexeu no rádio aumentando a música que tocava.

-Nos deixaram né. Também sinto sua falta, eu estava pensando em Gostoso hoje. Foram ótimos dias... –Ele riu saudoso.

-Foi doido... nem sei como a gente conseguiu tanta disposição viu.

-Bom, seja como for, essa disposição passou longe de mim hoje, tô morto. –Disse e ligou o carro, dando partida.

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-Pra que você trouxe esses sapatos se você vai ter que levar de novo? –Ele perguntou quando chegaram ao apartamento dela e rolou os olhos ao vê-la jogar todos no chão da sala.

-Rodrigo, tinham mais de seis pares de sapatos meus no seu carro, eles vão todos para a sua casa sim, mas daqui a pouco você não carregava mais ninguém, só sapato.

-Tá... mas você não vai me enrolar não viu Moreira, hoje a gente vai deitar pra dormir, mas amanhã eu só vou a tarde para o Projac e nós vamos começar a levar algumas coisas. –Ele se jogou no sofá soltando um suspiro de alívio.

-Você só pega a tarde é? –Ela sorriu e caminhou até ele sentando em seu colo com uma perna de cada lado.

Ele riu de olhos fechados e levou suas mãos a cintura dela apertando ali de leve.

-E como está o seu Bruno? –Ela perguntou passando a distribuir beijos e mordidas pelo pescoço dele.

-Incrível. Eu amo ver um personagem nascer, é tão gostoso sabe... –Ele apertou a cintura dela com mais força e arfou.

-Você não estava cansado? Acho melhor tomar um banho e ir deitar... –Riu ao vê-lo abrir apenas um olho e fitá-lá.

-Você começou, você termina... –Ele segurou as coxas da mulher em seu colo e se levantou.

-Ah Rod, você não faz nem ideia de como eu amo você. Não faz mesmo... –Acariciou o rosto dele de leve, as vezes ela se pegava admirando cada traço dele, cada detalhe que ficava guardado em sua mente, ela havia memorizado todo aquele rosto, cada trejeito, cada expressão. Era difícil entender porque Rodrigo havia chegado com tanta força em sua vida, ela que todas as vezes vinha saída de um relacionamento, nunca tinha sentido nada igual.

-Então meu amor, a gente tá quite. Eu não sei o que você tem Moreira, mas você me deu uma rasteira e tanto, e eu só sei te amar, e te amar cada dia mais... Sunshine. –Ele sussurrou a última parte em seu ouvido com a voz rouca e ela sentiu que poderia morar naquele instante.

Ele caminhou até o quarto dela e a colocou na cama se colocando por cima dela.

-Banho Rodrigo... –Ela riu.

-Não corta meu barato vai, cê nem sabe como eu estou de saudade de você.

-Amor, você mal dormiu a noite...

-Shhh... –Ele sorriu e a beijou.

Era fácil ser dele, era fácil amá-lo, era fácil viver de tudo aquilo que ela sentia por ele. Rodrigo havia entrado em sua vida de mansinho, com aquele jeitinho cativante que só ele tinha e como ela disse a 7 anos atrás, era impossível não amá-lo, ele sempre tinha o cuidado de elogiá-la, em cada cena ele fazia questão de dizer como ela era brilhante, eram pequenos detalhes, que a marcaram de uma forma grandiosa desde o inicio. Ele era cuidadoso, e era como se ela nunca pudesse ter resistido a ele, nem que tentasse, nem que quisesse, antes mesmo que pudesse se dar conta, era dele.

Se entregar a ele era avassalador, não tinha uma outra palavra que pudesse usar para descrever o que ele a fazia sentir em momentos como aquele, as vezes ela se questionava se podia sobreviver a tanta intensidade, era como ir ao paraíso, e nunca voltar e ela queria poder se congelar ali, com ele, dele.

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Ela saiu do banheiro e sorriu ao vê-lo ressonar baixinho, sabia que ele estava cansado, não havia dormido nada a noite, e sabia que durante o dia não tinha parado, observou um pequeno papelzinho que descansava sobre seu travesseiro e sorriu.

"Se quando você sair eu tiver dormindo, é só pra lembrar que eu te amo, com amor. Seu!."

Ela sorriu e passou a mão pelo rosto, as vezes precisava se beliscar pra encarar que tudo aquilo era real, se lembrava do tempo em que negou qualquer coisa com ele, a quem ela queria enganar? Engatinhou pela cama e se encaixou ao corpo dele, sendo acolhida por seus braços, Jéssica tinha razão, e ela não sabia porque não tinha cedido antes a tanto amor. 

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