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Rodrigo havia esperado aquele sábado com toda a ansiedade que nunca fez parte de sí, o par de sapatinhos que descansava sobre sua cabeceira estava pronto para ser entregue a Ana, e ele não conseguia esconder o quão eufórico estava. Finalmente ele contaria a mãe e aos irmãos que seria pai, ele seria pai! Mal podia esperar para aquele serzinho de pézinhos minusculos estar ali, em seus braços, em sua vida! Acariciou os cabelos da mulher adormecida ao seu lado, ele devia toda sua felicidade a ela.

-Você já está acordado? -Ela sussurrou sonolenta rolando na cama até estar colada ao corpo dele.

-Sim... mas você pode dormir mais um pouquinho, ainda é muito cedo. -Ele sorriu e beijou a testa dela, a abraçando.

-Tô enjoada...

-Passou essa semana tão bem, sem enjoar muito. Quer que eu te carregue até o banheiro?

-Não... vou esperar passar...

-Vai passar! -Ele disse e passou a acariciar as costas nuas dela, se tinha uma coisa que não tinha se acostumado, e talvez nunca fosse acostumar era com os mal estares que derrubavam ela, Agatha não era de reclamar de nada, sempre muito agitada e disposta, mas quando os enjoos vinham, junto com as tonturas e todos os outros sintomas, ele só queria poder sentir tudo no lugar dela.

-Você tá animado pra hoje? Vai contar pra sua mãe e para os meninos... acha que eles vão ficar felizes? -Ela sorriu.

-Felizes? Você vai ser o mais novo dengo da família Simas, até o neném nascer, ai você perde seu posto pra ele.

-Até o meu posto com você? -Ela o fitou.

-Esse você nunca vai perder, ai eu vou ter dois dengos, e quem sabe três e tals...

-Rodrigo a gente nem pariu um neném e você já está falando de outro?

Rodrigo gargalhou deixando beijos no rosto dela.

-Eu tô brincando... as vezes...

-Chega, é demais pra minha sanidade. Posso mesmo dormir mais um pouco?

-Deve, muito cedo ainda pra você que sem estar grávida já acordava as três da tarde. -Ele riu.


-Shhh, tá falando demais... -Ela rolou os olhos e os fechou em seguida. 

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Ele estacionou em frente a casa de Ana, observou a mulher ao seu lado e suspirou, parece que o pequeno queria fazer a surpresa por sí próprio e havia feito a mamãe acordar num péssimo dia, era visível que algo não estava legal com Agatha, desde que haviam finalmente se levantado ela não havia conseguido controlar os enjoos, não havia sequer tomado café, e estava pálida como ele nunca havia visto.

-Amor... -Ele chamou a despertando de um cochilo profundo e acariciou o rosto dela.

-Oi, chegamos?

-Sim. Como está?

-Enjoada... péssima. Vamos estragar a surpresa para a sua mãe Rod...

-Não vamos não. Fica tranquila, só quero que você fique bem! Vamos entrar... -Ele sorriu desligando o carro e saindo do mesmo em seguida, deu a volta indo abrir a porta para a mulher.

-Cadê a caixinha com o sapatinho? Não vamos estragar a sua surpresa amor...

-Shhh... primeiro você, não quero te ver assim, promete que vai fazer uma forcinha pra comer quando entrarmos? Nem que seja um suco...

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