Capítulo 26

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Apenas saio deixando-o só. Fui uma trouxa, não sei o que está havendo comigo, mas cansei, ele me usou. "Ah, mas eu não podia", foda-se! Eu não ligo, não me interessa! Que se dane!

A minha justificativa na secretaria foi: "Oi, eu queria justificar meu atraso, o pneu do carro furou, e o mecânico demorou", a tia ficou de boa. Somente disse pra eu frequentar as outras aulas.

Entro na sala.

- Meu Deus! Pensei que você havia faltado - Disse Eliza como se fosse pecado faltar a escola.

- Não, quer dizer, eu faltei as três aulas anteriores e estarei nas duas próximas aulas.

- Venha, seu lugar não foi usado - Céus, essas meninas me amam.

- Licença - Ouço a voz de Guilherme.

- Sim? - Diz Pati.

- Yara Fernandes, por favor! - Ele diz chamando-me com a mão. Senti-me uma cachorra!

A professora me deu autorização pra sair da sala.

- Sim? - Disse olhando em seus olhos.

- Assine aqui para confirmar sua justificativa - Ele me da uma caneta.

Assino meu nome lindamente e bem plena. Entrego-lhe a caneta.

- Obrigado e...

- De nada - Disse abrindo a porta.

- Espere Yara - Ele diz segurando em meu braço.

- Licença professor - Disse puxando meu braço e entrando na sala.

Não sei o que está havendo comigo. Minhas mãos estão formigando, estou meia tonta e estou com falta de ar.
Sinto que estou confusa. Estou perdida.

Tento ser forte, mas não consigo, sinto que não posso ir contra algo. Acho que contra mim mesma.

•••

Chego em casa e vou direto pro quarto, meus pais tentam falar comigo, mas ignoro.

Pego minhas folhas brancas e sento- me na minha pequena mesinha, pego meu estojo e começo a desenhar. Parece que minhas mãos criam vida própria, minutos depois, meu desenho está pronto: Uma garota sentada na janela de seu quarto com um violão em mãos.

Sempre procuro dar uma palavra em definição à cada um dos desenhos, a palavra de definição mostrado nesse desenho foi : Reflexão.

Acho que é o que define minha vida agora, refletir, refletir sobre tudo que está acontecendo comigo, com minha mente, com meu coração.

Fiquei pensando em tudo que sentir quando fui abandonada naquele quarto. Senti como se tivessem me dado um tiro. Não pelo fato que eu estava excitada, mas acho que pelo fato de eu ter sido conquistada por ele. É, acho que é isso, eu fui conquistada por ele. Ele me conquistou.

Não posso dizer apaixonada por ele, poderia enganar à mim mesma, ou ja estou enganada?

Estou apaixonada por ele?

TOC TOC.

- Entre - Disse.

- Oi meu amor - Diz Caren colocando uma bandeja de comida em cima da cama.

- Oi - Disse dando um sorriso amarelo.

- Está tudo bem? Margaret me disse que ouviu você discutindo com seus pais hoje cedo - Quem é Margaret? É cada nome!

- Nem sei quem é essa tal de Margaret, e sobre a tal discussão, é verdade, eu discutir com meus queridíssimos pais, soube qual a nova dessa vez? Meus pais tem PRECONCEITO SOCIAL! - Disse a última parte alta. Para que eles possam ouvir e sentir minha repugna.

- Sim, eu soube - Ela diz baixando a cabeça - Mas você não tem que se meter nisso, tenho certeza que tudo ficará resolvido e seu irmão não precisará nem sair de casa.

Meu Deus! Esqueci de ligar pra Logan, ele disse que ia me pegar hoje na escola pra conhecer a Bela!

Corro até a cama, pego o celular e disco seu número. Caren abre um sorriso e sai do quarto.

- Alô? Logan?

"Oi maninha, esqueceu né?"

- Oi, sim, eu esqueci.

"Ta aonde?"

- Em casa.

"Daqui quinze minutos tô aí, se arrume"

- Valeu, você é o melhor irmão do mundo. Te amo.

"Eu sei, também te amo"

Pego um vestidinho laranja.

Você deve tá se perguntando: "Essa porra só tem vestido?" .

Então, eu amo usar vestidos, tenho somente algumas bermudas, mas não gosto muito de usá-las.

Querido Professor Onde histórias criam vida. Descubra agora