Querido Professor

Capítulo 31

Acordo um pouco assustada, estou com uma dor de cabeça, por causa do excesso de choro.
Vou até o banheiro ver as condições da minha cara, até eu mesma me assusto com o desastre, céus!

Molho um pouco meus olhos, pensei que tudo que havia acontecido fosse apenas um sonho, mas me enganei, foi tudo real.

Eu irei para uma escola de loucos, porque meus pais acham que sou uma louca, e eu acho que realmente vou me tornar uma louca! Gente, que louco!

Olho no relógio e percebo que são 07:00 da manhã, estou atrasada.

Me arrumo rapidamente, olho-me no espelho.

Bagulho - Palavra que me define.

Desço para tomar pelo menos um café, vejo que meus "pais" estão à mesa.

Olho para eles com todo desprezo que consigo. Vou até a fruteira, pego duas maçãs e vou embora.

Cláudio está à minha espera.

- Bom dia patroa - Ele diz abrindo a porta.

- Bom dia - Digo grossa.

Entro no carro.

Hoje te aula de Guilherme. Mais um problema. Porra! Caralho! Minha vida se resume em PROBLEMAS!

Foda- se!

Entro na sala roubando atenção de todos, até mesmo de Guilherme.

- Linda! - Grita Emily.

- Gostosa! - Vejo Guilherme arregalar os olhos.

Sento-me na cadeira sem dizer nada, apenas sento. Estou sem ânimo, nem queria ter vindo hoje, mas qualquer lugar é melhor que em casa.

- Você está ouvindo? - Vejo alguém me cutucar. Eliza.

- O que você quer!? - Falo puta.

- O professor tá lhe perguntando - Ela aponta para Guilherme.

Olho ao redor e vejo que todos me olham. Que droga!

- Você está chorando? - Patrícia pergunta. Estou chorando, nem percebi. Argh!

Levanto de minha cadeira.

- Ei você não quer...

Saio da sala sem dizer uma palavra. Foi rude de minha parte, eu sei.

Vou até o banheiro e lá fico, durante demorados e torturantes minutos.

Vou até o espelho do banheiro, meu rosto esta vermelho pra caramba.

Vou até o refeitório e fico de cabeça baixa.

- Você pode me explicar o que está acontecendo? - Ouço aquela voz escrota. Guilherme.

- O que você quer!? - Pergunto grosseira.

- Não sei, talvez uma explicação de o porquê de você ter saído daquele jeito da sala.

- Bom, pra começar, meu professor e eu demos um amasso muito gostoso - O vejo corar, o que foi muito fofo - depois, recebo a pior das noticias : Meu irmão vai sair de casa e depois, o que é pior, meus pais resolveram que irão me colocar em uma escola de loucos - Desabo em lágrimas novamente. Que merda!

- Fique calma - Ele me abraça, sinto- me surpresa. - Eu não vou deixar isso acontecer.

- Como? Vai me sequestrar? Matar meus pais?

- Acho que a primeira opção. - Me solto de seus braços surpresa. Ele gargalha.

Vejo que tem alguns funcionários nos olhando. Isso pode prejudica-lo.

- Acho melhor voltarmos pra sala - Ele diz olhando para os funcionários.

- Também acho.

- Mais tarde lhe mando uma mensagem. - Ele diz já na porta da sala.

- Pra fazer o quê? - Mordo meu lábio inferior.

- Não me provoque Yara.

- Senão o quê?

- Nós vamos apenas conversar sobre seu choro contínuo. -  Abaixo a cabeça.

- Tudo bem - Disse entrando na sala. Recebo olhares curiosos.

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