Fogo

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Os pesadelos atordoaram minha mente enquanto dormia. Não é por acaso que sonho com o dia do julgamento da adoção da sophie. No canto o Anderson participa apenas como meu amigo, e eu estou ali em pé, sozinha, na luta por ela. No julgamento, o juiz se exalta e diz que eu nao tenho a menor capacidade para ser mãe e que nunca deveria tentar cuidar de uma criança no estado em que eu me encontro, atualmente. Meu sonho muda completamente e estou aos prantos na beira de um precipício e eu me jogo. Acordo assustada e em desespero. Meu corpo esta suado, e eu estou ofegante. Me levanto devagar e lembro de ligar o meu celular que havia desligado na noite anterior. Sento na minha cama, e vejo que o Anderson havia enviado algumas mensagens depois da noite anterior. Mas aos poucos recebo notificações mais interessantes. Recebi ligações, mas dessa vez são do orfanato. Nao foram uma, nem duas, ou até 3, mas sim 17. Me troco correndo e vou em direção da sala ainda assustada com o que pode ter acontecido com a Sophie. Me deparo com a Arianna tomando café e logo começa os questionamentos:

-Aonde você vai com essa pressa toda? -Ela segurou meu braço

-Me solta! Eu preciso sair!! -Eu me soltei e voltei a procurar minhaa chaves

-Isa, o que houve! Fala comigo? Você precisa respirar -Ela entrou na minha frente

-Onde você colocou as chaves do carro??? -Eu comecei a ficar nervosa

-Estão aqui -Ela segurou na minha frente - Me diz pra onde você vai

-Arianna, eu não sei o que houve, mas aconteceu algo com o orfanato. Me ligaram de la 17 vezes. Eu preciso ir -Eu arranquei as chaves da mão dela

-Quer que eu faça alguma coisa? Quer que eu ligue pra alguem? Sei la, pro Anderson? -Ela disse enquanto eu esperava o elevador.

-Faz o que quiser. Mas que merda -Eu desci as escadas correndo e fui em direção ao orfanato.

Corro o mais rápido que posso. No caminho, penso em todas as coisas ruins que possam ter acontecido com a Sophie, e não, de maneira nenhuma consigo me acalmar. Quando me aproximo do orfanato, peecebo que a rua está interditada. Estaciono o carro, e percebo de fato o que esta acontecendo. Meus olhos não acreditam, e eu começo a chorar parada no lugar em que estou. Meu celular toca e eu atendo ainda assustada:

-Alô?

-Isa, o que aconteceu? A Arih disse que você recebeu ligações do orfanato. A Sophie está bem? -O Anderson falava rápido, mas eu parei de falar - Isa, fala comigo. -Ele insistiu

- O orfanato esta pegando fogo. -Eu disse com voz de choro e desliguei o telefone.

Me aproximo da calçada do orfanato e sou impedida por alguns bombeiros de me aproximar.
Olho para os lados e avisto ao fundo a diretora do orfanato. Enquanto caminho ate ela não consigo achar a Sophie. Olho em todos aqueles rostinhos assustados mas nada dela. Meu coração esta batendo mais rápido, eu estou com medo. Me aproximo da Andressa e logo ela olha com desespero para mim:

-Eu tentei te ligar! Não te achei! -Ela me abraçou

-Porque ao inves de me ligar, você nao ligou apenas para os bombeiros? Quem fez isso? O porque voce me ligou 17 vezes Andressa? Vamos! FALA! -Eu estava completamente nervosa

-Eu liguei porque você conhece a Sophie, mas evacuamos todas as crianças e ela não saiu! Não sabia onde ela estava e ainda não sabemos. Os bombeiros disseram que é perigoso demais entrar lá agora e não encontramos ela. -Ela disse com a máscara de oxigênio

-VOCÊ TA FALANDO QUE A MINHA FILHA TA NA MERDA DESSE ORFANATO PEGANDO FOGO? E NINGUÉM TA NEM AI PRO FATO DE UMA MENINA DE 5 ANOS ESTAR LA DENTRO? -Eu ja estava gritando com ela

Se meu amor é um merda, eu também sou.Onde histórias criam vida. Descubra agora