Apêndice

130 14 5
                                    

    Não sei até hoje como eu acordei tomada banho, de pijama de frio e na minha cama depois daquela festa. O que a Arih sempre me diz é que eu não resisti a mais uma caipirinha depois da ultima. Na realidade mais uma não, mais 5. Mas eu não faço nem questão de saber o que deve ter acontecido naquela festa. A única coisa que eu sei é a dor de cabeça imensa que eu acordei no dia seguinte e sim, eu iria ter que trabalhar naquele sábado. 

   -Bom dia, bom dia. Nem pergunta, to morrendo. -Eu coloquei a cabeça na mesa completamente desarrumada. 

   -Bom dia flor do dia! Como está seu dia, princesa? -Ela sorriu completamente feliz.

   -Ah, bom dia Isa- O Alex, namorado da Arih falou saindo do quarto.

   -AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH TA POR ISSO QUE ELA TA FELIZ ASSIM É? Graças a Deus meu sono é BEEEEEEM pesado -Eu peguei uma torrada e levantei rindo indo pegar minhas coisas.

   Deixei os dois pombinhos em casa, porque eu sinceramente não queria atrapalhar o momento do fim da greve de sexo deles, e outra se eles quiserem fazer um filho, eu não quero que meus olhos puros contemplem tal imagem. Explicando melhor para todos, eu sou psicologa hospitalar, ou seja eu sou um auxilio geral para os pacientes quando eles precisam. Na real depois de uma sexta feira dessa acho que muita gente vai precisar de ajuda.

   -Bom dia Isa, aqui estão seus relatórios por paciente. Ontem deram entrada três pessoas, uma delas eu acho que até é famosa, porque algumas pessoas estavam tirando foto ontem a  noite e hoje de manhã tinha um multirão de flor pro cara. 

   -Oxe, quem é? -Eu peguei meus prontuários. 

   -Um tal de Anderson...-Ela falou olhando para o computador 

   -Ah não, o Marcos não está ai pra me substituir nessa não? -Eu fazia cara de cachorro sem dono

   -Dessa vez não, ele tirou férias. -Ela sorriu. 

   Eu saí atendendo meus pacientes e era só eu voltar na recepção que tinham mais e mais flores por lá. Chegavam umas garotas querendo entrar, e algumas com umas camisetas com um rostinho na frente. Demorou um pouco, mas eu entendi o que estava acontecendo. Eram as fãs. Ele tinha muitas fãs e algumas choravam como se realmente tivesse acontecido alguma coisa extremamente séria com ele. Eu entrei no quarto dele com mais dois buquês de flores. 

   -Parece que você é bem... famoso -Eu estava escondida debaixo dos buquês enormes

   -E parece que você é bem baixinha -Ele começou a rir - Desculpa doutora.

   -Doutora não .. Psicologa. -Eu apenas me segurei para não fazer uma piadinha ruim e coloquei os buquês no chão

   -Acho que ainda não nos falamos. -Ele estendeu a mão -Prazer Anderson. 

   -É, eu sei. - Eu apertei a mão dele - Isabelly Amado. 

   -Que bom, então qual é o motivo de sua visita para esse homem  tão ... -Ele olhou para todas as flores sorrindo - Solitário.

   -Parece que seu apêndice resolveu estourar ontem a noite durante a festa, não foi mesmo? -Eu olhei prontuário. 

   -Ah sim sim... Mas como você sabe da festa? -Ele olhou pra mim

   -Ham... é... que tava no meu prontuário bem específico "apendice estourou durante uma festa" -Eu sorri para ele

   -Espera, não era você ontem cantando Tiririca no meio da pista? -Ele se aproximou

   -Eu? Magina! Eu...eu. -Eu queria meter minha cabeça num buraco na terra e lá ficar.

   -Ah, mas é claro que foi. Antes de eu estar morto de dor no chão você foi umas cinco vezes na minha mesa dizer que eu estava muito lindo. Parecia até que a gente se conhecia...

Se meu amor é um merda, eu também sou.Onde histórias criam vida. Descubra agora