Capítulo 15

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Mal chegamos em frente ao orfanato e novamente me senti esquisita, uma sensação ruim, peguei o telefone e mandei uma mensagem ao Atila, como ele iria ao fórum, não estaria dirigindo. E não demorou a responder, o que me deixou mais tranquila.

Cheguei ao orfanato, me deseje sorte!

Eu te desejo tudo. Sorte você já tem, casou comigo. Amo você princesa!

Sorri e desci do carro. Juan parece perceber quando estou assim e então ele se aproximou o máximo que pode.

- Não estamos sozinhos senhora. - olhei assustada.

- Como não?

- Recebi ordens para manter a senhora sempre por perto e duas equipes sempre a postos. Relaxe, o chefe não vai gostar de saber pelos outros que a senhora parecia estar nervosa.

- Mas eu estou. Juan eu vivi em um lugar como este e agora é a minha vez de melhorar a vida de muitos.

- Eu cresci aqui. - ele começou a falar assim que passamos dos portões de ferro - Nós na verdade, meus irmãos e eu. Fomos adotados ainda crianças, nossos pais tentavam fugir do nosso país natal quando o barco ou sei lá o quê onde estávamos afundou. Javier diz que a última coisa que viu, foi meu pai nos beijando antes de colocar os coletes salva vidas. Os Leikers não pensaram duas vezes quando estiveram aqui e nos levaram, os três. Eu sei como é viver em um lugar assim senhora. Eu tinha 13 anos quando nos adotaram, todos preferem as crianças menores, os Leikers levaram três adolescentes, Stella tinha 14 o Javier é meu irmão legítimo, ela não. Ele tinha ou faria 17 quando saímos daqui.

- Sinto muito, pelos seus pais. Sabe? E fico feliz por tudo ter dado certo para vocês! Então a Stella é bonita e vocês são feios por isso, não são irmãos de sangue, imagino que deve ser ruim se sentir o caçula, tenho passado por isso desde que conheci meu irmão, e eu nem sabia que éramos irmãos.

- Stella também perdeu os pais naquela travessia, o mar estava revolto, não éramos as únicas crianças no bote, mas fomos os únicos  que sobrevivemos, desde então ficamos juntos. Javier soube racionalizar a pouca água e comida que tínhamos, ficamos por uma semana à deriva. Mas isso é passado, somos uma família grande e feliz, os Leikers são muito felizes e afortunados na vida, somos sete filhos adotivos, um único biológico e todos somos irmãos de alma e unidos por um amor verdadeiro.

- Vou querer saber mais sobre isso Juan. Entre conosco na sala, estou com um mal presságio, não faço a mínima ideia do porque, mas não quero que fique do lado de fora nos esperando - Júlia me olhou e sorriu.

- Vocês Nogara são conhecidos pela intuição. - ela olhou pro Juan e fez um pequeno gesto que ele entendeu. Ele se afastou um pouco e falou algo no ponto que eles usam, não consegui entender porque era uma espécie de código. Quando ele terminou de ouvir a resposta, sorriu e voltou até onde estávamos.

- Vamos entrar Júlia. Fiquem sempre próximas uma da outra, estou atento a tudo. - ele beijou a namorada na minha frente, algo rápido, porém significativo, estão de fato apaixonados e eu não pude deixar de sorrir.

Dentro da sala da direção do orfanato, entendi o porque do mal presságio. Não chegamos a bater na porta, não havia ninguém do lado de fora como se fosse uma secretaria, encontrei meu meio tio aos beijos com uma mulher que nunca vi, mas sei de quem se trata a amiga da Natália estava na sala com ele. Juan fez aquele barulhinho com a garganta e eles se afastaram. Ela nos mediu da cabeça aos pés.

Me Encontrei Para Ele (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora