Capítulo 4

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Pouco antes das oito da manhã eu já estava pronta para viajar até Toronto ao lado do Atila para tentarmos resolver umas questões de uma das filiais de uma empresa que pertence a Milena. Eu estava ansiosa para conhecer a casa por dentro, eu amava a fachada clássica das casas daquele condomínio todo, mas a dessa em especial me fazia sentir em casa, como se ali fosse o meu lar de verdade. Fiquei encantada com tudo, olhando de dentro, a janela enorme de vidro que ficava na frente da casa me dava a visão do possível jardim que imaginei, a sala espaçosa caberia um enorme e macio sofá, com mesa de centro e poltrona de descanso. A cozinha se bem planejada seria dos sonhos. E no segundo andar os quartos espaçosos todos suítes me deixaram encantada.

- E então? - ouvi a voz anciosa do Atila.

- Eu mudaria a cor, acho branco muito comum, os tons pastéis também. Acho que um verde água seria perfeito. Na sala, sofá, mesa de centro, poltronas e um bar completo para quando receber visistas - ele sorriu - a cozinha eu planejaria cada detalhe tanto na cor quanto nos utensílios, acho que tudo em preto e inox para os móveis e eletrodomésticos ficaria perfeito, seria sóbrio como eu imagino que uma cozinha deve ser.

- Como seria o quarto principal se a casa fosse sua?

- Uma cama enorme de dossel, tipo dos contos de fadas sabe? - ele concordou - mas não gosto de rosa, então deixaria o verde água, seria a cor ideal da casa por dentro e por fora. Ficaria muito esquisito?

- Não. Acho que cada casa deve ter muito do seu dono. Por exemplo, antes dos meus pais casarem, minha mãe morava em uma casa de praia com nossos avós, em Antiparos. Um dia te levo pra conhecer a casa que por toda a nossa infância era nosso mundo de sonhos, e onde sempre renovavamos as energias, ela amava tanto aquela casa que a nossa piscina da é igual, além da sauna que a dona Helena fez questão de ter e meu pai teve um rande trabalho em deixar a nossa casa como ela queria, no amor tem disso. Lembro que foi lá que soubemos sobre o sumiço da Ana Laura. E desde então o Zeus nunca mais pisou na casa outra vez.

- Bom, posso falar com a Milena e assim ele vai. Afinal o que ele não faz por ela? Agora vamos, temos um voo de horas e documentos para serem analisados antes de chegarmos em Toronto.

- Sim senhora. Vamos pegar esse bendito voo e até o aeroporto você me conta mais sobre a casa dos sonhos.

E assim fizemos, até o aeroporto fui contando como deixaria aquela casa se fosse minha e então ele me convenceu que manter o branco por fora ou qualquer outra cor mais tradicional deixaria o verde água do interior da casa como uma surpresa e tanto, deixando tudo mais original, no meio dessa nossa pequena discussão, Javier parou num farol vermelho e então o Atila se virou de frente para mim no banco de trás do carro.

- Pensa comigo, fecha seus lindos olhos e apenas imagina - achei uma bobagem mas concordei e acabei fechando os olhos - o jardim de jasmins, a porta larga em madeira maciça e marrom com a fachada toda branca e o telhado vermelho. Por dentro, as paredes em verde água, nada de tom pastel ou branco, tudo verde água. E então?

- Você tem razão, seria perfeita. - ele então sorriu tão abertamente e sem que eu esperasse me puxou pro colo dele e me beijou, tentei sair daquela situação por conta do Javier ali, como motorista vendo tudo - Não estamos sozinhos! - tentei alertar.

- Estamos, acabamos de chegar ao portão de embarque particular e o Javier desceu do carro tem algum tempo. - dei um tapa no ombro dele e em seguida voltei ao beijo - Você é muito bruta quando quer e me deixa louco com isso.

- Wow, você é o ogro aqui querido, eu sou uma princesa - ele revirou os olhos por lembrar que apenas meu irmão me chama assim, não sei qual é a dele ainda com o Micael. Todos já sabem que somos irmãos. Desci do carro muito brava, xingando até a décima quinta geração desse putano. Quem ele pensa que é para agir assim? Idiota!

Me Encontrei Para Ele (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora