Vocês têm minha benção

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[Pov's Lucy]

Hoje era o dia do grande "casamento", eu havia acordado cedo, tomado um café leve, pois fome, é algo que eu não possuía naquele momento, depois disso, tive de me lavar, colocar a cinta, coisa essa, que aperta sem dó nem piedade, coloquei o vestido e me maquiei, algo básico por uma grande insistência minha e...:

- Pronto! - uma das ajudantes disse - você está linda senhorita.

- Obrigada - falo, dando um pequeno sorriso - será que poderiam me deixar sozinha por um tempo? - peço, elas fazem uma reverência e saem.

Desço do banco que estava para poder arrumar o vestido, chegando mais perto do espelho, me olhou de cima a baixo, sentindo uma dor enorme no peito, como se finalmente meu coração tivesse percebido que tudo estava perdido, pois o casamento seria dali a uma hora e nem sinal do Natsu. Eu queria acreditar que ele apenas estava atrasado, mas que viria para me levar embora dali, só que eu bem sabia que as coisas não eram um conto de fadas, o que me fez ajoelhar e chorar, sabendo que aquilo não podia realmente ser impedido.

Sinto então uma mão no meu ombro, me fazendo levantar o rosto e abrir os olhos, vendo um ser de cabelos róseos bem na minha frente, sorrindo, tentando me confortar, ele me abraça, me fazendo chorar, mas dessa vez, de felicidade:

- Shhhhh, calma meu amor, tá tudo bem, eu tô aqui - fala, fazendo cafuné no meu cabelo, me acalmando.

Já mais calma, me afasto dele, podendo ver seu rosto, olho atentamente, vendo seus cabelos bagunçados como sempre, as sobrancelhas grossas, os lindos olhos jade, com grossas olheiras embaixo destes, a delicadeza das linhas do rosto e os lábios que eu tanto amo, por sempre dizerem palavras de gentileza. Me aproximo dele, lhe dando um selinho, voltando a abraça-lo, me sentindo confortável ali:

- Por que você estava chorando? - ele pergunta, com a cabeça apoiada na minha cabeça.

- Eu achei que....

- Que?

- Que você não viria... - sussurro, envergonhada por ter pensado aquilo.

- Eu sempre vou voltar Lucy - fala, pegando meu rosto entre suas mãos - eu te amo e sempre vou amar, nunca duvide disso - fala, beijando minha testa - Lucy eu ia amar continuar aqui, olhando pra você, mas tenho que te perguntar algo antes de qualquer coisa.

- O quê?

- Você tem certeza absoluta de que quer fazer isso? Quer dizer, eu não posso te dar nenhum luxo e você vai ter de cuidar da casa, pois eu próprio, não poderei fazer muito, além do que... - o paro, colocando minha mão em sua boca.

- Eu quero, mas você tem certeza que quer isso? Quer dizer, eu vou levar tempo pra aprender as coisas, não sei limpar muito bem ou sou um às na cozinha como você, e provavelmente vou causar mais problemas para você do que tudo, então... - paro de falar e começamos a rir.

- Eu quero, mesmo que a gente passe por vários perrengues, mas sei que vai valer a pena - fala, sorrindo junto comigo, ele se levanta e eu o acompanho - temos que ir, agora! - diz, trancando a porta - acho melhor você trocar esse vestido, vai ser complicado ir com ele.

- Tudo bem... - sussurro, virando de costas - me dá uma ajuda com os botões? - peço e o Natsu o faz.

Sinto seus dedos desabotoando o vestido, resvalando em minha pele, depois de terminado, retiro o vestido glamoroso, colocando-o encima da cama, tiro a cinta, pondo um vestido azul leve. Pego a mala debaixo da cama, pequena, mas com as minhas maiores lembranças daquele lugar, mas então alguém começa a bater na porta:

- Lucy, abre filha, eu quero falar com você - meu pai pede, me fazendo olhar para Natsu.

- Eu preciso falar com ele - o Natsu me olha, pedindo que eu não o faça - por favor!

- Está bem, mas rápido! - ele diz, beijando minha bochecha, indo para perto da janela.

Vou até a porta, respirando fundo, abro a porta, vendo o olhar esperançoso e ansioso do meu pai, se transformar em um incrédulo, o deixo entrar, fechando a porta logo em seguida:

- Lucy, por que não está vestida ainda? O casamento já vai....

- Pai... - sussurro, o abraçando bem apertado - eu não vou me casar mais - falo, me afastando - pelo menos, não com o Zeref! E antes que você me pergunte o porque, não é porque ele não seja uma boa pessoa e nem nada, mas sim por eu amar outra pessoa - digo, com o maior sorriso.

- Eu - o Natsu fala, saindo da sacada, sorrindo.

- Natsu? O que, como....

- Pai... - pego suas mãos, olhando bem em seus olhos - o Natsu é a pessoa que eu amo de verdade e eu não quero larga-lo por nada! E é por isso que eu estou indo embora, para poder ficar ao lado dele.

- Sogro eu... - meu pai lança um olhar mortal para o rosado - quer dizer, senhor Jude, eu amo sua filha e se me permitir, apesar de toda a situação, poderia nos dar sua benção? Sei que devo estar sendo ousado por pedir isso, quando estou a levando de uma forma nada própria... mas quero saber que não guardará rancor de nós, principalmente a Lucy - diz, me olhando.

- Eu nem sei o que dizer - Jude fala, suspirando, antes de olhar bem para mim - é isso mesmo que você quer?

- Sim papai.

- Bom, sendo assim, eu lhes dou a minha benção, vão tranquilos, o que me lembra - ele pega uma bolsa que eu nem havia percebido, estar guardada meu armário - levem isto, deve ajudá-los a se manter por um tempo e levem também o Maximus, ele já está pronto - diz, sorrindo - não sabem o quanto esperei para você se dar conta de que o Natsu te amava!

- Como é? - eu e o rosado perguntamos.

- É, eu sempre soube que vocês dois se amavam, era óbvio para quem olhasse... eu só estava me perguntando quando perceberiam - diz, com um grande sorriso, me abraçando - vá minha filha e seja feliz.... - diz, chorando.

- O que foi pai?

- É que eu queria tanto te ver de noiva, se casando - fala, com um sorriso sonhador.

- E você verá! - digo, tendo uma idéia - lembra daquela casa aonde eu, você e a mamãe íamos quando eu era pequena?

- Claro, por quê?

- Eu e o Natsu vamos pra lá - falo, olhando para ele, que finalmente estava entendendo - no final do mês, você vai até lá e oficializamos a união, o que acham?

- Por mim tudo bem! E você sogro?

- Está bem... - diz, suspirando - mas me prometam que vão se cuidar!

- Está bem! - digo, lhe dando um último abraço, puxando o Natsu - até pai!

- Até filha, vou tentar atrasar tudo.

Dito isso, eu e o rosado, descemos uma corda, indo para o andar debaixo, ele coloca uma capa em mim, simples, mas que me disfarçava muito bem. Saímos pelos corredores, no caminho, vejo vários nobres, mas a agitação do casamento, fez com que não notassem a gente, o que foi ótimo, mas então, me lembro de algo que meu pai disse:

- Espere Natsu - chamo, o puxando para o canto - precisamos ir até o estábulo para pegar o Maximus.

- Quem é esse Max afinal? - diz, me fazendo perceber o ciúmes em sua voz.

- Ele é um amigo de infância, o único que tive - digo, o puxando.

- E ele é importante pra você? - pergunta, me fazendo parar em um canto afastado, sorrindo.

- Natsu, Maximus é o meu cavalo, eu e ele meio que crescemos juntos - digo, o vendo ficar sem graça.

- Ah tá....

- Estava com ciúmes, senhor Dragneel? - pergunto, rodeando meus braços em seu pescoço.

- Até parece, senhora Dragneel! - diz, colocando as mãos em minha cintura, me puxando para junto de si, chegando seu rosto perto do meu - temos que ir....

- Sim... afinal, vamos ter todo o tempo do mundo depois que isso acabar - falo, lhe dando um selinho rápido, voltando a andar.

- Sem dúvidas! - diz, andando junto comigo, torcendo para que nada acontecessa.

Noiva FugitivaOnde histórias criam vida. Descubra agora