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Ele tinha sete sorrisos, sete motivos.
E só assim tinha forças para fingir ser feliz.Ele era um precipício, mas um precipício com sete sorrisos.
Tinha o sorriso da mãe que sempre, antes de dormir, sorria é dizia -Boa noite.
Tinha o sorriso do irmão, que apesar de ser mais velho, sempre o ajudava nas atividades de matemática.
Tinha o sorriso do pai, ou, pelo menos ele acreditava ter.
Tinha o sorriso do amigo da escola que sempre lia suas poesias e o incentiva a escrever.
Tinha o sorriso do filho da vizinha que nos sábados a tarde o chamava para jogar videogame.
Tinha o sorriso das palavras e sempre escrevia, de noite e também de dia.
E também tinha o seu próprio sorriso, aquele que ele fingia ter para não fazer morrer os outros seis.
Como explicar o que ainda não foi dicernido?
Como entender o que é mais forte que você?Com o tempo, a dor foi se tornando insuportável.
Ele se enrolava com seu lençol branco, dos pés à cabeça e chorava sem entender de onde vinha tamanha dor.Nessa noite, quando ele precisava, o primeiro sorriso não apareceu é durante dias foi assim, então ele entendeu, o primeiro sorriso morreu.
E já não era só um precipício, mas um precipício com muitas vozes, e elas gritavam.
UM sorriso morreu!
O segundo sorriso passou para a faculdade e foi morar em outra cidade, e ele não entendia nada, nem da vida e nem de matemática.
O segundo sorriso partiu.
E já não era só um precipício, mas um precipício com poucos sorrisos.
O terceiro sorriso Veio, antes de dormir, quis substituir o primeiro é disse, -boa noite.
O terceiro sorriso Fez ele parar de pensar no fim.
Seria naquela noite.
Estava tudo preparado.
Ele estava pronto.
Mas o "Boa noite" do terceiro sorriso trouxe um pouco de luz para o precipício.O quarto sorriso não gostou da última poesia, ela falava sobre a morte, ela era real, mas O quarto sorriso disse. -" Não escreve mais assim."
E o quarto sorriso matou parte do sexto, ele já não escrevia de noite e de dia, mas só quando estava em intensa agonia.
O quinto sorriso mudou-se para outra rua, e no a sábados a tarde ele jogava outro jogo, e sempre perdia.
Sem os seis primeiros sorrisos o seu não tinha sentido, ele já não precisava fingir.
Era madrugada de sexta feira, estava chovendo do lado de fora, e ele estava sentado na cama.
Era um precipício sem sorrisos, apenas com tempestades é uma dor insuportável.
Então, pela primeira vez, ele faz o que não queria, mas era inevitável.
A dor de dentro era grande, ele precisava fugir.
Ainda sentado na cama, segura a lâmina com a mão direita, e ela está tremendo.Cada corte, um sorriso.
Primeiro corte, -BOA NOITE MÃE.
segundo corte - PRECISO DA SUA AJUDA.
terceiro corte -VOCÊ NUNCA ME AMOU.
quarto corte - AQUELAS PALAVRAS ERA UM GRITO DE SOCORRO, MAS VOCÊ NAO OUVIU.
quinto corte - VAI EMBORA DOR, VAI EMBORA, POR FAVOR!
sexto corte - NUNCA MAIS VOU ESCREVER.
SUA última carta estava entre as pernas, e a dor que saia dos seus pulsos a encharcava.
Ele fez o sétimo corte
Mais profundo que os outros seis
Sete sorrisos
Sete cortes
Ele morreu.☆Fim.
Li essa história e contei quantos sorrisos ainda me faziam querer viver, e descobri que o meu sorriso deve ser o meu maior motivo, e ele não pode depender dos outros seis, preciso ser feliz por mim mesmo, e o resto, o resto é fácil, o difícil é encontrar a luz, sabendo que ela não está no fim do túnel.
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POESIA-A Luz Não Estava No Fim Do Túnel
ŞiirPoesias. O livro traz a temática da depressão e a luta para vencer as vozes que gritam pedindo socorro, o eu lírico traz a tona seus medos, suas indagações e sua busca pela luz que é prometida para quem chega no "fim do túnel." Essa história é...