Capítulo 5

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Fazenda Bittencourt

Fazia um belo dia no Vale do Café que recebia Darcy e Elisabeta que estavam de volta ao Vale, depois de terem estado um ano fora. Como forma de comemoração Julieta e Camilo tinham decidido organizar um baile. Muitos dos amigos iam estar na festa, incluindo Ernesto, que após muita insistência dos sogros decidiu aceitar o convite.

Estavam já todos os convidados reunidos na comemoração. Darcy e Elisabeta tinham deixado o pequeno Thomas na nova casa com os restantes primos, os gémeos de Ernesto e Dona Nicoletta. Mariana e Brandão não iriam ao baile porque estavam numa prova de motocicletas fora do Vale. As restantes Benedito estavam a aproveitar para pôr a conversa em dia.

-Eu adoro viajar pelo mundo, mas já tinha muitas saudades do Vale. – Diz Elisabeta.

-Por aqui continua tudo igual.- Diz Jane.

-Com a família a continuar a crescer. -Lídia passa a mão na barriga - Será que teremos mais um Benedito homem?- todos riem.

-Muita felicidade por mais um netinho. 5 filhas e todas bem encaminhadas. Obrigada meu santinho.- Diz dona Ofélia enquanto se benze. E todos riem.

-Ludmila e Januário também voltam estes dias, eles tinham alguns assuntos para tratar em São Paulo, mas vão ficar aqui uma longa temporada.- Diz Camilo.

-Perfeito, estou com saudades da minha amiga. – Diz Elisabeta.

-E por falar em amigos, onde anda o meu amigo carcamano? Ainda nem o vi – Diz Rómulo que estava de mão dada com Cecília. A vida podia não lhes ter dado um filho de sangue, mas eram muito felizes com a família que tinham construído.

-Estou muito preocupada com Ernesto. Ele não falou com quase ninguém desde que chegou. -Diz Elisabeta, que já tinha trocado algumas palavras com ele. – Desde que ele perdeu a Ema parece que a felicidade que ele irradiava também se perdeu.

-Eu vi-o lá fora sozinho a beber e a olhar as estrelas. - Diz Darcy.

-A última visita a São Paulo não lhe fez nada bem. Ele insiste que viu a Ema, e queria ficar lá para procurá-la. – Explicava Camilo.

-Eu fiquei a saber, mas não percebi quem era essa moça. – Tenta perceber Elisabeta.

-Ninguém sabe quem é. Ela foi atacada por um homem e o Ernesto defendeu-a, mas acabou por bater a cabeça e ficou inconsciente. Só que antes de bater a cabeça ele jura que essa moça era a Ema. Ela ainda o acompanhou ao hospital, mas a única que a viu foi mesmo a enfermeira que não conseguiu identificá-la.

-Muito comum em casos de traumatismo, os pacientes apresentarem algumas confusões com a realidade. E nós bem sabemos que estes anos não têm sido fáceis para ele. Perder a Ema foi demais para ele, mas ele tem-se saído muito bem com as crianças.- Diz Rómulo.

-Ele precisa é de uma nova companhia feminina. Eu já reparei que aquela nova médica está interessada. Bem vi os olhares dela quando ele chegou - Diz dona Ofélia.

-Mamãe. – Exclamam as Benedito.

- O que é? Eu criei 5 filhas, entendo do assunto.

-A Ema iria querer ver o Ernesto feliz e a seguir em frente, mas isso só a eles diz respeito. Não devemos interferir. Ernesto ainda sofre muito por Ema. - Finaliza Cecília.

-Cecília tem razão. Aproveito e vou ali fora fazer companhia ao carcamano. Até já meu amor -Diz para a esposa enquanto lhe beija bochecha.


A festa já ia animada, todos dançavam, e Dona Ofélia estava a conversar com a nova médica que vinha ajudar Rómulo com os doentes do Vale e futuramente ficaria a trabalhar no hospital.

Até ao fim das nossas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora