Tinha já passado um mês desde o dia daquele fatídico incêndio, o maior suspeito era Xavier, pois tinha fugido da cadeia junto com Virgílio. Mas não existiam provas concretas, nem eles tinham sido avistados, só suposições pelo modo de atuação. No início ainda aconteceram pequenos acidentes, como com Elisa, que quase tinha caído do cavalo, porque a sela tinha sido cortada, ou Mariana que tinha visto os travões da sua moto falharem por também terem sido cortados, mas a partir daí mais nada aconteceu. Rómulo e Cecília já tinham concretizado a adoção do pequeno Joaquim, o trabalho de Cecília no orfanato, assim como o êxito na adoção de Mário tinham encurtado o tempo do processo.
Naquele momento Ema estava em São Paulo, a retomar a sua antiga atividade profissional que tinha exigido que ela fizesse aquela viagem. Fazia já uma semana que ela estava longe das crianças e de Ernesto.
-Conte-me Ema como andam os negócios? – Perguntou Jorge, já que ela estava a almoçar com ele e Ludmila na casa dele. Eles tinham retomado a antiga amizade, e parecia que o passado recente tinha ficado esquecido, nenhum dos dois tocou nesse assunto.
-Tudo ótimo, eu voltei a desenhar os modelos que serão produzidos em larga escala para as fábricas e estou já a planear a coleção da nova estação.
-Pois é Jorge, a nossa amiga voltou ainda melhor do que era, se isso for possível.
-Fico feliz por você.
-Obrigada, mas o mais importante para mim neste momento é regressar ao Vale e estar com as crianças e Ernesto.
-Já ninguém te pode ouvir a falar deles. - Lud faz graça. - Jorge quando vai fazer-nos uma visita ao Vale?
-Eu regressarei em breve, tenho negócios para tratar por lá.
-Fico feliz que nos faça uma visita na Fazenda Ouro Verde.
-Tia Lud. – Entra aos gritos na sala de jantar Amelinha.
-Amélia, já te avisei que não se entra assim quando eu estou a receber visitas.
-Desculpa papai.
-Deixa estar Jorge, também estava com saudades. -Diz Lud ao abraçar a menina.
-Tia Ema.
-Minha querida, estás cada dia mais linda.
-Papai quando eu vou poder visitar o Afrânio e a Cat? Estou com saudades de brincar com eles.
-Não sei querida, você já sabe que o papai tem uma agenda cheia.
-Vai ser um prazer receber você querida.
-Veremos isso mais tarde. – Finaliza Jorge o assunto.
-Jorge o jantar estava esplêndido, mas temos de ir, ainda regressamos ao Vale hoje.
Fazenda Ouro Verde
Ema tinha chegado a casa já bem tarde, as luzes estavam todas apagadas, todos já estavam a dormir. Ela entrou no quarto sem fazer barulho, e viu que Ernesto já dormia profundamente. Era tão lindo, até a dormir, ela nunca admitiria, mas adorava ficar à noite a observá-lo dormir, e saber que ele era todo dela. Só que desta vez ela estava a morrer de saudades e teria de acordá-lo, então começou a distribuir vários beijos pelo rosto dele.
-Se eu estiver a sonhar, não quero acordar. – Ema dá uma risadinha com aquele comentário.
-Então você prefere ficar aí no seu sonho, eu posso parar. – Ela tenta levantar-se, mas Ernesto num movimento rápido prende-a na cama.
-Nunca. Baronesinha, não imagina a falta que você me fez. – Ernesto iniciou o beijo primeiro lentamente, a saborear o gosto que tanto lhe fazia falta, mas acabou por aprofundar, dando pequenas mordidas naqueles lábios tão suculentos que o enlouqueciam.
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Até ao fim das nossas vidas
RomanceUma versão alternativa da volta da Ema ao Brasil. Como Ernesto ficaria se Ema não voltasse? Os personagens já sabem pertencem à nossa querida Jane Austen e ao Marcos Beirnstein.