Capítulo 4

490 22 19
                                    


Já tinham passado várias horas e não havia notícias do estado de Ernesto, durante o percurso até ao hospital ele tinha continuado inconsciente. Ema permanecia, ali no hospital, encharcada por conta da chuva que apanhou, mas não queria sair dali sem saber se ele estava bem.

-Enfermeira, como está o senhor Pricelli?

-A senhora é da família?- pergunta a enfermeira.

-Não, mas ele ficou neste estado para me salvar e eu estou muito preocupada.

-Ele não corre perigo, mas ainda vai ter de ficar aqui no hospital esta noite para observação.

-Posso vê-lo?

-Ele está a dormir, não pode receber visitas. É melhor ir embora e voltar amanhã. Agora tenho de ir senhorita.

Ema não queria ir embora sem vê-lo, então aproveitou a movimentação no hospital para entrar no quarto. Logo que entrou no quarto viu que ele estava de facto a dormir, foi se aproximando lentamente para não perturbá-lo.

-Obrigada por me ter salvo a vida, nem sei o que poderia ter acontecido. - sussurrou para ele.

Ficou ali algum tempo a olhar para ele, até que num ato irrefletido lhe tocou o cabelo com a mão, e continuou a fazer-lhe carinhos na cabeça.

-Bom, acho que tenho de ir. Eu volto de manhã logo cedo. - despediu-se com um beijo na cara.

Ema não queria ir, mas estava cheia de frio, a sentir-se um bocado mal, e logo poderia aparecer alguém.

Quando chegou ao cortiço, Penélope veio logo ao seu encontro.

-Ema, estava preocupada. Onde você estava? Estranhei quando vi que você não tinha ido buscar a Aurora. Que cara, você ainda está-se a sentir indisposta?

-Penélope eu encontrei.... Nesse momento Ema desmaia nos braços da amiga.

-Meu deus Ema estás a arder em febre. Alguém me ajuda a levá-la para cima.

A febre não baixava mesmo com o banho que lhe deram, e as toalhas húmidas que iam colocando na testa dela. O dia já estava a amanhecer, e não haviam melhoras, teriam que chamar um médico que vivia ali perto.


No hospital, na manhã seguinte

-Enfermeira, eu estou à procura de Ernesto Pricelli.

-O senhor é da família?

-Sim, Camilo Bittencourt, sou cunhado dele.

-Venha comigo.

Entraram no quarto e encontraram um Ernesto a discutir com a enfermeira que estava a cuidar dele, que o estava a impedir de levantar-se.

-Ernesto.

-Camilo ainda bem que você chegou. Eu tenho de encontrar a Ema.

-O quê?

-Eu vi a Ema ontem, eu salvei-a.

-Olha Ernesto deves estar confuso pela pancada na cabeça. A Ema morreu.

-Antes de eu cair eu vi, era ela eu sei que era.

-O médico disse que podias revelar alguma confusão por conta do traumatismo, mas a Ema não estava lá com você, devia ser uma moça parecida.

-Mas eu vi, Ernesto diz quando as lágrimas começam a aparecer.

-Já sei. Onde estão as minhas roupas? Enfermeira foi você que falou com a moça que me acompanhou, certo? - pergunta ele enquanto revira as roupas dele, que estavam próximas da cama.

Até ao fim das nossas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora