Capítulo 01

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|Narração Gisele|

E mais uma vez a tentativa de vê-lo foi falha. Eu estava desde as seis horas da tarde esperando ele pousar, mas Luan não desceu, e eu não pude entregar a minha carta, e minhas fotos que eu mesmo havia revelado, uma forma de deixá-lo com uma lembrança de mim, e até quem sabe ele me seguisse em meu fc que eu tinha no instagram.
Bufei desanimada e caminhei até a minha casa, que por sinal era longe dali, depois do meu curso de Fotografia eu costumava ir pra casa, mas quando soube que ele faria um show na minha cidade e que chegaria hoje, eu não hesitei e fui atrás dele, no show com certeza seria difícil ver, a não ser que eu conseguisse ganhar camarim.
Dez anos esperando pelo seu abraço. Dez anos esperando pelo seu reconhecimento. Cinco shows, o sexto agora, nesse final de semana. E tudo o que eu consegui nesses anos foi apenas uma toalha em meu primeiro show, quando ele ainda tinha o seu cabelo arrepiado, novinho e com o rosto parecido com uma bunda de neném.
Sorri ao lembrar de como ele era fofo nessa época, sua voz estava se descobrindo e hoje ele transmite uma paz tão grande pra mim, eu não sei explicar o que eu sinto por ele, já foi além de amor.
Como uma  pessoa azarada, peguei uma chuva no caminho, consegui esconder as fotos e a carta na bolsa, porém minha roupa ensopou toda e eu correria o risco de pegar uma gripe tremenda. Droga. Olha o que eu faço por você, Luan Santana. Espirrei assim que cheguei na porta de casa e senti que viria uma bronca enorme, respira fundo Gisele, eles vão entender.
— Onde você estava? — assim que abri a porta os gritos da minha mãe ecoou sobre o ambiente.
— Oi mãe, bom te ver também. — sorri forçado tirando meus tênis e os deixei na porta.
— Fala logo menina, onde você se enfiou? Seu curso termina às seis, onde você estava? Com uma namoradinho? — revirei os olhos ao ouvir isso, ela sabe muito bem que eu não me dou bem com "namoros".
— Eu fui no aeroporto pra ver o Luan, só isso. — dei de ombros.
— De novo esse Luan Santana Gisele? — foi a vez do meu pai gritar.
— Da pra vocês pararem de gritar comigo? Eu fui atrás do meu sonho, apenas. — resmunguei descascando uma banana.

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