Cap. 1

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- Você, Dave Evans, aceita Olivia Anderson com sua legítima esposa? - O padre fala.

- Aceito - Ouço o Dave falar, eu não estou completamente concentrada na cerimônia pra falar a verdade, eu não sabia nem o que eu tava sentindo naquele momento, raiva talvez.

- E você, Olivia Anderson, aceita Dave Evans com seu legítimo esposo? - O padre se dirige a mim.

Eu definitivamente não queria aquilo, eu não deveria nem ter deixado chegar até aqui, por que eu não corri antes? Olho para a minha mãe e ela está com o olhar de sempre, um olhar de repreensão, raiva ou sei lá o que se passa na cabeça dela. Olho para o resto das pessoas, sei que estava demorando mais do que o normal para dizer o tão esperado "sim" mas eu não conseguia, olhei para o Dave, para o padre e olho novamente para a minha mãe.

- Não! - Falo e olho para o Dave, sua expressão não parecia decepcionada ou algo do tipo, mas eu não tinha coragem de olhar para minha mãe. A única reação que eu tive foi correr, era um campo, eu só corri para o mais longe possível.

Eu vou explicar um pouco mais do que está acontecendo, meu nome é Olívia Anderson e esse é o meu casamento, era para ser, na verdade, se eu não tivesse fugido.

A alguns meses atrás minha mãe conheceu uma mulher, Grace Evans, elas ficaram bem amigas, até que minha mãe conheceu o filho de Grace de 22 anos, e ela simplesmente colocou na cabeça dela que ele seria meu futuro marido. Minha mãe fez jantar para a gente se conhecer, eu não vou mentir, Dave é muito bonito, então ficar, apenas ficar com ele, não foi um sacrifício, mas nossas conversas não batiam, não tínhamos absolutamente nada em comum, além de algumas coisas que ele falava que me incomodavam.

Eu falei isso tudo para minha mãe, desde o início, mas ela sempre dizia que ele era o cara perfeito e que se eu me casasse com ele meu futuro iria ser perfeito. Eu realmente acredito em amor, sempre acreditei, em alma gêmeas, pessoas que se completam, e com certeza a minha alma gêmea não era o Dave. Além de discussões constantes que nós dois tinhamos.

Uns três meses se passaram mais ou menos e minha mãe falava o tempo inteiro sobre ele, o quanto ele era responsável e maduro, e o quanto eu iria ser feliz, ela sempre dizia que mesmo que eu não amasse ele naquele momento, eu iria me acostumar. Até que chegou um momento que eu parei de bater de frente com a minha mãe e só deixava levar, eu só não contava que ela iria planejar um casamento em menos de dois meses.

Foi exatamente o que ela fez, marcou data, separou local, buffet, banda, enviou convites e a única pessoa que não sabia de absolutamente nada, era eu, a noiva. Até que uma semana antes mais ou menos ela me avisou que eu iria me casar, exatamente, ela me avisou que eu iria casar, eu não tinha outra escolha.

E aqui estou eu, correndo, para o mais longe possível do meu próprio casamento. Com uma mistura de sentimentos dentro de mim, raiva, decepção, culpa, tristeza.

Parei de correr, por cansaço e para raciocinar para onde eu iria, eu não queria ir para casa, não hoje, minha mãe surtaria, isso era inevitável, mas não custa nada adiar um pouquinho mais. Eu só queria um pouco de paz.

Eu chamei um táxi e fui em casa, buscar meu celular. Mandei mensagem para a Isa, minha melhor amiga, pedindo para ela sair do casamento sem ninguém ver e ir até a nossa lanchonete, ela respondeu na mesma hora dizendo que estava indo. Nossa lanchonete é um lugar que nós vamos desde pequenas, é tipo nosso cantinho especial, foi lá que nós nos conhecemos e viramos amigas quando tinhamos 7 anos.

Troquei de roupa antes de ir para a lanchonete, tirei aquele vestido que eu nem pude escolher.

(quebra de tempo)

Sim, eu disse nãoOnde histórias criam vida. Descubra agora