Sim, eu disse não

Cap. 2

Depois de umas duas horas de viagem, eu finalmente cheguei na casa do meu pai. Como eu já tinha avisado que estava chegando, ele estava me esperando na frente de casa. Eu não o via fazia um tempo, já estavamos em janeiro, eu não passei essas férias com ele.

Ele me ajuda a pegar minhas coisas e colocar para dentro de casa. Eu gosto muito daqui, é uma coisa um pouco mais afastada, mais campo, mais tranquilo. Na real, sentir aquele vento no rosto, aquela paz, era tudo que eu precisava naquele momento.

Meu quarto sempre esteve separado lá e sempre exatamente do mesmo jeito que eu deixava, com poucas coisas, uma cama, um guarda roupa, uma mesinha e só. Eu saí da minha cidade sem avisar a ninguém, a única pessoa que eu realmente teria que avisar naquela hora era a Isa. Mando uma mensagem explicando tudo que aconteceu e a minha decisão e tudo mais.

Sentada na cama, de pernas cruzadas, coloco o celular do meu lado e me deito, fico olhando para o teto por um bom tempo, pensando se eu fiz mesmo a decisão certa ou não, no final das contas, chego a conclusão que sim, vai ser bom para mim, ter um pouco mais de paz, sem dúvidas o convívio com meu pai era bem mais fácil do que com a minha mãe.

Hoje é dia 29 de janeiro e falta bem menos para as aulas começarem, no dia 1. Preciso resolver isso com meu pai, em qual escola eu vou estudar. Na realidade eu não tinha pensado nisso tudo antes, eu fiz 17 anos a umas duas semanas e esse é o meu último ano na escola e eu prometo a mim mesma, fazer de tudo para que esse ano seja perfeito.

Saio do meu quarto e vou falar com meu pai.

- Pai, isso foi tão de última hora que eu nem pensei. Onde eu vou estudar? - Falo sentando no mesmo sofá onde ele estava sentado.

- Olívia, um dos melhores colégios daqui é o Colégio Arcádia. Se você quiser, eu vou lá hoje, ajeitar as coisas da sua matrícula. Se preferir pode até ficar em casa. - Meu pai diz

- Claro! Isso seria ótimo. - Falo me referindo a ele ir hoje - Mas acho melhor eu ir junto, assim eu também conheço a escola. 

- Tudo bem então, pegue seus documento e vamos - Ele diz se levantando do sofá.

Apenas concordo com a cabeça, vou na minha mala e pego os documentos que eu trouxe. Meu pai já estava me esperando na porta. Nós entramos no carro e fomos em direção ao colégio. Não vou mentir, eu estava feliz, ansiosa. Já bastava esse início de ano turbulento, eu só queria um ano incrível e eu vou fazer o possível para ser, eu prometo, e quando eu prometo algo, nem que seja a mim mesma, não tem que me faça descumprir.

Nós chegamos no colégio e vamos direto para a secretaria. Meu pai avisa que vai ao banheiro e pede para eu dar as informacões que a moça pedir 

- Nome do pai - Ela fala e me olha

- Daniel Anderson - Digo e ela anota

Sim, meu pai e minha mãe decidiram continuar com o mesmo sobrenome mesmo depois de divorciados. É impressionante pra mim como um amor tão grande como o deles se tornou ódio tão rapidamente. A moça pergunta mais algumas informacões e em pouco tempo meu pai chega, ele termina de resolver questões financeiras e um funcionário nos mostra a escola.

Quando estava tudo resolvido nós entramos no carro.

- Eu esqueci de mais um coisa, eu não tenho material nenhum - Dou um sorrisinho ao meu pai.

- Tudo bem, vamos passar na papelaria - Meu pai fala e dá partida com o carro.

Depois de comprar o meu material escolar, nós voltamos pra casa, eu estava bem cansada, era mais ou menos umas oito horas da noite. Resolvo que vou organizar minha coisas amanhã, eu só preciso dormir.