Break up with your girlfriend, I'm bored

Am I not interesting?

{Camila point of view}

Já havia passado dois dias e nada daquela mulher imponente chegar com aquele ar de superioridade e narcisismo exagerado, ela sabia do que era capaz e não aceitava nada menos que isso.

A noite chegava, opto por me arrumar com um vestido preto com uma fenda na perna mostrando até metade da minha coxa, um sobretudo xadrez e um lenço no pescoço, hoje eu iria beber um pouco, aproveitar a noite enquanto meu trabalho não chegava até mim.

-Boa noite, senhorita.-O barman diz sorridente.

-Boa noite, quero uma vodka, por favor...

-Claro! Aqui está.

-Obrigada.-Pego o copo e viro a dose servida, tomo mais umas duas e decido ir até a área que representava a pista de dança.

[ https://youtu.be/XCQK6LmhYqc ]

A música começava lentamente, as pessoas juntas naquele lugar, conexões não feitas racionalmente, mas quem dava a mínima pra se importar? Meu corpo seguia a batida da música enquanto meus movimentos tinham como objetivo externar pensamentos sobre minhas últimas atitudes, eu não estava certa.

Sinto olhos presentes em mim e tento ignorar, até que se torna insuportável, olho em direção ao bar, aquele par de olhos verdes conhecido, não pessoalmente até este exato momento, você havia chegado, e por algum motivo por mim desconhecido, seus olhos se prendiam em mim fixamente, permanecendo atento, você se levanta e se permite dançar também, seus braços levantados para o céu, cabelo brilhando, a cor de seus olhos prevalecendo na multidão que dançava sem se importar com nada. Sinto meu coração acelerar mas não entendo o motivo, talvez culpa, penso comigo mesma.

Você se aproxima de mim, por que agiu assim? Eu concentrei minha atenção em você, juro que não foi conscientemente, você sabe, não é? Eu estava curiosa, querendo saber mais, e mesmo tentando evitar algo me prendia em ti, você já sabia disso, melhor do que eu.

Sua proximidade me tira o juízo, não sei o que isso significa, o que me confunde ainda mais. Você dança de frente pra mim, provação? Eu devo estar bêbada, não pode ser outra coisa. Meus movimentos se tornam mais tensos enquanto exijo de mim mesma ainda mais devoção na dança, o que você fez comigo?

Aquele lugar lotado, não era lotado o suficiente para me fazer ser desprendida pela sua cativante presença. Meus olhos se desviam por pouco tempo enquanto eu me virava de costas pra você, ainda sem te olhar conseguia sentir seu olhar presente em mim, como se fosse parte de seu desejo saber de mim, por quê isso nesse momento, amor?

Eu não entendia essa inexplicável conexão entre nossos olhares e aquele sentimento profundo que acabava com minha cabeça, me guio até o balcão exigindo a bebida mais forte, sinto falta do seu olhar nessa hora e agradeço aos céus por isso. Sem você me olhar, eu não teria motivos para encarar de volta, preciso de ar. Me direciono até as janelas daquele andar, não pode ser possível, não estava nos hotéis visitados por casais, só queria beber, o quê te trouxe até mim?

A música agora opaca pela distância, nada tão forte como antes.-Deixou seu copo pra trás.-Uma voz grave atrás de mim, sinto conhecê-la de algum lugar, não podia ser, me viro em direção a voz, e era você. Eu não conseguiria respirar assim.

-Ah, eu acho que já bebi demais!-Pego o copo segurando entre meus dedos voltando a atenção a vista das águas refletindo a lua.

-Término?-Você me questiona sugestiva, você se importava com isso, mas por quê?

-Oh não! Sou solteira, ninguém namoraria com uma fotojornalista-Retruco deixando escapar coisas que não devia.

-Bem, acredito que não seja problema achar pessoas.-Você diz parando ao meu lado.-Sobre sua profissão, quer saber algo sobre mim? Meio que todos querem.

Arrogante. Narcisista!

-Por que acha que todos querem saber de você? É tão interessante assim?-Meu tom sai sugestivo e seus olhos escurecem, tenho poder sobre você, algo bom de saber, me aproximo mais do que deveria, sua respiração por pouco não batia contra meu rosto.

-Você me conhece, todos conhecem, me diz você, não sou interessante?-Você mantém seus olhos nos meus e eu sinto falta do ar, antes de estar rarefeito.

-Ora, ora.-Digo sorrindo, cinismo puro.-Eu não sei não, acho que não é!

-Acha?-Você vem mais para a frente, eu não entendo nossas atitudes.

-Tenho certeza, você é previsível!-Digo por fim, viro meu rosto e bebo o líquido em meu copo, sem pensar que podia haver drogas, você não faria isso comigo nunca, amor, eu não deveria ter desconfiado.