Não tivemos escolha e não foi fácil, mas conseguimos usar o banheiro juntos.
Eu fui primeiro, pedi para o Connor ficar de costas enquanto eu utilizava a privada e o ameacei caso fizesse alguma brincadeira escrota ou virasse para me olhar chutaria o lugar precioso dele. Eu estava usando saia, o que me ajudou, então fui rápida. Na vez dele, também fiquei de costas. Assim aliviamos nossas bexigas. Depois ele escovou os dentes e eu que não tinha uma escova usei a pasta dental e meu dedo para escovar. Sei que não tem o mesmo resultado, fora que nem sei se posso chamar isso de escovar o dente, deve ser zero higiene, porém foi a minha opção no momento.
— Parece que estou em um sonho, como fomos parar presos assim? — Decidi puxar assunto e perguntar, quero saber as teorias dele. Não devo ser a única tentando entender essa situação.
— Parece mesmo que estamos sonhando. Nunca nem assisti uma série assim — concordava comigo.
— Você também não lembra de nada de ontem? — Negou com a cabeça. Ficamos alguns segundos em silêncio.
É inacreditável uma coisa dessas, eu nunca me imaginaria estar algemada com outra pessoa.
— Bom, a chave não vai aparecer mágicamente na nossa frente não é mesmo? - Connor disse, saindo do banheiro e me levando junto.
A chave não apareceria sozinha. Ela só apareceria quando a gente não precisasse mais dela, o que no momento precisamos muito.
— Vamos procurar pelo meu quarto, e depois vamos aos outros cômodos.
Nem precisei responder, em um segundo ele já estava olhando embaixo da cama, na sua estante de livros, guarda-roupa, tirando todas as suas coisas do lugar, bagunçando o cômodo inteiro.
— Então essa é a sua casa? — Concordou.
— E você mora sozinho?
— Não. Moro com a minha mãe.
— E ela está aqui? Será que viu a gente algemado? Será que ela não sabe onde está a chave?
Ele parou de mexer nos seus livros para pensar. Ela poderia saber. Não queria conhecer a família de uma pessoa que acabei de conhecer, mas, e se ela realmente puder ajudar?
Connor andou até o corredor e gritou tão alto que a voz dele poderia ser ouvida até do outro lado da rua.
— MÃAAEEEEEE
Gritou umas cinco vezes pela sua mãe, mas ela não respondeu, o que significava que não estava em casa.
Eu não sei dizer se a mãe dele não estar em casa é algo bom ou ruim, poderia ser ruim conhecer a mãe de um cara que acabei de conhecer, mas seria bom se ela soubesse como viemos parar aqui e se chegamos presos ou nos juntamos aqui.
— Eu estou morrendo de dor de cabeça.
— Eu também! Você tem algum remédio? — Assentiu com a cabeça e nos levou até a cozinha, onde abriu um armário e tirou de lá dois copos e dois comprimidos.
Eu odeio tomar comprimido, às vezes ele fica travado na minha garganta e não consigo engolir, para minha sorte, o comprimido amargo desceu direto com a ajuda da água.
— Será que com uma faca conseguimos nos soltar?
Ele nem esperou eu responder, na sua mão direita já segurava a faca e tentou nos soltar, a algema é de metal o que não transforma isso em algo fácil.
Minha vontade era de gritar. Como eu fui me meter em uma merda dessas? Como isso tudo aconteceu? Por que minha memória não funcionava e me fazia lembrar de tudo, não pode ter sido apenas a bebida que fez isso comigo, com a gente, ele também não lembra mesmo de nada?
20 minutos depois, reviramos superficialmente a casa dele inteira e nada de chave.
— Desisto, essa chave não está aqui, e essa faca nunca vai nos soltar.
— Na primeira tentativa eu já imaginei isso, mas você quis tentar usá-la umas 6 vezes.
— Você estava contando? — Dei de ombros, não tinha nada mesmo para fazer.
Agora estávamos onde tudo começou, no quarto dele, deitados em sua cama mas com os pés no chão.
— E se tentarmos um chaveiro?
Eu pensei do nada, estamos procurando uma chave, e quem conserta e arruma uma chave?
UM CHAVEIRO.
Ai ai esses dois hahaha
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não esqueça de votar no capítulo,
isso me ajuda muito :)
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Eu, Você e Mais Ninguém
Short StoryConnor e Jess acordaram na mesma cama. Não se conhecerem ou nunca terem se visto na vida era o menor dos problemas, porque os dois estavam algemados, literalmente, presos um ao outro. Não se lembravam de como e nem quem poderia ter feito isso com el...