— Não te acho mais perfeita, estou cada vez te conhecendo mais e me decepcionando. – Ele disse sorrindo.
— Primeiro, ninguém é completamente perfeito mesmo. Segundo, nos conhecemos a um dia, tenta não se apaixonar por mim.
— E se eu já estiver? Não acredita em amor à primeira vista? – Eu levantei as sobrancelhas, eu acreditaria se ele não estivesse com um sorriso bobo no rosto. Ou será que ele consegue falar a verdade e ainda sorrir?
— Não. – Eu realmente não acredito.
— Ok , mas geralmente nos filmes os casais só de se olharem já se apaixonam.
— Melhor não citar filmes, acabamos de assistir um que os dois demoraram 12 anos para ficarem juntos. Pra mim amor é companheirismo, carinho e uma lista enorme de coisas. Amor é tempo.
— O amor não pode ser explicado, apenas sentido. – Ele parecia estar citando a frase de alguma pessoa.
— Exatamente. E como eu sei que estou apaixonada e sentindo amor por uma pessoa? – Rá, quero ver ele me responder isso agora.
— Quando você precisa de um abraço e a pessoa está do seu lado, de braços abertos. Quando você se aproxima da pessoa e consegue sentir um frio na barriga. – Enquanto ele falava, aproveitou para se aproximar, eu não me afastei, nossos rostos estavam bem perto.
Eu conseguia sentir a respiração dele. Porém não é dessa vez que vai acontecer um beijo aqui. Ele tentou, mas eu virei o rosto e ganhei um beijo na bochecha.
— Não entendi nada, mas achei fofo.
— Haha muito engraçadinha.
— Foi engraçado vai?! Você ficou todo inspirado com o filme e quis me beijar foi?
— Não foi nada disso. – Deixei ele irritado. Ele se levantou da cama ou melhor tentou.
Ele esqueceu que estamos algemados.
— Tentando fugir de mim? Estamos presos, querido. – Eu não conseguia parar de rir, e ele estava cheio de vergonha, deitou na cama e escondeu o rosto no meio dos travesseiros.
[...]
As três horas haviam passado e já estávamos na rua a caminho do chaveiro. Para nossa alegria, agora estava aberto.
O senhor nos entregou a chave sorrindo enquanto dizia "agora vocês podem estar livres quando quiserem". Ele até se ofereceu para nos libertar, mas Connor se recusou afirmando ter uma ideia melhor.
Saímos da loja e fomos para o outro lado da rua.
— Qual sua ideia melhor? - Perguntei.
— Não tive ideia nenhuma, só não queria que fosse ele que nos liberta-se.
— Por quê?
— Porque não fomos nós que nos prendemos, mas podemos nos soltar.
— Ok, vou fingir que você só não quis que ele solta-se a gente para ficar mais tempo preso à mim, pois como você mesmo disse, está apaixonado por mim. - Ele sorriu, e agora que estamos perto da liberdade, vou sentir saudade do sorriso dele, foi o que a gente mais fez nesse tempo juntos, rimos de tudo.
— Acertou em cheio. – Ele estava segurando a chave e olhando para a algema.
— Você está pronta? — ele perguntou.
— Estou capitão!
— Eu não ouvi direito... - colocou a mão perto da orelha à espera da minha resposta.
— Solta logo a gente!
— Tá bom.
Quando a chave se encaixa, a algema se soltou, me senti livre. Não que tenha sido ruim, adorei passar o dia ao lado dele.
Acredito que todas as coisas aconteceram por uma razão, e ter conhecido o Connor hoje foi uma experiência literalmente inesquecível. Como esquecer de um dia que passei presa com um cara que eu nem conhecia.
— Vou me lembrar do seu sorriso. - Soltei a informação enquanto ele sorria para nossos pulsos e depois levantou o olhar na minha direção.
— Eu acho que nunca vou me esquecer do seu.
A gente se abraçou, e sorrimos para nos despedir. E foi assim que cada um seguiu o seu caminho.
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Eu, Você e Mais Ninguém
Short StoryConnor e Jess acordaram na mesma cama. Não se conhecerem ou nunca terem se visto na vida era o menor dos problemas, porque os dois estavam algemados, literalmente, presos um ao outro. Não se lembravam de como e nem quem poderia ter feito isso com el...