T R Ê S

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Ele me encarou, imagino que pensou o mesmo que eu "como não pensamos nisso antes

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Ele me encarou, imagino que pensou o mesmo que eu "como não pensamos nisso antes."

— Mas hoje é domingo. Será que tem algum chaveiro aberto?

— Deve ter. Vamos pesquisar na internet.

Peguei meu celular, que no momento lembrei que existia e adivinhem? Está desligada essa merda, eu sabia que ir para uma festa com 30% de bateria não seria uma boa ideia.

— Droga. – Ele jogou o celular no meio da cama, mas o celular deu um salto e caiu no chão. – Está descarregado essa merda.

O meu também. Tem um computador?

— Tenho um notebook, mas deve estar com a minha mãe, e ela não está em casa então talvez esteja na casa da minha irmã que mora muito longe daqui. – Ele me respondeu enquanto pegava o carregador do seu criado mudo e ligava seu celular a tomada.

Ele só liga depois de 50% carregado.

Agora é a minha vez de desistir, ou aceitamos e vivemos assim para sempre ou eu vou pegar a faca e arrancar meu braço fora, afinal quem precisa mesmo de uma mão não é? – Sorrimos juntos.

— Também não precisa cortar, podemos quebrar ela e tentar passar pela algema, deve ser menos pior. – Demos uma gargalhada.

Menos pior? Não vai sangrar, mas deve doer do mesmo jeito. – Eu estava rindo para não surtar de desespero.

Vamos sair, ficar aqui com celulares descarregados não vai fazer a gente descobrir se o chaveiro está aberto!

Você tem razão.

A rua estava silenciosa, segundo o relógio pendurado na parede da cozinha da casa de Connor agora eram 9 horas da manhã. Hoje é domingo, não são muitos lugares que estão abertos aos domingos, mesmo usando o casaco que ele me emprestou de sua mãe, ainda sinto um vento na minha pele.

Pensar nisso me fazia pensar que talvez não seja uma boa ideia ter saído da casa dele. Parecemos dois doidos, algemados e usando casacos cobrindo apenas um braço.

Quando chegamos ao centro da cidade, os únicos estabelecimentos abertos eram cafés, padarias e um mercadinho. Encontramos um chaveiro, porém vimos de longe a placa de "fechado" no vidro. Mesmo assim nos aproximamos, mas não havia ninguém lá dentro.

Eu estava cansada, andamos muito e nem conversamos no caminho, o que fez o caminho ser ainda mais longo.

— Preciso sentar. – Havia um banco no outro lado da rua, porém preferi me sentar na calçada e ele fez o mesmo.

— Consegue andar mais um pouquinho? Estou com fome.

Sorte a sua que também estou.

Nós levantamos e andamos até o café do outro lado da rua.

Essa cafeteria era pequena demais, isso ou, todas as pessoas da cidade decidiram tomar café da manhã no mesmo horário que a gente.

Nos sentamos na única mesa vazia, um de frente para o outro. Com as mãos em cima da mesa fizemos nossos pedidos e recebemos olhares maliciosos da garçonete.

Ele pediu um café e pão na chapa e eu pedi uma salada de frutas. Quando nossa comida chegou percebi Connor me observando levar um pedaço de melancia até a minha boca.

O que foi? – Ele percebeu que eu percebi.

— Nada. – Desviou seu olhar para suas panquecas. Eu sabia que ele tinha pensado em algo. Em momentos como esses eu adoraria ter o super poder de ler mentes e saber o que cada pessoa pensa. Só que às vezes não é muito difícil adivinhar o que as pessoas pensam.

Como por exemplo uma senhora sentada na mesa atrás de Connor, ela está achando seu bolo de fubá maravilhoso. E a garçonete loira de cabelos curtos está cansada demais para sorrir, e não vê a hora de ir embora mesmo que seu trabalho tenha acabado de começar.

Balanço a cabeça negativamente, tenho que parar de analisar pessoas apenas por sua aparência, por dentro cada um está sofrendo e tentando viver da sua maneira, mesmo que eu tente descobrir, nunca saberei 100% da vida de uma pessoa.

Assim como Connor aqui na minha frente. Não sei nada sobre ele, e não sabemos nada sobre como acordamos algemados e na casa dele.

Como acha que isso aconteceu? — Eu já havia terminado de comer meus pedaços de frutas e com mais duas mordidas Connor terminaria seu pão.

— O que? — Me perguntou antes de levar o pão até sua boca, que observei do mesmo jeito que ele fez alguns minutos atrás comigo.

— Como fomos algemados? Isso não pode ter sido ideia minha, imagino que eu tenha bebido muito, por isso a dor de cabeça, mas mesmo bêbada eu não me colocaria uma algema com um desconhecido.

Eu fui a uma festa ontem, sei disso porque dois dias atrás meu amigo estava me enchendo por causa dessa festa, eu iria tocar lá, nossa banda ia tocar ou tocou, não me lembro. Com certeza eu bebi, o que como você mesma disse é o significado de nossas dores de cabeça. Me lembro de chegar na festa e já ter bastante gente, a primeira coisa que eu fiz foi pegar uma bebida e depois do primeiro gole minhas lembranças são borrões.

— Na hora que eu peguei meu celular lembrei que eu também estava em uma festa, que fui obrigada a ir por uma amiga, meu celular estava descarregando e eu vou viajar amanhã, não queria ir em uma festa nos meus últimos dias aqui. Então cheguei na festa, bebi algo estranho que a Serena me deu e borrões.

— Talvez a gente volte a lembrar no final do dia. – Ele queria afirmar, mas pareceu como uma dúvida. Apenas fiz que sim com a cabeça.

 Apenas fiz que sim com a cabeça

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Eu, Você e Mais NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora