Era para esse ser o final. Era para aquele abraço ser a nossa despedida.
Daqui a algumas horas a Jess entraria no avião e viajaria pelo mundo, e talvez quem sabe um dia quando o universo quisesse a gente se encontraria em um país diferente.
Eu senti algo diferente com ela. Assim que acordei ao lado dela acreditei que havíamos passado a noite juntos, o que ela também deve ter imaginado.
Mal sabia ela, pois não tive a oportunidade de contar, que eu não ficava com ninguém fazia um bom tempo. E não posso negar que gostei da nossa conversa e de ter passado o dia com ela.
Não quero atrapalhar a viagem dela, ou os sonhos que ela tenha, mas também não quero que esse seja o nosso final. Desde o nosso abraço sem graça à três minutos atrás, eu continuo parado onde nos despedimos, segurando a algema sem saber o que fazer com ela.
Senti uma forte dor de cabeça, e quando fechei os olhos, um flashback da noite anterior passou pela minha mente.
Me lembrei da bebida, me lembrei de tocar com a minha banda, de ver a Jess dançando algumas de nossas músicas sozinha, super animada. Eu queria conhecer ela antes mesmo de termos ido brincar de verdade e desafio.
A brincadeira nos fez lembrar de como era nossa adolescência, e quando olhávamos para nossas mãos sorriamos. Eu a chamei para a minha casa, depois de roubar um selinho dela, quando fingi que alguém me ligava apenas para sairmos de perto dos nossos amigos.
Minha casa não era perto do local da festa. O caminho todo ficamos zoando um com o outro, lembro até que tiramos algumas fotos fazendo caretas no celular de um dos dois. Porém chegamos exaustos e quando deitamos na minha cama, apagamos.
Não sou de acreditar em destino, mas essa garota caiu do céu e ainda não posso deixá-la voar sem saber se sentiu o mesmo.
Eu joguei a algema no chão e corri até a estação, comprei um bilhete o mais rápido que pude, e tentei correr até o trem.
Porém, quando me aproximei, a porta já havia se fechado, e o trem partido.
— MERDA.
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Eu, Você e Mais Ninguém
Short StoryConnor e Jess acordaram na mesma cama. Não se conhecerem ou nunca terem se visto na vida era o menor dos problemas, porque os dois estavam algemados, literalmente, presos um ao outro. Não se lembravam de como e nem quem poderia ter feito isso com el...