[vencedora do Wattys 2020 ] A maior boyband do planeta consegue uma brecha na agitada agenda da turnê para uma exclusivíssima visita noturna ao mais grandioso museu já visto (a maior referência de Arte em sua mais esplêndida essência; acervos e relí...
Apesar de toda empolgação retorcendo sob a pele, por fora, eu parecia o mais alto dos asiáticos intelectuais. Calmo e muito interessado nas instruções do guia que tinha um sotaque engraçado ao falar inglês. Às vezes ele lançava uns olhares meio estranhos e uns sorrisos enigmáticos na minha direção, o que me deixava com o cenho franzido e olhando para os lados, buscando saber se era comigo mesmo. Ou ele estava flertando, ou era o cara mais esquisito que já vi.
Não que eu também perdesse tempo pensando muito nisso. Era até um pouco lisonjeiro que dentre os sete eu fosse considerado o mais atraente para alguém. Geralmente mulheres e homens, dos mais novos aos mais velhos, eram caidinhos pelo Jungkook. Mas quem ligava para aquilo agora? Qual é, A Jangada da Medusa... BEM NA MINHA FRENTE! Quatro metros de altura. Minha nossa, como isso é possível?! E feito, tipo, há uns duzentos anos atrás. É tão... tão... medonho. E eu podia sentir meus olhos brilhando.
Já que era permitido comecei a tirar muitas fotos. Muitas mesmo! Havia liberado a memória do celular mais cedo só para isso.
Bom, se quatro metros me impressionaram, não imagino como ficou minha cara quando vi Bodas de Caná. Não sei se fiquei mais perdido nas Bodas ou na Sagração de Napoleão. Era muita gente numa pintura só. E poxa Mona Lisa, você é tão pequena que eu queria te carregar debaixo do braço, pena que já pensaram em te roubar antes. Mas eu parei de vez... sem volta... bem parado... Foi na Liberdade Guiando o Povo. Se alguma hora era uma boa hora para se fazer um reaction de Kim Namjoon, essa hora era agora, comigo bem idiota encarando a liberdade de seios nus.
— Parece que você já escolheu uma obra preferida. – o guia francês para ao meu lado, também encarando o quadro – A liberdade na forma de uma mulher. Você tem bom gosto.
— É incrível – murmuro sem desviar os olhos para o homem.
— Amante do contemporâneo então... Mas acho que ainda vai se surpreender com o que eu reservei para você.
— Hein? Reservou pra mim?! – franzo o cenho em sua direção imediatamente, virando meu pescoço tão rápido que até estalou.
— Sim. Você precisa ver uma coisa – sorriu abertamente.
