19 Me encontre

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[ESTA PARTE DO CAPITULO SERÁ CONTADO POR UM NARRADOR EM TERCEIRA PESSOA]

Era sábado de manhã, o homem alto aparentando mais ou menos 26 anos de idade estava sentado na mesa mais distante da porta daquela cafeteria que poucos frequentavam às 8:00 da manhã. Uma garoa leve estava rolando do lado de fora do edifício, minutos depois de ter observado a porta notou a moça alta, de cabelos curtos e loiros entrar.

-Até que enfim você apareceu. Seu pai não lhe contou que nós coreanos nos importamos muito com pontualidade?

- Sinto muito, passei minha vida inteira no Canadá. Lá a gente não dá bola pra esse tipo de coisa –a garota se sentou na cadeira da frente retirando os óculos escuros.

-Que seja, oque você quer que eu descubra? –o homem perguntou bebendo o café.

- Nada demais, tem essa pessoa no meu caminho. Seu nome é S/n, ela não é tão alta como eu, tem os cabelos castanhos e trabalha no principal jornal da cidade, sabe aquela pessoinha doce e gentil que cativa todos? Bem, ela é uma dessas.

-E daí? Onde eu entro?

-Quero que você investigue a vida da garota, ela pode ter a cara de um anjo e o coração de ouro mas sei que algo deve ter acontecido com aquela lá, quero saber tudo.

- Entendi, mesmo que eu ache isso totalmente infantil e idiota vou descobrir oque ela esconde. Desde que me pague bem – o homem falou entregando um papel onde um grande valor estava escrito, a mulher apenas riu se divertindo.

-Faça o trabalho direito e receberá o dobro. Mas fique avisado, não tente me passar pra trás ou me enganar, eu sei muito sobre você e se eu quisesse poderia coloca-lo atrás das grades –seus olhos escuros brilhavam com raiva e confiança, o homem concordou com a cabeça dando um leve riso.

- Você tem a minha palavra, querida Maia –ela depositou um maço de dinheiro na mesa e saiu pela porta da cafeteria, o deixando sozinho.

Lee Dong Min POV:

Minha cama parecia mil vezes maior sem ela do meu lado, meu quarto parecia muito mais solitário e triste sem seus risos, minha pele parecia mais fria sem seus toques. Eu preciso dela aqui, talvez seria melhor se eu tomasse coragem e ligasse para ela mas e se eu estiver agindo como um adolescente provando a magia e encanto do primeiro amor?

Virei de lado para não encarar o teto branco, fechei os olhos e suspirei tentando dormir novamente mas a claridade do sol não deixava. Levantei. Caminhei sonolento e desengonçado até meu closet e busquei pela primeira muda de roupa limpa e uma toalha indo direto para o banheiro.

Tomei um banho demorado oque não era muito meu costume, troquei de roupa e segui até a cozinha já me sentindo renovado pela água morna do chuveiro. Abri a geladeira a procura de algo para comer e encontrei um bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro, Senhor obrigado.

-Pera, eu não lembro de ter comprado bolo nenhum –falei retirando o doce suspeito mas aparentemente delicioso de dentro da geladeira –Mas ele parece tão bom e também, é pecado desperdiçar comida – procurando algo para beber encontrei um envelope perto da cafeteira, ao abri-lo tinha várias letras recortadas de revistas espalhadas dentro, fiquei alguns minutos tentando montar a frase.

"Não precisa agradecer".

- Okay, afinal, oque está acontecendo nessa casa? –perguntei para mim mesmo enquanto cortava um pedaço de bolo e servia o café, era simplesmente delicioso o bolo.

Tomei meu café tranquilamente mesmo achando que cairia morto no chão após comer o doce misterioso ou pensando que alguém sairia de trás da porta com uma machado e me atacaria. Mas por Deus nada disso aconteceu.

-Obrigado fantasma, tava tudo delicioso agora preciso resolver um probleminha –sai da cozinha indo em direção ao escritório onde forcei a porta diversas vezes até ver que ela estava trancada, mas eu tenho certeza que não a deixei trancada, nunca faço isso. Olhando para o chão encontrei mais outro envelope com mais letras recortadas, ao ordena-las corretamente encontrei a frase "Gostou do bolo? Espero que sim. Agora me encontre".

Sai a procura do "fantasma", vasculhei todos os cômodos da parte de baixo da casa, entrando e saindo de cada um, procurei-o por toda a casa até chegar ao último cômodo. Meu quarto, hesitei em abri a porta pensando no que encontraria na frente, talvez o psicopata com uma cerra elétrica como os filmes de terror, talvez esteja vazio e eu terei que procurar por toda casa novamente, ou sei lá mais oque.

Girei a maçaneta devagar empurrando a porta de leve. Entrei no quarto vazio para minha surpresa, vasculhei atrás das cortinas a procura do tal "fantasma" mas nada, minha cama era king box então não tem como alguém estar embaixo da mesma. Meu closet, ele estava fechado mas eu não havia o deixado assim, deslizei a porta para o lado, e um lençol foi lançado em minha cabeça.

S/n: -BUU! –disse soando mais fofa do que o esperado abraçando seu corpo forte. Ele caia na gargalhada.

Lee Dong Min: -Então era você a fantasma –disse me soltando do lençol a puxando para perto – Que fantasma fofa! –apertei suas bochechas a fazendo se contorcer em desaprovação.

S/n: -Queria fazer uma surpresa –respondi juntando meus dedos e fazendo biquinho, ele segurou meu rosto e beijou meus lábios.

Lee Dong Min: -E conseguiu, eu te amo tanto –falei a beijando ainda mais a puxando no colo, seus dedos alisavam meu pescoço provocando arrepios em minha pele branca. A carreguei no colo até a cama.

[NARRADOR POV]

Era cerca de 22:00 da noite, Maia acabará de sair do banho e estava secando as madeixas loiras. No mesmo momento que deitou na cama ouviu a campainha do apartamento tocar, resmungou algumas palavras e foi atende-la se deparando com ele.

- Achei que tinha sido clara quando falei em não aparecer na minha casa –seu tom de voz era ríspido ao vê-lo.

-Maia querida, só queria lhe ver. Só isso –ele aproveitou o pequeno espaço entre ela e a porta e entrou no apartamento, trazia consigo uma garrafa de espumante e um envelope marrom.

- Problema seu. Agora saía – ela retrucou fazendo sinal para a porta aberta, o homem apenas riu.

- Pare com isso, nós erámos tão felizes sem aquele filho da mãe. Tínhamos nossos sonhos, nossos planos juntos mas você acabou me esquecendo não é? Foi só o rostinho bonito aparecer e eu me tornei uma lembrança pra você –ele dizia sentado no canto da cama dela, Maia tinha os braços cruzados impacientemente.

- Não tente se fazer de vítima, meus planos e sonhos não eram como os seus. Eu não o tornei uma memória, isso não foi culpa minha ou sua, muito menos de Dong Min o tempo e a distância fez eu me separar de você, apenas isso.

- Não, claro que não. Não foi Dong Min o culpado, ele sempre foi um anjo, coitadinho dele –suas palavras saiam sarcasticamente de sua boca – Só acho engraçado que você se lembrou de mim apenas por querer saber mais sobre a queridinha dele. Sinceramente, pare com isso Maia! Pare de tenta-lo separar das pessoas por essa sua obsessão doentia por ele, Dong Min não é o único homem a sua volta e também, ele só tem olhos pra S/n, então pare com isso!

- Hahahahaha, você só pode estar brincando, aquela lá é só mais uma vadia que se ajoelha aos seus pés, só mais uma pra ele brincar até se cansar. Eu sou diferente, nós nos amamos e assim continuará, eu vou para o túmulo com ele, escreva oque eu falo –ela falava entonando cada palavra, principalmente o juramento de não o separa-lo até a morte.

-Você está louca! Está descontrolada e sabe de uma coisa? Você vai desmoronar tudo ao seu redor, pare com isso antes que se envenene ainda mais –ele dizia puxando suas mãos para perto, Maia apenas se afastou.

-Chega de drama Jeonguk, eu já me decidi. Agora me entregue o envelope –ela estendeu a mão pare ele que negou com a cabeça e largou o envelope na mesa enquanto ia embora.

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