Capitulo I- Marcado Para Morrer

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Estava andando pelas ruas de blocos de pedra limosos de braços dados com a minha mãe, faltava 1 dia para o meu aniversário, estava muito ansioso, as ruas estavam vazias, frias, escuras e silenciosas, algo que é muito curioso na aldeia é que nenhum inseto ou animal se aproxima dela, como se algo mágico impedisse essa aproximação, fazia uma semana que os dias estavam mais frios por isso todos estavam aconchegados em suas casas, bem encolhidos em suas lareiras e assistindo TV. Algo que me surpreendeu muito é que faz 2 meses que ninguém foi sacrificado.

Passamos por uma casa abandonada, que seus donos haviam sido sacrificados, quando vi um flash azulado saindo da mesma.Quando havíamos acabado de cruzar uma esquina meu braço começou a formigar e a doer, começando a brilhar, minha mãe olhou para todos os lados preocupada que alguém pudesse ter visto.

Venha vamos para casa. Antes que alguém te veja, eu não quero te perder meu filho, não como perdi seus pais. Falou ela puxando meus braços, como se minha vida dependesse disso.

Andavamos cada vez mais rapido e quando vimos estávamos nos precipitando em direção a nossa casa como um pedaço de ferro em direção a um imenso ímã, quando chegamos em casa eu tomei um banho demorado para ver se tudo passava, água quente escorria por meu corpo, mas nada fazia essa sensação nova passar, sentia como se por todo o meu corpo passassem cargas elétricas, foi quando aconteceu, meu corpo começou a emitir pequenos raios elétricos que em contato com a água causariam uma explosão, mas por mais que eles encostassem na água nada ameaçava explodir. Então do lado de fora uma imensa tempestade se precipitou, raios e relâmpagos iluminavam as casas e riscavam os céus como o dedo piedoso de Buda, as gotas mais pareciam lágrimas de Taranis por todos os seus filhos que foram mortos, trovões ecoavam como batidas no tambor de Mina, de algum modo eu sabia que aquela tempestade começou por minha causa.

Depois de me secar, eu fui para o meu quarto e quando me olhei no espelho, meus olhos estavam brancos como os olhos de um cego, meu cabelo prateado brilhava com pequenos pontinhos de luz que flutuavam ao meu redor, sabia o que era isso, eram as fadas da lua me preparando para o meu aniversário. O colar com um cristal negro no meu pescoço estava brilhando com uma luz tão forte que parecia que um imenso farol tinha se acesso na cidade, no lugar em que meu braço estivera brilhando, havia uma tatuagem, uma tatuagem de um lobo uivando para a lua. Em volta do meu corpo havia uma aura violeta em forma de um lobo. Eu pisquei, e cocei os olhos, mas nada adiantava, essas coisas estranhas não sumiram, eu corri para a minha cama, me enfiei embaixo das cobertas. Então ouvi explosões e quando olhei pela minha janela, vi imensos fogos de artifício coloridos explodindo nos céus, era como se os céus estivessem comemorando algo, mas não sabia o que era, a tempestade sumiu rapidamente e a lua surgiu mais uma vez, forte e poderosa iluminando a todos, e os fogos continuaram durante a noite toda. Lentamente peguei no sono, meu sono foi perturbado por pesadelos, cada um mais aterrorizante e tenebroso que o outro.

Sonhei com uma menina de olhos azuis, ela lutava com um imenso dragão em uma sombria e úmida caverna, enquanto a observava, percebi um movimento rápido da cauda do dragão, a cauda a acertou e a jogou contra uma das paredes da caverna, o dragão se levantou nas duas patas traseiras e eu pude perceber o que ele faria, ele estava se preparando para fazer um churrasquinho de gente. Ele abriu a boca, deixando a mostra seus imensos e pontiagudos dentes, e sem que eu pudesse fazer nada, ele liberou chamas azuladas em direção a menina, mas antes que as chamas acertassem a menina, um homem loiro pulou na frente dela protegendo a menina com o próprio corpo, fechei os olhos esperando não ver a morte dos dois, então o sonho se dissolveu, agora eu via um homem moreno sendo castigado dentro do que parecia uma fortaleza humana, o garoto estava sendo chicoteado, eu queria intervir mas não podia fazer nada, tudo o que podia fazer era gritar, meu grito de algum modo interferiu no sonho, com um grito o humano que estava chicoteando ele foi lançado longe, o sonho se dissolveu mais uma vez, mas antes de que tudo sumisse eu percebi que as tatuagens dele se iluminaram. Eu fui parar em meio de um campo de batalha, eu me vi lutando contra um homem serpente. Vi uma guerra sangrenta que iria acontecer mais para frente, de alguma forma eu me vi no lugar daquele eu do sonho...

"Eu me preparei para a batalha contra aquele cara, de cabelos metade brancos e a outra metade negros, ele era bonitinho com aquele jeitinho meio gótico, uma coisa que eu reparei é que ele controlava várias serpentes estas mesmas que estavam dando muito trabalho para o povo da alcateia, serpentes de várias espécies, tamanhos e cores, conforme observava aquela linda aldeia que agora havia se transformado em campo de batalhei percebia as corujas atacando as serpentes, corujas de vários tamanhos e cores atacando aquelas serpentes asquerosas, e não havia só o problema das serpentes, mas também haviam esqueletos que eram controlados por aquele garoto, que não parecia ter mais do que 16 anos.

A cobra que mais estava me preocupando, era aquela que estava enroscada no pescoço dele, uma cobra negra, de olhos vermelhos e manchas avermelhadas. Se ela não fosse amiguinha de meu inimigo ela até poderia ser considerada bonitinha. Olhei mais atentamente a procura do Collin que porfim consegui o localizar, ele lutava com um esqueleto , céus aquele esqueleto deveria ser de um gigante, só pode.

Uma coisa que eu já sabia de magia é que se matar o líder necromante todos os mortos vivos controlados deixam de existir simplesmente morrem novamente. Então com o meu cajado em mãos eu parti para a batalha, Como estava de noite, graças ao feitiço que eu havia feito para a invocação das corujas, eu estava mais forte, porque em qual lugar havia mais escuridão do que a noite, mas para facilitar a vida do povo da aldeia, eu decidi usar a mesma magia que meu amigo havia utilizado, fechei os olhos e me concentrei em todos os que haviam morrido e que possuíam entes queridos na batalha, então o ar se tornou mais frio, cheiro que a brisa trouxe foi de morte e putrefação, e do meio da floresta saíram vários guerreiros esqueléticos que se uniram ao meu time em destruição das cobras e dos esqueletos inimigos, meus olhos que antes eram azuis claros, se tornaram esbranquiçados, as minhas asas de coruja se tornaram brancas e eu já estava pronto para a batalha, mas antes de qualquer movimento uma coruja maior que o normal, voou em minha direção com uma machado nas garras, deixando ele perto de mim, me agachei e peguei o machado em mãos.

-Pela vida, pela morte, pela escuridão e pelo equilíbrio. Que a lua seja testemunha, que somente um sairá vitorioso!

Dizendo isso me lancei em direção ao homem serpente, ele olhou para mim com uma cara de deboche.

- Que vença o melhor. E tenho certeza que serei eu. Porque eu nunca perco!

Ele falou pegando uma espada que estava presa nas costas dele, e desferiu um golpe rente ao meu pescoço, eu desviei com auxílio do machado, girei e meu machado ficou rente ao pescoço dele, mas sem eu perceber uma cobra se aproximava silenciosamente atrás de mim, ela já estava com o bote preparado, só fui perceber que ela estava atrás de mim quando o garoto que estava com o meu machado em seu pescoço, olhou para algo atrás de mim e disse.

-Ataque o coração dele. Para que ele sofra!

Fechei os olhos e esperei o bote, mas com o canto dos olhos eu percebi uma coruja se aproximando e atacando a cobra, tudo aconteceu tão rápido, e logo a cobra estava morta, quando o garoto viu que uma das preciosas cobras dele estava morta, ele moveu as mãos e um esqueleto atravessou a coruja com uma arma, e a coruja, explodiu em uma poeira azulada...Simplesmente ela explodiu e ali o meu coração partiu, lágrimas começaram a sair de meus olhos, meu peito apertou e eu sabia que algo dentro de mim havia se partido. Meus joelhos dobraram e eu me joguei no chão chorando, minhas lágrimas só aumentaram ao ver que aquela linda coruja, tomou uma forma humana, aquela linda coruja na verdade era uma linda mulher que eu reconheceria de qualquer lugar, daquela foto no diário de meu pai, aquela coruja era minha mãe, minha mãe que sumiu em uma nuvem de poeira azulada, minhas lágrimas só aumentaram...

Uma luz surgiu atrás de mim e foi crescendo cada vez mais, aquela luz foi crescendo cada vez mais, e quando enfim ela encostou em cada inimigo eles explodiram em chamas azuladas, eles enfim haviam morrido, e com esse surto de força, eu desabei em lágrimas novamente, meus olhos se fecharam e senti duas pessoas me abraçarem e sem precisar olhar já sabia quem eram, nesse momento o Collin e Darrow estavam sendo minha força, e ali chorando eu acabei adormecendo... "

Tudo desvaneceu e eu fiquei na escuridão, sem mais nenhum sonho eu simplesmente acordei.

Eu Sou O EscolhidoOnde histórias criam vida. Descubra agora